Discurso no Senado Federal

REPORTANDO-SE A VIDA DO PADRE FRANCISCO LUPPINO, EM HOMENAGEM AOS SEUS 50 ANOS DE ORDENAÇÃO.

Autor
Bernardo Cabral (PFL - Partido da Frente Liberal/AM)
Nome completo: José Bernardo Cabral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • REPORTANDO-SE A VIDA DO PADRE FRANCISCO LUPPINO, EM HOMENAGEM AOS SEUS 50 ANOS DE ORDENAÇÃO.
Publicação
Publicação no DSF de 19/07/1996 - Página 12666
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ORDENAÇÃO, FRANCISCO LUPPINO, SACERDOTE, ATUAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM).

O SR. BERNARDO CABRAL (PFL-AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ainda há pouco, o eminente Senador Lúcio Alcântara discorria sobre o novo Arcebispo de Fortaleza, Dom Cláudio Hummes. A vida traz essas coincidências.

Quero agora me reportar, numa homenagem que me parece de todo especial, à vida do Padre Francisco Luppino, que nasceu na Itália, numa pequena cidade chamada Catanzaro, a 20 de maio de 1921, tendo ingressado no Seminário de Ducenta no dia 1º de outubro de 1934.

Muito moço, chegava ele ao Amazonas. Terminávamos o Científico, no Ginásio Amazonense Pedro II, quando aquele Padre italiano começava a conviver, no bairro de Adrianópolis, com uma plêiade de rapazes jovens, todos querendo aprender um pouco de italiano, da vida.

O Padre Luppino havia estudado em Aversa, Milão e Tropea, tendo sido ordenado no dia 7 de julho de 1946, na Catedral de Aversa. Nos seus primeiros anos de Padre, formou muitos jovens seminaristas e estava chegando em Manaus exatamente para a Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, no bairro de Adrianópolis.

Tudo isso seria pouco se ele, que ali havia chegado em dezembro de 1948, não se tivesse naturalizado brasileiro em 1967.

Lembro-me das nossas desobrigas eleitorais, no interior do Amazonas, na cidade de Maués e, depois, na cidade de Parintins, onde ele ficou de 1961 a 1965. Durante dez anos, aqui, em Brasília foi Procurador-Geral do chamado PIME e, apesar de ter realizado, em 1977, um período de estudos na Itália, resolveu retornar à Diocese de Parintins e, ali, assumiu a Matriz do Sagrado Coração de Jesus.

Para quem conhece a Itália, Roma, as grandes cidades da Itália e resolve fixar-se no interior do Amazonas, é preciso ser não apenas um homem da Igreja Católica, mas um missionário de Deus, porque o Padre Luppino, e dou esse meu testemunho, conseguiu, em Manaus, fundar o Colégio Ângelo Ramazzotti. Ali fez o Jardim de Infância e a Escola Nossa Senhora de Nazaré. Depois, aqui mesmo em Brasília, fundou a Sociedade João XXIII, a Paróquia de Nazaré e o Centro João XXIII e construiu a sede da chamada Procuradoria do PIME.

Tudo isso seria pouco, Sr. Presidente, se no interior do Amazonas, no interior perdido, não tivesse implantado dez jardins de infância, que atendem 2.000 crianças; se não tivesse ajudado na fundação do Sistema Alvorada de Comunicação; se não tivesse modernizado a Escola de Áudio-Comunicação (surdos-mudos) de Padre Paulo Manna; se não tivesse reformado o Colégio Nossa Senhora do Carmo e se não tivesse informatizado a sua própria paróquia.

E por que então este registro? Exatamente porque o Padre Francisco Luppino acaba de fazer as suas bodas de ouro, o seu cinqüentenário em prol dos desassistidos, dos marginalizados, dos pobres, do que, hoje, se convencionou chamar os marginalizados da sociedade.

Quero, Sr. Presidente, na hora em que sei que Padre Luppino, na próxima semana, viajará para Roma, registrar desta tribuna não só o seu cinqüentenário como sacerdote, mas os meus agradecimentos, como amazonense, por tudo aquilo que ele fez em favor do meu Estado.

Era o registro que tinha a fazer, Sr. Presidente. Agradeço a V. Exª a deferência de ter permitido essa comunicação.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/07/1996 - Página 12666