Discurso no Senado Federal

COMENTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL O ESTADO DA S.PAULO, SOBRE O LEILÃO DE PREDIOS DO BANCO DA AMAZONIA - BASA, NO ESTADO DO ACRE, PARA PAGAMENTO DE PASSIVO TRABALHISTA A SEUS EMPREGADOS.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • COMENTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL O ESTADO DA S.PAULO, SOBRE O LEILÃO DE PREDIOS DO BANCO DA AMAZONIA - BASA, NO ESTADO DO ACRE, PARA PAGAMENTO DE PASSIVO TRABALHISTA A SEUS EMPREGADOS.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/1996 - Página 11530
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, LEILÃO, EDIFICIO SEDE, AGENCIA, BANCO DA AMAZONIA S/A (BASA), PAGAMENTO, DIVIDA, INDENIZAÇÃO TRABALHISTA, ENCERRAMENTO, ATIVIDADE, BANCO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC).
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, BANCO DA AMAZONIA S/A (BASA), NEGOCIAÇÃO, SINDICATO, BANCARIO, IMPEDIMENTO, FECHAMENTO, AGENCIA, PREJUIZO, ESTADO DO ACRE (AC).

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB-AC. Para comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Jornal O Estado de S. Paulo, edição de hoje, publica uma notícia, procedente do Estado do Acre, que reputo da maior gravidade para a economia do meu Estado e para a população de um modo geral. A notícia diz o seguinte:

      O Juiz da 3ª Junta de Conciliação e Julgamento do Rio Branco, Francisco Alves Calda, marcou para o dia 22 o leilão dos prédios onde funcionam as agências do Banco do Amazonas S.A. (Basa) no Acre. Nove edifícios serão leiloados. O dinheiro é para pagamento de uma dívida trabalhista, no valor de R$ 1.778 milhão, com 120 funcionários, que tiveram reconhecidos pela Justiça do Trabalho o direito de receber a Unidade de Referência Padrão (URP) de 1989.

      Com a venda dos prédios, o Basa deverá encerrar suas atividades no Acre. O Presidente do Sindicato dos Bancários no Acre, João Roberto Brana, afirmou que o fechamento das agências "será um duro golpe para o Estado". Segundo o sindicalista, a Diretoria do Banco se omitiu na busca de uma solução para evitar o leilão.

      O Superintendente do Basa no Acre, José Andrias Sarkis, afirmou que a orientação da Presidente do Banco, Flora Valadares, é deixar o leilão ocorrer.

Ora, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não chego sequer a admitir a possibilidade de o Banco da Amazônia encerrar as suas atividades no Acre, onde possui agências nos sete principais municípios, sendo o pioneiro no Estado. Muito antes de o Banco do Estado do Acre se instalar, o Banco da Amazônia já possuía agência em vários municípios, e essas agências são, em sua maioria, superavitárias e empregam mais de cem funcionários. Não é justo, portanto, que devido a esse anúncio da Justiça do Trabalho de realização de leilão de nove prédios, onde funcionam as suas agências, o Banco da Amazônia venha decidir encerrar as suas atividades no meu Estado. Isso é um fato inconcebível, injustificável.

Por essa razão, quero dirigir um veemente apelo à Presidente do Banco da Amazônia, Drª Flora Valadares -- que, por sinal, é acreana -- e ao Diretor de Crédito Geral, que também é do Acre, Sr. Jorge Nemetala, para que evitem a consumação dessa ameaça, encontrando, juntamente com o Sindicato dos Bancários do Acre, uma solução negociada, a fim de resolver a indenização trabalhista aos 120 funcionários do Banco, sem prejudicar o funcionamento normal das suas agências, pois, se isso acontecer, vai ser um verdadeiro caos.

Há municípios com apenas uma agência bancária, e essa é a do Banco da Amazônia, que é um Banco tradicional na Região. O BASA teve um papel importante na economia da borracha na Amazônia, na década de 40, época da Segunda Guerra Mundial, quando ele foi fundado e contou, inclusive, com capital dos Estados Unidos, para financiar a recuperação dos seringais nativos, a fim de fornecer borracha para o consumo dos Países Aliados, durante aquele conflito.

Justamente agora, quando o Banco da Amazônia conta com essa grande tradição e uma larga folha de serviços prestados à comunidade acreana, é que, em razão de uma questão trabalhista, pretendem encerrar suas atividades no Acre!

Não quero acreditar que isso venha a acontecer, em virtude da confiança que deposito na ação da Drª Flora Valadares, acreana de nascimento e ex-funcionária competente do Banco Central do Brasil, tendo prestado assinalados serviços como interventora no Beron e no Banco de Roraima, dentre outros méritos profissionais. Espero, pois, juntamente com sua Diretoria, que a presidente do BASA encontre uma solução para evitar que as agências do Banco venham a ser fechadas no meu Estado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/1996 - Página 11530