O SR. BERNARDO CABRAL (PFL-AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na última sexta-feira, em Manaus, houve uma solenidade que marcou época no meio industrial pela sua austeridade e oportunidade.

A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas e o Centro das Indústrias daquele Estado homenagearam, naquela data, os empresários e os políticos que mais se destacaram. Quero referir-me, dentre os três, ao industrial do ano, Dr. Phelippe Daou, que, além de ser altamente conhecido no ramo das telecomunicações, tem sido meu amigo ao longo de quase cinqüenta anos. Fomos colegas de turma no então Ginásio Pedro II, mais tarde Colégio Estadual do Amazonas, Faculdade de Direito, OAB do Amazonas. A emoção que tomou conta daquela solenidade, Sr. Presidente, me permite que eu traga para os Anais do Senado a biografia do Dr. Phelippe Daou.

Está na hora de esta Casa homenagear os que têm feito, tanto da imprensa falada, escrita e a chamada imprensa de televisão, a justiça para com aqueles que não fazem da sua atuação um balcão de comércio. A verticalidade do Dr. Phelippe Daou, a sua ética, a sua forma de ter feito imprensa durante quase sua vida inteira - porque está com 66 anos e desde os 16 é secretário de jornal - faz com que este ato de justiça seja, com a responsabilidade que tenho, por mim registrado nesta Casa.

Phelippe Daou nasceu em Manaus, a 15 de dezembro de 1928. Filho de José Daou e Nazira Chamma Daou, iniciou sua vida como jornalista muito cedo - aos 16 anos - como repórter do Jornal do Commercio. Mas ascensão na carreira começaria um ano depois, com sua transferência para empresa Archer Pinto (O Jornal e Diário da Tarde), onde exerceu diversas funções redacionais.

Na empresa Archer Pinto, liderou campanhas memoráveis, destacando-se a constituição da Siderama e da Companhia de Eletricidade de Manaus - CEM (hoje Eletronorte), a implantação da Universidade do Amazonas, a construção do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, as rodovias AM-10 (Manaus- Itacoatiara) e BR-319 (Manaus-Porto Velho), além de levantar subsídios para a redação final do texto proposto ao Engenheiro Arthur Amorim (à época, chefe de Gabinete do então Ministro do Planejamento Roberto Campos - Governo Castelo Branco), visando à implantação da Zona Franca de Manaus, tarefa que executou com êxito, na qualidade de membro da Comissão Especial da Associação Comercial do Amazonas - ACA.

Sr. Presidente, isso ocorreu em 1967. Eu mesmo, como Relator, presto meu depoimento da colaboração, dos adminículos trazidos por Phelippe Daou aos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, para que, hoje, o parágrafo único do art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias se transformasse numa realidade.

Como advogado - como eu, formado pela Faculdade de Direito da Universidade do Amazonas -, militou no Fórum de Manaus e foi membro do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil naquele Estado. Ingressou nos quadros do IAPB (hoje Ministério da Previdência) como Procurador, com atuação nas Delegacias de Manaus e São Paulo, nesta última, inclusive, exercendo a função de Delegado. Exerceu a presidência da Junta de Recursos da Previdência Social no Amazonas e aposentou-se como Procurador de 1ª categoria.

Em 1968, junto com Milton de Magalhães Cordeiro e Joaquim Margarido, fundou a Amazonas Publicidade. Foi o embrião empreendedor que deu origem à Amazonas Distribuidora e Amazonas Mercantil e a Rádio TV do Amazonas S.A (concessionária da Rede Amazônica de Rádio e Televisão); Amazonas Energia Solar e Modalva - Indústria Química de Manaus.

Ainda há pouco eu dizia que Phelippe Daou foi um ferrenho defensor da Zona Franca de Manaus - e continua sendo. Presidiu ainda o Conselho Deliberativo da Instituição por consenso da classe empresarial amazonense onde representava a Associação Comercial do Amazonas - ACA. Presidiu também a Associação Amazonense de Imprensa - AAI - e, mais tarde, a Associação Comercial do Amazonas - ACA.

Sua atuação como Empresário, Jornalista e Advogado lhe valeu uma série de títulos honoríficos, comendas e medalhas, tais como o Mérito Marechal Rondon, Tiradentes, Ordem do Congresso Nacional, Amigo da Marinha, Amigo do Exército e Amigo da Base Aérea Nacional.

Sua esposa, Magdalena Arce Daou, tem ação destacada no Conselho Permanente da Mulher Executiva do Amazonas (vinculado à Associação Comercial do Amazonas). Do casamento nasceram os filhos Phelippe Daou Júnior, engenheiro; e Cláudia Daou e Silva, bacharela em Administração, casada com o Engº. Ely Paixão e Silva. Tem dois netos Lorena e Phelippe Neto.

Phelippe Daou, além de liderar as suas empresas é diretor da Associação Amazonense de Imprensa, da AMERT - Associação Amazonense de Emissoras de Rádio e Televisão - , do Sinderpam - Sindicato das Empresas de Radiofusão (TV e Rádio) do Estado do Amazonas - e do Conselho Deliberativo da ABERT - Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão. Integra o Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas - ACA. Fundador do Lions Clube de Manaus - Centro.

Na sexta-feira última, Sr. Presidente, como falava no início, tive a oportunidade de ser um dos oradores que fizeram saudação a Fhelippe Daou.

O que disse repito: a homenagem que lhe foi concedida de industrial do ano no Estado tardou; já deveria ter vindo há mais tempo, pela sua dignidade, atuação, eficiência e competência.

De modo que, como amazonense, sei que V. Exª se congratula com esse registro, porque Fhelippe Daou é, inequivocamente, uma bandeira a serviço do Amazonas.