Discurso no Senado Federal

DESVINCULAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES DE GRUPOS QUE DEFENDEM A A LUTA ARMADA PARA AS CONQUISTAS SOCIAIS.

Autor
José Eduardo Dutra (PT - Partido dos Trabalhadores/SE)
Nome completo: José Eduardo de Barros Dutra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • DESVINCULAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES DE GRUPOS QUE DEFENDEM A A LUTA ARMADA PARA AS CONQUISTAS SOCIAIS.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/1996 - Página 8771
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, OPOSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), LUTA, ARMAMENTO, GUERRILHA, ATUALIDADE.

O SR. JOSÉ EDUARDO DUTRA (PT-SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, participei, por intermédio de apartes, do pronunciamento do Senador Geraldo Melo. Mas eu gostaria de manifestar-me em função do discurso do Senador Elcio Alvares, Líder do Governo, porque, pode até não ter havido a intenção, mas ficou registrada - já aconteceu diversas vezes com relação ao nosso Partido - a tentativa de se fazer a vinculação, embora sub-reptícia, entre o posicionamento do nosso Partido e ações daqueles que têm visão diferente da política.

Penso que defensores da luta armada, da revolução armada, vão continuar existindo no Brasil, como existem nos Estados Unidos, como existem na França, como existem em todo e qualquer país do mundo. São anacrônicos, na minha opinião, anacrônicos na política, que mantêm essas visões, a meu ver, ultrapassadas, que se chocam com a democracia. Existem também, filiados a partidos diversos do chamado campo da direita, aqueles que defendem o retorno da ditadura, que defendem o fechamento do Congresso, que defendem a teoria segundo a qual se deve voltar a outros tempos. Esses setores são o que costumo chamar de desvio-padrão da sociedade: não estão de acordo com a maioria da população e não estão de acordo com os interesses daqueles partidos que se propõem a participar do jogo democrático, como o nosso Partido.

Reafirmo, lembrando um poema de Bertold Brecht que já citei em aparte ao Senador Geraldo Melo: "Do rio que a tudo arrasa, nos momentos de enchente dizem que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o reprimem".

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/1996 - Página 8771