Discurso no Senado Federal

JUSTIFICANDO REQUERIMENTO DE SUA AUTORIA, A SER LIDO NA PRESENTE SESSÃO, DE TRANSCRIÇÃO NOS ANAIS DO SENADO DE ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO, EDIÇÃO DE 19 DE MAIO DE 1996, DO DEPUTADO ROBERTO CAMPOS, INTITULADO OS LADRÕES DA CAIXA D´AGUA. AS DEFICIENCIAS DOS 3 PODERES REPERCURTINDO NA SITUAÇÃO DO BRASIL.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PODERES CONSTITUCIONAIS.:
  • JUSTIFICANDO REQUERIMENTO DE SUA AUTORIA, A SER LIDO NA PRESENTE SESSÃO, DE TRANSCRIÇÃO NOS ANAIS DO SENADO DE ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO, EDIÇÃO DE 19 DE MAIO DE 1996, DO DEPUTADO ROBERTO CAMPOS, INTITULADO OS LADRÕES DA CAIXA D´AGUA. AS DEFICIENCIAS DOS 3 PODERES REPERCURTINDO NA SITUAÇÃO DO BRASIL.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/1996 - Página 8377
Assunto
Outros > PODERES CONSTITUCIONAIS.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, ROBERTO CAMPOS, DEPUTADO FEDERAL, ASSUNTO, EFEITO, DEFICIENCIA, PODERES CONSTITUCIONAIS, VIDA PUBLICA.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL-BA. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo solicitar a V. Exª a transcrição de um artigo do Deputado Roberto Campos, publicado em O Globo de ontem, que retrata, aos meus olhos, a situação do Brasil, intitulado "Os Ladrões da Caixa d'Água".

Pode-se ou não ser adepto do Dr. Roberto Campos, que foi brilhante figura do Senado da República e hoje ilustra, com sua presença, a Câmara dos Deputados. Ninguém nega, entretanto, o seu alto valor e o significado do que ele escreve.

Este seu artigo traduz a situação do País no momento em que vivemos, revelando as deficiências do Executivo, do Legislativo e do Judiciário na fase difícil da vida pública brasileira.

Acredito que todos os Senadores deveriam tomar conhecimento deste artigo, que, a bem dizer, poderia traduzir muito do que pensa o Senador Jefferson Péres, mas que vai nas raízes dos vários problemas nacionais e indica as suas soluções. É importante que, nesta fase difícil da vida pública brasileira, ao invés de estarmos a culpar a ou b, possamos encontrar caminhos e soluções. E é realmente com competência que se vai encontrar as soluções para o Brasil.

Falo com a autoridade de quem já divergiu e muitas vezes pode divergir do Governo, mas que nunca deixou de votar as medidas essenciais e as reformas indispensáveis que o Governo apresentou, mesmo no auge das divergências. Isso me dá autoridade para dizer que não se negocia com coisas sagradas, senão se comete o pecado da simonia.

E como não quero que o Governo ou o Congresso cometam o pecado da simonia, ou seja, negociar coisas sagradas, penso que esse relacionamento tem que ser em função de assuntos maiores do que os que infelizmente temos tratado nas duas Casas do Congresso Nacional.

A última semana não foi feliz para o Congresso e até mesmo para o próprio Executivo. Conseqüentemente, temos que refletir sobre isso. Hoje é uma segunda-feira, não é um dia de muita freqüência nesta Casa. Entretanto, creio que os Srs. Senadores, com a experiência que quase todos têm da atividade na vida pública, seja parlamentar ou do próprio Executivo, têm uma contribuição a dar ao País nesta hora, mas essa contribuição passa, sobretudo, pelo interesse público. Quando não se vê a coisa pública acima de qualquer outra, não se procede bem, seja no Executivo ou no Legislativo.

Por isso, quero, neste instante, ao pedir esta transcrição, solicitar também uma reflexão de todos aqueles que, nos três poderes, têm obrigação com a República, até porque o que vemos hoje é que, também no Judiciário, muitos não estão no cumprimento dos seus deveres, ou porque exageram nas suas funções, ou porque debatem assuntos políticos, quando, na realidade, ministros falam nos autos e não na imprensa, como é do seu dever. Está-se tornando uma rotina os ministros discutirem assuntos políticos na imprensa, o que nunca ocorreu em tempo algum no Brasil.

O Sr. Jefferson Péres- São os ministros vedetes.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES - O vedetismo, como salienta o Senador Jefferson Péres, de quantos querem aparecer e não vêem que a sua função é outra, sobretudo aqueles que chegam à mais alta magistratura do País.

É hora de se refletir sobre isso no Judiciário, no Executivo e no Legislativo.

Portanto, ao pedir essa transcrição, tenho certeza que a minha voz será, embora frágil, ouvida no Senado da República.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/1996 - Página 8377