O SR. CARLOS WILSON (PSDB-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o turismo somado à prestação de serviços é a indicação que todos os diagnósticos da situação da economia pernambucana apontam como alavanca, a médio prazo, para o desenvolvimento do Estado. A vocação para a área de serviços é uma constatação antiga. E de fato, nesta direção é que se fazem os esforços mais significativos, tanto de parte do empresariado quanto do governo, seja qual tenha sido a filiação partidária e até mesmo ideológica dos governadores que dirigiram Pernambuco nesses últimos 25 anos.

O turismo é atividade de pronta resposta econômica e social, gera a curto prazo empregos diretos e, muito especialmente, indiretos, ação de suma importância nos centros carentes, com excesso de mão-de-obra não-qualificada. O turismo permite a larga exploração de maior potencial nordestino, o litoral de verão quase permanente.

E muito já se fez em nosso Estado de infra-estrutura receptiva, de um conjunto competente de agências de viagens, algumas de longa experiência, inclusive internacional, até uma rede hoteleira significativa, que se expande a cada dia. As estradas que levam ao litoral Norte ou Sul estão concluídas e seguem em expansão.

Como governador, tive a honra de dar partida ao ambicioso e indispensável projeto de exploração do litoral Sul, empreendimento interestadual, o Costa Dourada, que vai nos abrir definitivamente as portas do turismo internacional de alta rentabilidade.

As obras do Costa Dourada estão só equacionadas e os projetos concluídos, mas já despertam enorme interesse no empresariado nacional e internacional. Ao longo do Costa Dourada, já existem projetos de hotéis de cinco estrelas concluídos, alguns já em construção. Mas todos esses aspectos positivos estarão ameaçados se o nosso mais importante suporte, o Aeroporto Internacional dos Guararapes, não acompanhar as exigências de uma demanda crescente.

De fato, o Guararapes é o mais importante aeroporto da Região, responsável por 60% dos passageiros internacionais que embarcam ou desembarcam no Nordeste, e por 80% do movimento de cargas. Há cerca de 17 anos, o Governo do Estado de Pernambuco, o empresariado e também a imprensa lutam para concluir a ampliação dos Guararapes. Muita coisa já se fez, especialmente na estação de passageiros, o Governo Federal foi sensível, a necessidade era óbvia. Mas, agora, a demanda crescente tornou o Aeroporto dos Guararapes deficiente. Sua pista de 3 mil metros, largura de 45 metros, não permite decolagens dos grandes aviões, com plena carga. Eles estão decolando com 20% menos de capacidade.

Os jornais do Recife chamam atenção para a necessidade urgente do aporte de recursos para conclusão da ampliação do aeroporto, sob pena de o Estado de Pernambuco perder a alta freqüência de vôos internacionais, argumento decisivo na luta pelo estabelecimento de um turismo de alta rentabilidade, exatamente o pensado para viabilizar o Projeto Costa Dourado, que já dispõe de financiamento internacional do BIRD.

Recentemente, o Ministro José Serra declarou que o Nordeste tem dois caminhos para superar ou ao menos suavizar suas imensas carências: agricultura irrigada nos vales do São Francisco e do Parnaíba e o turismo. É, pois, chegada a hora de converter em ação concreta o discurso que todos aprovamos. O aeroporto Guararapes é suporte indispensável ao turismo de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Suas obras de ampliação carecem de R$75 milhões do orçamento 1996/97.

Queremos sinceramente acreditar que o Governo Federal pretende seriamente impulsionar ações que não são mais tentativas, mas realidade concreta. Na verdade, espero uma participação efetiva do Governo Fernando Henrique Cardoso, num esforço para consolidar o turismo no Nordeste.

Muito obrigado.