Discurso no Senado Federal

SAUDAÇÃO AOS TRABALHADORES BRASILEIROS PELO TRANSCURSO DO DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO.

Autor
Carlos Wilson (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • SAUDAÇÃO AOS TRABALHADORES BRASILEIROS PELO TRANSCURSO DO DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/1996 - Página 7671
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, TRABALHADOR, OPORTUNIDADE, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, TRABALHO.

O SR. CARLOS WILSON (PSDB-PE.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, é com satisfação que ocupo a Tribuna do Senado Federal, neste momento, para, registrando a passagem de mais um Primeiro de Maio, saudar a todos os trabalhadores brasileiros.

O Dia Internacional do Trabalho é uma das poucas datas universalmente comemoradas e, com certeza, homenageia o fundamento e a base de sustentação da civilização contemporânea. Com efeito, desde meados do século dezoito, quando a Revolução Industrial deu origem à moderna economia, consolidou-se a concepção de que o trabalho é a matriz da qual deriva a riqueza, a autêntica origem da prosperidade econômica.

Os quase três séculos de industrialização -- da pioneira Inglaterra dos anos setecentos a quase todo o planeta, em nossos dias -- comprovaram a força extraordinária do trabalho como propulsor do desenvolvimento e das transformações sociais.

Penso, no entanto, que as comemorações do Primeiro de Maio na atualidade, seja no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo, devem também servir para reflexão em torno das feições que a economia vem adquirindo neste final de século. A globalização dos mercados, subvertendo a idéia clássica de fronteiras nacionais, ao lado de resultados claramente positivos também sugere a existência de problemas altamente preocupantes.

Refiro-me, por exemplo, ao desemprego. O fenômeno, em si mesmo terrível, parece envolver, em nosso tempo, dimensão bem mais aguda que uma crise conjuntural pode supor. Sua crescente manifestação em todas as partes, não distinguindo países e economias de primeira grandeza daqueles bem menos desenvolvidos, alerta-nos para o fato de que as aparências de um processo econômico em franca expansão podem estar encobrindo agudas fragilidades estruturais.

Assim, numa época em que muitos sacralizam o mercado e advogam a existência de um Estado absolutamente reduzido, talvez seja o momento mais propício a que o Poder estatal, reorientado em sua forma de ser e de agir, atue vigorosamente no sentido de estabelecer as regras que, possibilitando a prosperidade econômica, não permitam o adensamento das crises sociais.

Creio, Sr. Presidente, ser esse o sentido maior a ser conferido ao Primeiro de Maio no tempo presente: reafirmar nossa crença na força do trabalho, como ponto de partida e razão principal do processo produtivo. Reconhecer que, da Revolução Neolítica -- quando a humanidade aprendeu a praticar a agricultura, descobrindo as potencialidades da terra -- à Revolução Industrial -- que descortinou os horizontes do mundo contemporâneo --, a História foi sempre um processo de construção da vida, cotidianamente alimentado pelo trabalho.

Não há, pois, movimento de modernização econômica que se justifique se não contemplar o trabalho como um dever e um direito, um caminho pelo qual os homens possam experimentar a perene caminhada em busca de sua plena humanização.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/1996 - Página 7671