O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em verdade, sigo na esteira do contentamento manifestado pelo nobre Senador que me antecedeu na tribuna e que representa o Estado de Tocantins, o Senador Leomar Quintanilha.

Mato Grosso do Sul também hoje, pela primeira vez nesta Legislatura, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, logrou aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos de um pleito que muito vai contribuir, depois de aprovado pelo Plenário da Casa, para o desenvolvimento daquele Estado.

Trata-se de uma velha aspiração do povo sul-mato-grossense ter na região da Grande Dourados, entre os Municípios de Naviraí e Angélica, numa extensão de 90 quilômetros, aquela importante via de tráfego pavimentada. E a Comissão de Assuntos Econômicos, muito sensível, por unanimidade praticamente, com exceção do voto do nobre Senador Lauro Campos, houve por bem atender a mensagem do Executivo que incorporava, como ainda incorpora, o justo pleito do Estado do Mato Grosso do Sul.

Assim, registro no plenário desta Casa, embora o assunto ainda não esteja em votação, a minha alegria, o meu contentamento por ter relatado a matéria e por ter encontrado, no seio dos meus pares integrantes daquela Comissão, o amparo indispensável para ver e para contribuir para que essa antiga e justa aspiração do povo sul-mato-grossense se concretize o mais rapidamente possível.

Vejo também com alegria o Senado da República caminhando em busca de uma solução que melhor atenda os interesses da Federação brasileira. Digo bem Federação brasileira, se me permitem a falta de modéstia. E por quê? Porque lá na Comissão vimos hoje que não se pode realmente tratar igualmente Estados desiguais. Assim é que vimos que Estados pequenos, como os Estados de Mato Grosso - cujo Relator na Comissão foi o Senador Carlos Bezerra - e o de Tocantins, tiveram seus pleitos apoiados justamente e na mesma oportunidade em que um pleito das Centrais Elétricas do Estado-líder, do Estado-locomotiva da Federação, também foi aprovado. Assim é que vi lá que o Estado de Mato Grosso, por exemplo, conseguiu ter a rolagem da sua dívida mobiliária em 100%, porque o Senado aceitou a argumentação de que na Federação brasileira os Estados mais necessitados são realmente os Estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste.

Quero até aproveitar esta oportunidade, pois faço o meu pronunciamento olhando para dois líderes do Centro-Oeste; referi-me ao Senador Carlos Bezerra e não posso deixar de me referir a esse extraordinário homem público do Estado de Goiás, o Senador Iris Rezende, que tanto tem lutado para que o Centro-Oeste alcance, dentro da Federação brasileira, o lugar que merece para ajudar no progresso e no desenvolvimento do nosso País.

Lembro os Constituintes de 1988. Foi preciso que se unissem essas três Regiões, os Estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, para que obtivéssemos na Carta Magna de 1988 a criação dos Fundos que, apesar dos juros elevadíssimos, muito têm contribuído para o progresso e o desenvolvimento daquelas Regiões e dos seus respectivos Estados.

Portanto, rapidamente, faço esta manifestação de regozijo e de cumprimento ao Senado da República, já que uma das missões, senão a principal, desta Casa é buscar o equilíbrio da Federação brasileira, fazendo com que todos tenham parcela idêntica no contexto nacional. Por isso, o Senado da República, acima de tudo, representa a Federação brasileira.

Hoje, assisti aos debates na Comissão de Assuntos Econômicos, onde ouvi pontificar também a voz coerente do Senador Vilson Kleinübing, sempre intransigente, porém, ao mesmo tempo, mostrando compreensão. S. Exª é intransigente no controle da dívida dos Municípios, dos Estados e da União, mas também mostrou-se compreensivo quando nos referimos aos problemas vividos hoje pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em dificuldades com a folha de pagamento dos servidores públicos, em dificuldades para arrecadar, porque esses Estados têm a sua economia embasada, praticamente, na agricultura e na pecuária, e por esse motivo estão sofrendo muito no seu processo de arrecadação.

Assim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço este registro com muita alegria, esperando que o Plenário, com toda a certeza, daqui a alguns dias, coloque também o seu referendo às deliberações que forem tomadas pela Comissão de Assuntos Econômicos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.