Discurso no Senado Federal

REGOZIJO PELA EDIÇÃO DO 'JORNAL DO MEC', DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO MINISTERIO DA EDUCAÇÃO.

Autor
Odacir Soares (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: Odacir Soares Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • REGOZIJO PELA EDIÇÃO DO 'JORNAL DO MEC', DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO MINISTERIO DA EDUCAÇÃO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 18/08/1995 - Página 14083
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, PUBLICAÇÃO OFICIAL, JORNAL, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PARCERIA, PROGRAMA COMUNIDADE SOLIDARIA, LANÇAMENTO, EMISSORA, TELEVISÃO, OBJETIVO, EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO, ATUAÇÃO, CENTRO DE INSTRUÇÃO, APERFEIÇOAMENTO, PROFESSOR, ENSINO ESPECIALIZADO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO.
  • COMENTARIO, EDITORIAL, PRIORIDADE, MELHORIA, QUALIDADE, ESCOLA PUBLICA.

O SR. ODACIR SOARES (PFL-RO. ) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não raramente, tenho ascendido a esta tribuna para o registro de algum evento referente ao Ministério da Educação e do Desporto.

Tais comentários têm sido motivados pelo impacto produzido pela boa notícia colhida nesta ou naquela publicação do Ministério. Desde a gestão Murilio Hingel, estas têm chegado periodicamente ao meu gabinete.

Assim foi com o "Plano Decenal de Educação para Todos", na administração anterior. Também o foi com o " Manual de Procedimentos Operacionais Relativo às Transferências de Recursos às Escolas das Redes Estadual e Municipal de Ensino Fundamental", divulgado em maio deste ano, já sob a gestão do ilustre professor, Ministro Paulo Renato de Souza.

Hoje, Sr. Presidente, o que me está motivando a reaparecer nesta tribuna é, ainda, uma publicação do MEC que, pelo inusitado de seu formato, pelas surpreendentes qualidades gráficas que ostenta e sobretudo, pelo alto nível de seu conteúdo noticioso, está a reclamar o aplauso de quantos são capazes de se alegrar ao verem o MEC manejar com desenvoltura novos e atualizados instrumentos de divulgação de suas ações e diretrizes no campo pedagógico.

Estou-me a referir, ao moderno, sugestivo e atraente "Jornal do MEC", um jornal com todos os "jotas", e "erres" editado pela Assessoria de Comunicação Social daquele Ministério.

Eis aí, Sr. Presidente, um caso raro, único e paradigmático de "boa imprensa" a serviço exclusivo da boa causa, melhor dizendo, da mais nobre de nossas boas causas que é a Educação.

Por considerá-lo assim, e porque pretendo ser contado entre seus assíduos e indefectíveis leitores, é que me permito fazer-lhe um reparo crítico, embora de somenos importância.

É que, tendo sua circulação registrada no próprio cabeçalho como ocorrente no ANO II, Número 12, Maio de 95, só agora em agosto, vim a me beneficiar com sua primeira aparição em meu gabinete, por via, precisamente, de seu exemplar de nº 12. A menos que tal numeração esteja apenas assinalando a continuidade e evolução do Boletim Informativo anteriormente editado pela dinâmica Assessoria de Comunicação Social do MEC.

Mas, Sr. Presidente, sem a pretensão de exceder os limites ditados por um mero registro, muito me agrada, todavia, observar que um simples relance sobre as manchetes estampadas na 1ª página desse "Jornal do MEC" é o bastante para que se possa apreender o ânimo modernizante que perpassa não apenas sua Assessoria de Comunicação Social, mas, também, toda a equipe executiva da atual administração do MEC, a começar pelo Ministro Paulo Renato Sousa.

Com efeito, nela se podem ver destacadas estas quatro importantes notícias:

- MEC repassará R$ 250 milhões para a manutenção de escolas;

- Programas do MEC integram Comunidade Solidária;

- Novo canal para educação será lançado em setembro;

- Centro de Formação em S.P. é único na América Latina.

Deixo de comentar a primeira dessas notícias, visto como, em discurso por mim pronunciado nesta Casa em 22/05/95, já tive a oportunidade de pôr em relevo a decisão ministerial de realizar a transferência dos recursos financeiros provenientes do Salário-Educação diretamente às Escolas das Redes Estadual e Municipal de Ensino Fundamental.

No que diz respeito à segunda notícia, devo dizer que encaro com a maior simpatia e com muita esperança essa parceria do MEC com a Comunidade Solidária, não apenas porque suas prioridades estão voltadas para as regiões e populações mais carentes, como é o caso da Região Norte, integrada pelo Estado de Rondônia, que tenho a honra de representar, mas, também e sobretudo, porque se trata de uma aliança, sob todos os aspectos bendita, pela qual somam-se esforços e recursos, visando à realização de propósitos convergentes, vale dizer, a eliminação da miséria mediante programas de melhoria da educação e da qualidade de vida, sobretudo nas regiões onde se situa a clientela escolar mais carente e mais desassistida do País.

