O SR. ADEMIR ANDRADE (PSB-PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, gostaria de registrar que o Partido Socialista Brasileiro reuniu, minutos atrás, toda sua executiva nacional, com a presença do nosso Governador Miguel Arraes, e os quatro candidatos a prefeito nas capitais que disputam o segundo turno nas eleições de 15 de novembro vindouro.

Estavam conosco Célio de Castro, vencedor nas eleições de Belo Horizonte, a companheira Vilma Maia, vencedora nas eleições de Natal, a companheira Kátia, vencedora nas eleições de Maceió, sucedendo o Prefeito do PSB, Ronaldo Lessa, e o companheiro Serafim Corrêa, que disputa também o segundo turno na eleição de Manaus.

O Partido como um todo fez uma avaliação desse processo eleitoral e entende que a conscientização política do povo brasileiro aumentou profundamente e há uma tendência enorme deste crescimento. Analisamos, inclusive, o fato de que em duas dessas capitais, Natal e Maceió, duas mulheres disputam o segundo turno, uma do PSB e a outra do Partido dos Trabalhadores.

É interessante notar que, no caso de Belo Horizonte, o PT agora manifesta seu total apoio à candidatura de Célio de Castro, assim como em Manaus também apóia o nosso companheiro Serafim Corrêa, agora no segundo turno.

E nós estamos divergindo nas duas capitais. Mas, apesar das divergências, temos a consciência de que os partidos normalmente interessados em concretizar o processo democrático neste País, fazer com que na democracia, de fato, prevaleça a vontade da maioria, esses partidos crescem no Brasil inteiro. Nós olhamos com otimismo o resultado destas eleições.

O PSB fez no Brasil inteiro 180 novos prefeitos, batendo evidentemente o seu recorde. Em Pernambuco, onde aliás o Governador é também o Presidente de nosso Partido, o PSB elegeu 81 prefeitos, praticamente 50% do total das prefeituras de Pernambuco entre outras que elegemos em coligação.

Eu gostaria de ressaltar também a atuação do PSB no Estado do Pará. Em primeiro lugar, a atuação na capital, Belém, onde nosso Partido apoiou o candidato do PT, Edmilson Rodrigues e Na Júlia Carepa, unidos ao PCdoB, ao PPS, ao PSTU, ao PMN, ao PCB, enfim, todos os partidos de esquerda trabalharam juntos nessa campanha.

Iniciamos o processo eleitoral com apenas 5% na primeira pesquisa do Ibope, e terminamos, depois de uma brilhante campanha, com um resultado de 46% dos votos da capital do Estado do Pará, derrubando, portanto, a força das oligarquias locais, de um lado representadas pelo PMDB do Senador Jader Barbalho, do outro lado, representadas pelo atual prefeito de Belém, Hélio Gueiros, que comanda o PFL.

Vamos disputar a eleição com um candidato do PT, que tem o apoio da prefeitura e o apoio do Governador do Estado, mas que atingiu apenas 18% dos votos na capital. Então, estamos com a vitória praticamente assegurada. Já estamos pensando, na verdade, em programa de governo. E a história do Pará muda com esse resultado político.

Quero dizer também que o meu partido, especificamente, elegeu 6 prefeitos no Estado do Pará, entre eles o prefeito da quarta maior cidade do Pará, Itaituba, o médico Edilson Botelho; o prefeito de Igarapé-Miri, o também médico Mário Leão; o prefeito de Nova Timboteua, Sr. Manoel Nogueira; o prefeito de Piçarra, no sul do Pará, Sr. Milton Freitas; o prefeito de São João de Pirabas, um funcionário público que tinha um salário de R$180, que com muito trabalho e com muita garra conseguimos eleger, Edivaldo da Costa; e o prefeito de Tailândia, o Sr. Nazareno Souza.

O PSB elegeu, em coligação, 11 vice-prefeitos e algo em torno de 120 a 150 vereadores no Estado. Em algumas cidades o processo de apuração ainda está por se definir, mas, dos 142 municípios do Estado do Pará, o PSB tem presença de mandatos eletivos já garantida em 72 municípios, portanto, em mais de 50% daquele Estado. Isso coloca uma nova perspectiva de futuro para o Estado do Pará.

O PSB acredita na possibilidade de crescer juntamente com o PSB, PT, PCdoB, PPS, PV, PCB e PSTU. Acreditamos que esse processo vai modificar a política do nosso Estado, porque as próprias forças que hoje detêm o poder político no Estado do Pará compreenderam o crescimento da nossa força e a necessidade de mudar a sua forma de fazer política e, evidentemente, tentarão governar melhor do que estão governando. Isso é bom para todo o Estado do Pará.

O crescimento das forças de oposição no Estado do Pará melhora a vida de todo o povo, porque fará com que o atual Governador, o atual Prefeito de Belém, o próprio PMDB, que tem expressão no nosso Estado, repensem a sua forma de se conduzir dentro do nosso Estado e passem a agir um pouco como agimos, passem a chegar perto daquilo que o povo quer e deseja.

Com muita alegria, faço, aqui no Senado Federal, esse relato das vitórias que obtivemos no nosso Estado, inclusive da nossa vitória no Município de Tucuruí, um dos maiores do Estado do Pará, onde o PSB ganhou em coligação. Creio que isso é bom para o Pará, como está sendo bom para o Brasil.

Faço votos de que os candidatos do PT ganhem no segundo turno na maioria das capitais onde estão disputando. Nós, do PSB, procuraremos contribuir para que isso ocorra. Evidentemente teremos divergências em Natal e Maceió, mas isso não fere nem compromete o entendimento permanente que devemos por um Brasil melhor, mais democrático. Creio que o PT e o PSB, apesar de disputas eleitorais em alguns lugares e de divergências na luta sindical e popular, devem permanecer unidos, e tenho certeza de que permanecerão, independente dessa disputa.

Era esse o registro que gostaria de fazer na sessão de hoje.

Muito obrigado.

Peço, Sr. Presidente, que conste nos Anais da Casa um levantamento do resultado eleitoral do nosso Partido.