Discurso no Senado Federal

SOLIDARIZANDO-SE COM A FAMILIA DA ATRIZ DANIELLA PEREZ, POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DE SEUS ASSASSINOS, MARCADO PARA O PROXIMO DIA 28.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
JUDICIARIO.:
  • SOLIDARIZANDO-SE COM A FAMILIA DA ATRIZ DANIELLA PEREZ, POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DE SEUS ASSASSINOS, MARCADO PARA O PROXIMO DIA 28.
Publicação
Publicação no DSF de 13/08/1996 - Página 13815
Assunto
Outros > JUDICIARIO.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, FAMILIA, ESTADO DO ACRE (AC), VITIMA, HOMICIDIO, EXPECTATIVA, JUSTIÇA, JULGAMENTO, ACUSADO, REPUDIO, IMPUNIDADE, CRIME, BRASIL.

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, toda a sociedade brasileira já parece consciente de que a grande desgraça nacional é a impunidade, a certeza de que os criminosos ostentam de não pagar pelos delitos que praticam por mais bárbaros e injustificados que sejam.

Tenho abordado esse tema em diversas oportunidades, ao denunciar ou comentar irregularidades e casos de corrupção, violências ou qualquer das muitas práticas ilegais cometidas no uso de funções públicas e no desfrute de situações personalizadas.

A opinião pública está mobilizada, neste mês de agosto, para o julgamento do homicídio que vitimou a jovem atriz Daniella Perez e cujos acusados são o ex-ator Guilherme de Pádua e sua então esposa, Paula Thomaz. Os detalhes do caso já são do conhecimento público, num dos episódios mais marcantes e mais traumáticos das últimas décadas - e são detalhes escabrosos, revoltantes, que vão desde magia negra até as sucessivas versões esgrimidas pelos advogados dos réus.

Não vou incorrer no outro pecado nacional, o da leviandade e do julgamento açodado. O processo criminal é uma peça de circulação restrita e dele só tomaremos conhecimento integral durante o julgamento, marcado para o dia 28, quando as testemunhas serão chamadas a dizer o que viram ou tomaram conhecimento de alguma forma, fundamentando nos jurados o veredicto que deverá expressar a verdade dos fatos e suas conseqüências penais.

Não faço, portanto, juízo precipitado, mas, a exemplo de toda a sociedade brasileira, exijo punição para os responsáveis por tão bárbaro e chocante assassinato, que cortou uma das mais promissoras e florescentes carreiras artísticas de nossos tempos. O crime não poderá ficar impune; os criminosos têm de ser penalizados com a severidade que sua covardia e sua truculência exigem!

Tenho, como todos os acreanos, uma razão a mais para exigir uma reparação penal ao massacre que chocou o Brasil inteiro: a solidariedade para com a família da vítima, filha da nossa coestaduana Glória Perez.

A consagrada autora de novelas é, efetivamente, acreana de nascença, natural do Município de Rio Branco, filha do Ministro Miguel Ferrante, uma das maiores expressões da cultura regional e nacional. E sua família, como qualquer outra família envolvida nesse tipo de tragédia, exige e merece uma resposta da sociedade.

Tudo que se cobra é um julgamento severo, honesto e objetivo, que não permita ilusionismos tribunícios nem chicanices, atos protelatórios ou testemunhos distorcidos. Tenho, como todos os brasileiros, minhas convicções pessoais quanto ao episódio, mas confio na Justiça e nas pressões da sociedade para que se encontrem as verdadeiras motivações e se punam os criminosos, que sejam observados e computados todos os agravantes determinados pelo Código Penal.

Qualquer coisa menos do que isso será uma nova agressão à sociedade, já tão maltratada pelas notícias diárias que glorificam a impunidade - que, repito, é a grande desgraça nacional.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/08/1996 - Página 13815