Discurso no Senado Federal

REPETINDO A CITAÇÃO DE SEU NOME NO RELATORIO POLICIAL CONSTANTE DA MATERIA JORNALISTICA INTITULADA 'PC AJUDOU MUITA GENTE', PUBLICADA NO CORREIO BRAZILIENSE, EDIÇÃO DO ULTIMO DIA 7.

Autor
Bernardo Cabral (PFL - Partido da Frente Liberal/AM)
Nome completo: José Bernardo Cabral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • REPETINDO A CITAÇÃO DE SEU NOME NO RELATORIO POLICIAL CONSTANTE DA MATERIA JORNALISTICA INTITULADA 'PC AJUDOU MUITA GENTE', PUBLICADA NO CORREIO BRAZILIENSE, EDIÇÃO DO ULTIMO DIA 7.
Aparteantes
Josaphat Marinho.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/1996 - Página 9586
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • REPUDIO, INCLUSÃO, NOME, ORADOR, RELATORIO, AUTORIA, POLICIA FEDERAL, SUSPEIÇÃO, COMPROMETIMENTO, PAGAMENTO, DESPESA, PAULO CESAR FARIAS, EMPRESARIO, EPOCA, GESTÃO, FERNANDO COLLOR DE MELLO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR. BERNARDO CABRAL (PFL-AM. Pronuncia o seguinte discurso. ) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tomei conhecimento, hoje pela manhã - estava em Manaus - que o conceituado jornal Correio Braziliense, em sua edição de 07 de junho, à página 6, em matéria intitulada "PC ajudou muita gente" e com subtítulo "No relatório da Polícia Federal fica claro que ministros e autoridades do Governo já obtinham vantagens antes da posse de Collor", faz alusão a meu nome.

Assim é que, a certa altura, sob o título "muitos benefícios", lê-se: "O pagamento de despesas por parte de PC Farias beneficiou também, segundo o relatório, o ex-Ministro da Saúde, Alceni Guerra; o ex-Ministro da Justiça, Bernardo Cabral, hoje Senador pelo PFL do Amazonas...", alinhando ainda mais sete ex-ministros.

Quero repelir, frontal e da forma mais veemente, a inserção do meu nome nesse relatório policial. Primeiro, porque em nenhum instante tive despesas minhas pessoais pagas pelo Dr. Paulo César Farias ou por quem quer que seja do Governo Collor ou de qualquer outro que tenha passado neste País. Segundo: como fiz a campanha eleitoral para Presidente da República do saudoso Ulysses Guimarães, jamais freqüentei o Comitê Político do então candidato Fernando Collor, não tendo, conseqüentemente, qualquer relação de amizade com seus integrantes. Terceiro: cumprimentei, uma única vez, o Dr. Paulo César Farias, no aniversário do Presidente Fernando Collor, quando o conheci pessoalmente. Quarto: o Dr. Paulo César Farias nunca foi ao meu gabinete no Ministério da Justiça como, por igual, nenhuma vez sequer visitei o seu escritório.

E, por fim, em respeito à verdade histórica, nos sete meses que passei no Governo Collor - de março a princípios de outubro - ou, antes, no chamado "Bolo de Noiva", não presenciei, não participei, não beneficiei terceiros nem me beneficiei de quaisquer medidas que pudessem representar vantagens que a minha vida pública, ao longo de 40 anos, sempre repudiou.

O Sr. Josaphat Marinho - Permite-me V. Exª um aparte, nobre Senador Bernardo Cabral?

O SR. BERNARDO CABRAL - Pois não, nobre Senador Josaphat Marinho.

O Sr. Josaphat Marinho - V. Exª faz muito bem em ressalvar sua responsabilidade. Também outro dia, nobre Senador, um grande jornal publicou a minha inclusão entre os membros da bancada ruralista. No mesmo dia, ocupei a tribuna desta Casa, protestei, declarei que não integrava tal bancada, que não era proprietário rural, grande ou pequeno, nem tinha nenhum empréstimo com o Banco do Brasil. Encaminhei esse brevíssimo pronunciamento ao jornal. Nenhuma retificação foi dada. V. Exª faz muito bem em ressalvar a sua condição pessoal e de Ministro.

O SR. BERNARDO CABRAL - Agradeço a V. Exª, eminente Senador Josaphat Marinho, que me conhece desde que aqui cheguei, em 1967, como Deputado Federal, e sabe que uma das coisas que levaram à cassação do meu mandato e à suspensão dos meus direitos políticos por dez anos foi a independência com que sempre atuei e, devo ressaltar, aprendi com V. Exª, nas muitas vezes em que integramos uma comissão mista do Congresso Nacional.

Essa notícia não foi produção do jornal, mas sim desse chamado Relatório Policial, para o qual em nenhum instante fui convidado para saber se isso era verdadeiro. Faço esse registro porque quem não deve não teme. Aliás, é a primeira vez - V. Exª, Sr. Presidente, tem me acompanhado ao longo da minha vida pública - que meu nome é citado numa análise dessa natureza.

Ainda há pouco, conversava com o eminente Senador Roberto Requião e S. Exª me revelava algumas coisas. Faço essa retificação e, se eventualmente não for ela publicada no jornal, como aconteceu com o eminente Senador Josaphat Marinho, ficará nos Anais da Casa e, algum dia, alguém fazendo a história dos seus integrantes, fará a ressalva.

Era essa a comunicação, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/1996 - Página 9586