Some-se a isso, a louvável preocupação em não dispersar recursos nem duplicar programas. Assim é que, dos 15 programas desenvolvidos pela Comunidade Solidária, 8, por integrarem, também eles, programas do MEC, contam com a participação e execução solidárias do MEC, a saber:

- O da Cesta Básica do Aluno (valor R$ 20,00 por aluno); o da Descentralização de Verba para a Manutenção da Escola (valor variável de acordo com o número de alunos de cada escola); o da Cesta Básica do Professor (apoio didático no valor de R$ 70,00 por professor); o da Cesta Básica da Escola (valor em materiais e utensílios da ordem R$ 300,00); o da Biblioteca Infantil; o do Livro Didático; o da Merenda Escolar representando um reforço de cerca de 25% a 30% das necessidades calórico-proteicas diárias dos alunos e, por último, o do Transporte Escolar, destinado a levar à escola, todos aqueles alunos que a ela não têm acesso, por residirem em locais dela muito distantes.

No que diz respeito à notícia da inauguração, no dia 25 de maio próximo passado, em Santa Bárbara do Oeste, SP, do Centro Técnico de Apoio à Formação de Formadores - CTPA -, basta dizer que ele constitui o único centro de formação e aperfeiçoamento de Ensino Tecnológico da América Latina.

Destinado a promover a formação e atualização de docentes da área tecnológica, este centro, provido como está de equipamentos de última geração e ligado pela rede com os principais centros de informação do Mundo, está fadado a operar um grande impulso no ensino técnico de nosso País, com múltiplas e benéficas repercussões em nosso parque de trabalho.

Mais ainda do que as demais, encantou-me Sr. Presidente, a informação de que o MEC, por intermédio de sua recém-criada Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Avaliação Educacional - SEDIAE, está a se preparar para o lançamento, em setembro, de um canal de televisão dedicado exclusivamente à Educação.

Essa notícia é tanto mais alviçareira quanto se sabe que ela vem dar caráter concreto à moderna proposta de expansão e melhoria do ensino pelo uso, em larga escala, dos recursos da comunicação eletrônica.

Adotando essa moderna estratégia de Educação à Distância, espera-se que logo será sentida a eficácia de programas dirigidos à formação do magistério de 1º grau, treinamento de diretores de escolas públicas, uso do livro didático e apoio a sala de aula, no 1º e 2º graus.

Sr. Presidente, além das incalculáveis perspectivas abertas ao aperfeiçoamento e difusão do ensino, em todos os seus níveis, com a criação dessa TV/MEC, agrada-me, sobretudo, imaginar que a utilização dos meios eletrônicos postos a serviço da educação, poderá representar um contrapeso ou, até mesmo, uma neutralização dos efeitos altamente nocivos de certos programas e filmes exibidos pela maioria de nossas emissoras de televisão. Estas, lastimavelmente, de uns tempos para cá vêm declinando assustadoramente, seja na qualidade cultural seja nos deploráveis padrões éticos dos programas e espetáculos oferecidos à juventude.

Sr. Presidente, nesse registro que hoje faço, da oportuna aparição do "Jornal do MEC", não pretendi aprofundar a análise das matérias editadas no exemplar que me veio às mãos.

Entretanto, não posso omitir a referência, mínima que seja, a uma afirmativa de suma importância, contida no Editorial desse exemplar. Reproduzo ipsis verbis os três primeiros parágrafos da matéria em referência:

" EDITORIAL

Em termos quantitativos, o problema educacional brasileiro já está praticamente resolvido. Mais de 95% das crianças entre 07 e 14 anos têm acesso à escola.

A grande preocupação hoje, portanto, deve ser com a qualidade dessa escola. E esse objetivo, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, o governo só alcançará se todos participarem.

A escola pública precisa ser repensada como a escola de todos. A escola que verdadeiramente pertence à comunidade e pela qual vale a pena lutar. A escola do governo é do cidadão. Ela é mantida com o dinheiro dos contribuintes.

A sociedade precisa mudar a escola que tem para conquistar, a escola que deseja. E lembrar sempre: quando a criança não aprende, o Brasil tem um cidadão a menos capacitado para a vida."

Nada tenho a acrescentar, Sr. Presidente, a essas lúcidas e oportunas considerações.

Colho, apenas, e até certo ponto, com agradável surpresa, o índice estatístico da solução dada ao problema educacional brasileiro.

Oferecer atendimento escolar a mais de 95% das crianças brasileiras entre 7 e 14 anos já é alentador, para quem, até bem pouco, via-se às voltas com quantitativos bem menos confortáveis.

Por outro lado, ao ver o MEC enveredar por caminhos tão modernizantes, não vejo como não esperar, também, como possível, em futuro não muito distante, a substituição da "escola que temos" pela "escola que todos desejamos" para as novas gerações de brasileiros.

É o que espero, Sr. Presidente,

Obrigado


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 18/08/1995 - Página 14083