O SR. EPITACIO CAFETEIRA (PPB-MA. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é pena que só disponha de cinco minutos. Dessa forma, serei breve, mas quero ser incisivo.

Muitos políticos atingem o sucesso na vida pública. Mas o político verdadeiro é aquele que consegue ser polêmico, que tem uma legião de pessoas a favor e outra contra.

Logo após a palavra do nobre Senador Pedro Simon, quero citar um fato para relembrar os nossos tempos de MDB. Assisti anteontem, Sr. Presidente, na TVE, ao documentário "Muda Brasil". Até aí nada de mais.

Entretanto, esse documentário já havia ido ao ar anteriormente. E por que a reprise? Essa é a pergunta.

Naquele documentário, apareço em várias oportunidades acompanhando Tancredo Neves - éramos do MDB. Mas o que detectei no "Muda Brasil" foi a ênfase das câmeras nos cartazes da época que enxovalhavam o candidato do PDS, Paulo Maluf. A História, todo mundo a conhece, o documentário, esse já tinha sido exibido e a televisão é do Governo.

Neste momento, em que Paulo Maluf está desempenhando o mandato de prefeito e, em vez de estar pedindo, está trabalhando e construindo; neste momento, em que o Prefeito de São Paulo está nos Estados Unidos assinando um convênio para aumentar o número de prédios do Projeto Cingapura para tirar o povo da favela, neste momento o documentário é reprisado. É reprisado por quê? Porque o candidato de Paulo Maluf à prefeitura galga o segundo lugar nas pesquisas. A aceitação de Paulo Maluf e do candidato de Paulo Maluf é uma realidade. Então, é preciso enxovalhar Paulo Maluf.

Sr. Presidente, eu era do PMDB e lutava pelas "Diretas Já", lutava pela eleição de Trancredo para acabar com aquele rodízio de generais na Presidência da República. E, na realidade, não conhecia Paulo Maluf. Embora ele fosse Deputado, eu não o conhecia. E aceitei, como o resto do Brasil aceitou, todas as acusações feitas contra ele. Mas depois o que nós vimos? Nada provado contra Paulo Maluf. Nada! O povo de São Paulo elegeu-o prefeito da Capital e gostaria de reelegê-lo.

Queremos mostrar a V. Exª a reação do nosso Partido a isso. Queremos dizer aos adversários que estamos vivos. Pretendemos advertir ao Governo Federal, que é o dono da TVE, que sabemos que o episódio não foi casual. Tem objetivo e nós não aceitamos que continuem a tentar enxovalhar o adversário nas campanhas municipal e federal.

Tenho muito desprezo pelos políticos que, em vez de mostrar as suas qualidades, atribuem qualidades negativas a seus adversários. Ou seja, tentam criar uma situação para mostrar que são melhores porque os outros são ruins.

Sr. Presidente, não sei a quem atribuir uma legislação que permite, por exemplo, o que hoje a Folha de S. Paulo coloca no seu "Painel". Vou ler para que conste dos Anais da Casa. Vou ler para que saibamos que o trabalho para denegrir Paulo Maluf assume, às vezes, uma forma aberta, como foi o caso da TVE, e outras vezes uma forma anônima.

Diz a nota do jornal Folha de S. Paulo:

      "Inimigo Eletrônico

      Foi inaugurada na Internet uma página contra Maluf. O autor, identificado apenas como Tom B, pede que se tente censurá-lo para ganhar publicidade..."

Ora, uma legislação que permite o anonimato para se colocar uma página na Internet contra um homem público, contra um prefeito que está trabalhando, demonstra a mesquinhez reinante.

Sr. Presidente, a inveja fez Caim matar Abel. É ela também a causadora dessa campanha contra o Prefeito de São Paulo.

Passei a conhecer Paulo Maluf. Tenho a certeza hoje de que se trata de um grande brasileiro, que não só ameaça fazer o prefeito de São Paulo com a sua popularidade e com o seu trabalho, mas também é um candidato virtual à Presidência da República. Se não houver reeleição, com toda certeza estará eleito. Mesmo com reeleição, é um candidato para disputar a Presidência com o próprio Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Era esta a comunicação do Líder do Partido Progressista Brasileiro. Muito obrigado.