O SR. ERNANDES AMORIM (PMDB-RO. Para comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o rebanho bovino brasileiro, estimado em 150 milhões de cabeças, é um dos maiores do mundo.

A pecuária brasileira, nos últimos tempos, teve notável avanço tecnológico, produzindo animais precoces, com carcaças maiores e maior rendimento unitário.

A defesa sanitária também avançou, tendo vários Estados brasileiros erradicado a febre aftosa em função de trabalhos realizados pelos governos estaduais e pelo Governo Federal.

Apesar deste grande esforço do Brasil, a exportação de carne bovina conta com sérias restrições no mercado externo.

Essas restrições contradizem o próprio conceito de globalização da economia.

Aliás, é de ressaltar que a globalização da economia tem beneficiado os grandes países em detrimento dos países de economia periférica ou em desenvolvimento.

Muito embora esses cenários promissores da pecuária brasileira, nem tudo é motivo de comemorações nesse setor.

Tem sido significativo o abate de matrizes bovinas, desde o início do PLANO REAL, mercê do empobrecimento da agropecuária nacional.

A descapitalização do campo, o endividamento do setor agrícola, a demora do programa de securitização da dívida agrícola, somente recentemente concluída, têm influenciado o descarte de boa parte das matrizes do rebanho bovino brasileiro.

Fatalmente, o abate de fêmeas, na quantidade que está ocorrendo, terá conseqüências para a economia pecuária brasileira.

No nosso entender, o Ministério da Agricultura já deveria iniciar um programa de fomento à reposição de matrizes bovinas, levando-se em conta, inclusive, o critério de qualidade.

Finalmente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tive oportunidade de visitar as Fazendas Santo Antônio e São Francisco, na região de Barretos, com capacidade para o confinamento de até 12 mil bois.

É um empreendimento que merece ser visitado, pela alta tecnologia empregada, sob o comando do empresário Theophilo Duarte do Valle.

A tecnologia empregada nessas fazendas não fica a dever à de nenhum país do primeiro mundo, mesmo sem qualquer apoio oficial e sem jamais ter tido qualquer financiamento de órgão de fomento.

Era o que eu tinha a dizer.