Discurso no Senado Federal

REPUDIO AS SISTEMATICAS NOTAS PUBLICADAS PELO SR. MARCIO MOREIRA ALVES, COLUNISTA DO JORNAL O GLOBO, OFENSIVAS A S.EXA.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • REPUDIO AS SISTEMATICAS NOTAS PUBLICADAS PELO SR. MARCIO MOREIRA ALVES, COLUNISTA DO JORNAL O GLOBO, OFENSIVAS A S.EXA.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/1996 - Página 8432
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, CUMPRIMENTO, REGIMENTO INTERNO, SENADO, RELAÇÃO, PRESENÇA, PLENARIO, MARCIO MOREIRA ALVES, JORNALISTA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • CRITICA, PROCEDIMENTO, MARCIO MOREIRA ALVES, JORNALISTA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), RELAÇÃO, DENUNCIA, OBJETO, COMPROMETIMENTO, ORADOR.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL-BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sistematicamente o jornalista Márcio Moreira Alves, na sua coluna, tem-me atacado sempre com inverdades. E eu, como o trato que tenho com todos os jornalistas, procuro ser lhano até mesmo com essa figura.

Queria, neste instante, dizer a V. Exª que passei um fax, que já foi recebido na redação do Globo, onde ele trabalha, refutando uma afirmação de S. Sª quando me diz que eu sou sócio do Sr. Angelo Calmon de Sá. Nesse fax digo que sou muito mais sócio do pai dele do que do Sr. Angelo Calmon de Sá. E explico as razões.

O Sr. Márcio Moreira Alves é um jornalista que ganhava, sem trabalhar, do Banespa, até há pouco mais de um ano e meio. Desse rombo do Banespa ele faz parte, recebia do Banespa. Quando o Estado de S. Paulo, para quem ele escrevia, tomou conhecimento desse fato, o demitiu sumariamente, por uma questão moral, por uma questão de higiene.

O Sr. Márcio Moreira Alves não pode sentar-se nas cadeiras de Senador e se senta, diariamente, aqui, contrariando o Regimento Interno da Casa. E ouço, todos os dias, a Presidência desta Casa dizer que é zelosa no cumprimento do Regimento. É zelosa em parte. Aqui podem sentar-se Senadores, ex-Senadores, suplentes e Deputados Federais no exercício do mandato - é o que diz o Regimento. Senta-se e, sentando-se, tem informações privilegiadas, prejudicando os jornalistas que trabalham e que não podem ter acesso, como ele, para sentar e conversar com os Senadores. Isso é um absurdo!

Nada disso se coíbe nesta Casa e esse jornalista, grã-fino, rico, mesmo assim, usurpador do Erário através do Banespa, se dá ao luxo de agredir pessoas desta Casa. Peço a vigilância da Mesa para que não se descumpra o Regimento da Casa.

Não vou ficar aqui como fiscal, apontando que ele está com o Senador "a", "b" ou "c", conversando em plena sessão do Senado. Mas toda vez estarei com olhar de censura quando do descumprimento dos deveres da Mesa em relação a essa figura repugnante, que sempre visita o Senado com seu ar de bom jornalista, de dilapidador do Erário de São Paulo.

Por estas razões o Banespa ficou na situação em que está: o mau emprego do dinheiro do banco, o empreguismo demasiado com jornalistas ou políticos que não cumpriam seus deveres. E são esses os censores que temos aqui. Enquanto isso, muitas das jornalistas que cumprem com seus deveres nesta Casa não podem sequer passar para este lado porque estão de calças compridas. Nisso o Regimento da Casa é cumprido, é rigoroso. Mas para deixar que essas figuras sentem ao lado dos Senadores, contrariando o Regimento, nada disso é observado.

Chamo a atenção porque cumpri o meu dever dizendo tudo isso nesse fax, inclusive sobre a sociedade que tive ou deveria ter tido com o pai dele.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/1996 - Página 8432