Pronunciamento de Joel de Hollanda em 03/09/1996
Discurso no Senado Federal
50 ANOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.
- Autor
- Joel de Hollanda (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
- Nome completo: Joel de Hollanda Cordeiro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- 50 ANOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/09/1996 - Página 15435
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE), INICIO, ENSINO SUPERIOR, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE.
O SR. JOEL DE HOLLANDA (PFL-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, 1996 registra um marco histórico para meu Estado. Neste ano, a Universidade Federal de Pernambuco completa meio século.
Cinqüenta anos é pouco, bem sei. Sobretudo se pensarmos nas vetustas universidades européias. A Itália, já no Século XI, abrindo as portas do saber da Universidade de Salerno. No século seguinte, Bolonha tinha quatro universidades, correspondentes a lombardos, toscanos, romanos e ultramontanos. Nos Séculos XIII e XIV surgiram as de Pádua, Nápoles, Siena e Pisa.
A Universidade de Paris originou-se da escola dialética que, nos princípios deste milênio, exatamente em 1.170, contava com organização definida. Alguns anos depois, de posse do reconhecimento papal, tornou-se o mais importante centro de estudos teológicos da Idade Média e modelo para as universidades criadas na Inglaterra e nos países das Europa Central.
Até 1.500, ano do Descobrimento do Brasil, muitas grandes universidades espalhavam seu saber pelo Velho Mundo. A de Oxford já era citada em 1168; a de Cambridge, em 1233. A de Valladolid e Salamanca serviram de modelo à Universidade da Alcalá, fundada em 1409. As de Praga, Cracóvia, Viena, Heidelberg, Colônia, Louvain e Budapest destacaram-se desde cedo na Europa Central.
No apagar das luzes do século XIII, precisamente em 1290, foi criada a primeira universidade de Portugal - a de Coimbra, que formou grande parte de nossos intelectuais no período do Brasil colonial.
Em nosso País, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a experiência universitária começou tarde. Ao contrário da América Espanhola, que no final do século XVI já contava com seis universidades, e no século XIX, quando dos movimentos de independência, orgulhava-se de suas 19 instituições de nível superior, o Brasil só em 1920, com a criação da Universidade do Rio de Janeiro, veio conhecer a primeira.
Até então, o país contentava-se com escolas superiores. Ao ser proclamada a República, em 1889, funcionavam aqui só cinco faculdades: duas de Direito - São Paulo e Olinda; duas de Medicina - Salvador e Rio de Janeiro; e uma Politécnica - Rio de Janeiro.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o meio século da Universidade Federal de Pernambuco, visto no contexto mundial, significa muito pouco, talvez a gestação de um projeto maior. Mas, considerado na nossa realidade, em que a instituição universitária mais antiga tem 76 anos, adquire dimensão diferente.
Instalada em 11 de agosto de 1946, a antiga Universidade do Recife passou a ser a primeira Universidade do Norte e Nordeste do Brasil, constituindo-se o grande centro do saber das duas Regiões.
Inicialmente reunia as duas escolas superiores então existentes: a vetusta Faculdade de Direito, fundada em 1927; a Escola de Engenharia, criada em 1895; a Escola de Farmácia, de 1903; a Faculdade de Medicina, de 1915; a Escola de Artes de Pernambuco, de 1932; e a Faculdade de Filosofia de Pernambuco, de 1941.
Essa primeira semente germinou. Cresceu e deu frutos. Incorporou e criou novas escolas superiores. Instalou os institutos de pesquisa que serviram de elo entre a transmissão do conhecimento e a investigação científica.
Hoje, a Universidade Federal de Pernambuco tem nove unidades, que congregam 62 departamentos acadêmicos. Oferece aos quase 24 mil alunos 56 cursos de graduação, 28 de especialização, 42 de mestrado e 19 de doutorado.
Nesses 50 anos, há muito para comemorar. Há o passado que orgulha, o presente que desafia e o futuro que se avizinha. Entregue ao talento administrativo do Reitor Mozart Neves Ramos, a ainda jovem UFPE continuará a prestar bons serviços à causa da educação não só dos pernambucanos, mas de todos os brasileiros, sobretudo os do Norte e Nordeste, que mais se abastecem em suas fontes.
Parabéns a você, Universidade Federal de Pernambuco. Parabéns a vocês, pernambucanos. Parabéns aos brasileiros. A festa é de todos nós.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.