O SR. ROMERO JUCÁ (PFL-RR. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, pedi a palavra para registrar que dei entrada, na tarde de hoje, a um requerimento solicitando que a Comissão de Assuntos Econômicos convoque o Presidente da Caixa Econômica Federal, Sr. Sérgio Cutolo dos Santos, para, no plenário da Comissão, prestar esclarecimentos sobre as graves denúncias formuladas pelo jornalista Aloysio Biondi em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo de hoje, 17 do corrente mês.

Aloysio Biondi, entre outras questões, coloca alguns pontos que vou mencionar.

      "A Caixa Econômica Federal pertence ao Governo, isto é, à sociedade. Ela continua a ser transformada pela equipe FHC/BNDES em um imensa lixeira na qual os bancos privados, mesmo os altamente lucrativos, descarregam todos os negócios que lhes dão prejuízos.

      O Presidente da CEF, o Sr. Sérgio Cutolo, tem tido a ousadia de declarar que a compra de "carteiras imobiliárias" (contratos de empréstimos para a compra de imóveis) pertencentes a bancos privados é um alto negócio.

      Chega a dizer que a CEF está em busca de "ativos rentáveis e de liquidez" (de fácil negociação). É. Tão rentáveis e tão líquidos que o governo acaba de lançar um pacote (mentirosamente) habitacional para o mutuário renegociar os seus contratos."

Diz ainda o jornalista:

      "A CEF "comprou" a carteira imobiliária do Banco Econômico "vendido" ao Excel. Negociação? "A carteira imobiliária não foi aceita pelo Excel porque continha créditos de difícil cobrança". Explicação do Presidente do Excel, Ezequiel Nasser, à Imprensa (26 de abril deste ano).

      Até hoje o Banco Central e a equipe FHC/BNDES não explicaram à sociedade em que lei se basearam para fazer uma esquisitíssima operação de "compra" dos créditos do FCVS (sobra dos contratos de compra da casa própria) que bancos privados teriam a receber do Tesouro."

Sr. Presidente, estamos convocando o Sr. Sérgio Cutolo, porque, não só nessa questão, mas também na gestão da Caixa Econômica, tem deixado a desejar. Temos recebido inúmeras reclamações de funcionários da equipe técnica da Caixa Econômica e também de diversos segmentos da sociedade sobre a desestruturação daquele órgão nesses últimos dois anos.

Quero testemunhar, em relação ao Estado de Roraima, que, na Amazônia ocidental, a Caixa Econômica regrediu, fechou escritórios, fechou agências, enfim, involuiu como agente de desenvolvimento e de financiamento que deveria ser.

Por tudo isso, estamos apresentando este requerimento e esperamos que o Sr. Sérgio Cutolo dos Santos preste os esclarecimentos necessários ao Senado e à Nação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.