O SR. BERNARDO CABRAL (PFL-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sei que outros oradores irão se ocupar desta matéria, mas eu não queria deixar de registrar que sempre defendi o princípio do planejamento, que é imperativo para o setor público e indicativo para o privado.

Desta tribuna, tenho feito minhas reclamações contra as desigualdades regionais. Tenho ouvido o Presidente da República dizer que vai proibir a transferência de recursos dos Estados mais pobres, das regiões menos favorecidas para as mais ricas.

Hoje, ouvi com cuidado, tanto na televisão quanto no rádio, a entrevista do Presidente da República sobre a passagem do segundo aniversário do Real. Se, em alguns instantes, o Presidente pode merecer crítica, é bom também que se registre o lado encomiástico, o lado positivo. O Chefe do Executivo fez uma longa exposição, demonstrando que o Governo tem mesmo que comemorar.

Dentre as anotações que fiz, Sr. Presidente, a estabilização é indiscutível e há uma queda acentuada nos juros. Sua Excelência fez um esboço desses dois anos.

O que tenho a analisar neste ponto? Eu diria que isso compete ao Líder do Governo ou ao Líder do Partido. A certa altura, o Presidente da República declarou - tornando sem efeito o que se vê em determinadas publicações - que tem recebido do Congresso a mais alta colaboração, o que, de resto, não deixa de ser uma realidade, porque em nenhum instante, teria essa Constituição sofrido um número de reforma tão grande, a pedido do Palácio, se não fosse a compreensão do Congresso.

De modo que, a minha observação, Sr. Presidente, é para dizer que, enquanto o Presidente da República merece loas por ter feito, ao longo desses dois anos, o Plano Real, uma manifestação à altura de quem exercita, com absoluta capacidade, o múnus de ser Presidente da República, a forma pela qual Sua Excelência se referiu ao Congresso foi um ato de justiça, e eu não poderia deixar de fazer esta comunicação.