O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, estamos acompanhando pela imprensa o processo de privatização da Vale do Rio Doce.

Chamaram minha atenção as declarações do Governador de Minas Gerais, Sr. Eduardo Brandão de Azeredo, porque S. Exª propõe que seja entregue aos Estados o produto da venda da Vale do Rio Doce.

Essa empresa estatal foi criada porque particulares não tinham condições de levar avante um empreendimento dessa envergadura. Hoje, um dos objetivos da mudança do controle acionário da Vale é melhorar seu desempenho. A Vale do Rio Doce vai continuar atuando em todas as áreas onde está instalada. Teoricamente, vai continuar prestando um serviço importante nas diversas regiões do nosso País visando ao desenvolvimento.

Não há nenhum sentido em destinarmos as verbas provenientes da transferência acionária da Vale do Rio Doce para determinados Estados quando a Nação inteira aplicou recursos nessa empresa estatal. Temos de seguir a linha de raciocínio segundo a qual os recursos oriundos da transferência da Vale do Rio Doce devam ser aplicados em projetos de desenvolvimento, nos quais a livre empresa não tem condições de atuar.

Estamos colocando em dúvida o procedimento do Executivo. Ora, o Congresso Nacional deu prerrogativas ao Poder Executivo para realizar as privatizações. Então, não nos cabe colocar em dúvida o processo de privatização, antes de ter sido feita uma avaliação definitiva por empresas credenciadas nessa área.

Tenho a confiança de que o Presidente Fernando Henrique está acompanhando cuidadosamente esses processos, pois implicam valores muito altos, não tão altos quanto desejávamos, porque, infelizmente, com o Plano Real, vamos privatizar todas as estatais nacionais e não vamos cobrir o buraco aberto na rede bancária brasileira.

Em todo caso, creio que o caminho da privatização é o que devemos seguir.

Muito obrigado.