O SR. ROMEU TUMA (PSL-SP. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os jornais de São Paulo noticiam no dia de hoje que o bebê Bruno Santos Pereira da Silva, com pouco mais de 50 dias de vida, uma das mais de 400 vítimas da explosão ocorrida em um shopping da cidade de Osasco, teve alta da UTI.

Esse bebê e o bombeiro Gilson Belmonte emergiram dessa tragédia, que abalou o Brasil, como um símbolo de amor ao próximo. Manchetes de diversos jornais estamparam uma foto tocante, na qual o bombeiro, após um dramático resgate e já com a criança nos braços, demonstra esse sentimento fraternal no gesto de um beijo naquela pequena face ensangüentada.

Entretanto, esse subtenente do Corpo de Bombeiros, de 42 anos de idade, bombeiro há 23, recusa o destaque que a imprensa lhe concedeu. Segundo ele, todos os bombeiros já vivenciaram histórias tristes e bonitas, e, nesses momentos marcados pela dor e pelo desespero, todos os bombeiros tornam-se apenas instrumentos dos desígnios divinos.

O exemplo que fui buscar tem por objetivo homenagear os bombeiros brasileiros, que arriscam suas vidas pelas nossas todos os dias. Apesar de não ser hoje o "Dia Nacional do Bombeiro", que é oficialmente comemorado no dia 2 de julho, não podemos esquecer que, em todas essas trágicas oportunidades, esses anônimos soldados do fogo estão escrevendo páginas de heroísmo às quais nem sempre temos acesso ou das quais nem sempre temos conhecimento.

Na verdade, os bombeiros que atuaram no desastre de Osasco, assim como os que salvaram, em circunstâncias de extremo risco, pessoas que se encontravam no topo do edifício em chamas no incêndio que atingiu ontem a favela paulista de Heliópolis, são exemplos do heroísmo que invariavelmente está presente na atuação desses soldados.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com certeza ainda sob os efeitos emocionais dessas duas tragédias, tão próximas, que abalaram meu Estado e revelaram um trabalho eficiente e dedicado do Corpo de Bombeiros, rendo minha modesta homenagem a todos os seus integrantes, que arriscam suas vidas pelo ideal de uma missão que voluntariamente abraçaram. Na realidade, os bombeiros estão sempre em estado de alerta, prontos para a ação que lhes compete.

Inegavelmente, nossos bombeiros procuram cumprir cada vez melhor sua nobre missão. A eles não importa tamanho, diversidade ou complexidade dos modernos carros de bombeiros. Entretanto, necessário se faz - e as tragédias recentes reforçam essa constatação - que se destine a essa valorosa corporação uma gama mais expressiva de recursos financeiros e materiais que lhe ofereça as condições adequadas para desempenhar com segurança sua missão, não raro de alto risco. Inclusive quanto a serviços de resgate, de nada valeria a bravura e determinação desses tantos heróis se não tivessem à disposição os equipamentos imprescindíveis para sua atuação. Nos trágicos exemplos recentemente acontecidos, a contabilização de vítimas poderia apresentar cifras ainda mais dramáticas, caso não fossem utilizados equipamentos e técnicas modernos, que também foram responsáveis pelo salvamento de muitas vidas.

É fato que, à frente de cada equipamento, sempre existirão homens-heróis, pessoas determinadas que não se intimidam com o fogo, com as enchentes, com as tragédias e nem mesmo com o risco de suas próprias vidas. Mas há momentos em que não basta a coragem para se obter resultados. Quando se trata do socorro imediato a pessoas em situação de risco, ao salvamento de vidas, é determinante que se somem à coragem os meios que possibilitem um alcance imediato de soluções.

Registro desta tribuna, em nome do povo do meu Estado e no meu próprio, a gratidão de todos nós ao bombeiro, que se sacrifica em missões de socorro, desafiando a morte para resgatar vidas.

Aproveito a ocasião para comunicar às senhoras e aos senhores que, com muita honra e orgulho, acolhi convite formal da Academia de Oficiais do Corpo de Bombeiros de Brasília para, no próximo mês de julho, ser o patrono de sua nova turma de formandos. 

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.