Discurso no Senado Federal

REPUDIO A REPRESENTAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES CONTRA S.EXA. E ENCAMINHA A MESA UMA REPRESENTAÇÃO CONTRA O SENADOR EDUARDO SUPLICY, PELAS RAZÕES QUE EXPÕE.

Autor
Odacir Soares (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: Odacir Soares Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO.:
  • REPUDIO A REPRESENTAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES CONTRA S.EXA. E ENCAMINHA A MESA UMA REPRESENTAÇÃO CONTRA O SENADOR EDUARDO SUPLICY, PELAS RAZÕES QUE EXPÕE.
Publicação
Publicação no DSF de 23/11/1996 - Página 18883
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • JUSTIFICAÇÃO, ATRASO, ENTREGA, RESPOSTA, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, MINISTERIO DA FAZENDA (MF).
  • CRITICA, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REPRESENTAÇÃO, CONTESTAÇÃO, ORADOR.
  • DENUNCIA, TENTATIVA, UTILIZAÇÃO, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, INTERFERENCIA, ELEIÇÕES, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • APRESENTAÇÃO, REPRESENTAÇÃO, CONTESTAÇÃO, EDUARDO SUPLICY, SENADOR.

           O SR. ODACIR SOARES (PFL-RO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recebi, como uma injustificável e descabida agressão, a Representação oferecida a esta Presidência, contra minha pessoa, pelo Partido dos Trabalhadores - PT, por instigação de um de seus mais aguerridos escudeiros, S. Exª o Sr. Senador Eduardo Suplicy.

           Que fiz, Sr. Presidente, ou que deixei de fazer, para ser tão duramente incriminado na citada Representação, como retentor culposo das informações prestadas pelo Banco Central do Brasil em resposta ao Requerimento do denodado Senador Suplicy?

           Que fiz, Sr. Presidente, para ser injustamente inquinado de responsável por omissão grave e pelo retardamento propositado da entrega de tais informações ao ilustre e açodado requerente ?

           Que fiz, Sr. Presidente, para ser arrolado como culpado dos delitos de prevaricação, de violação da ética e do decoro parlamentar, ou de incurso em grave, deliberada e intencional omissão de meu dever funcional, tudo isso movido pelo desejo de satisfazer interesses mesquinhos e pessoais ?

           Tudo o que fiz ou deixei de fazer, Sr. Presidente, foi exposto com toda a clareza e veracidade, nas explicações solidamente documentadas, que prestei ao ilustre representante do PT, na sessão legislativa de 18 do corrente.

           Tudo o que fiz ou deixei de fazer, Sr. Presidente, é de novo relatado, com total transparência, em documento que trago aqui comigo, e que, ao término deste pronunciamento, farei chegar às mãos de V. Exª.

           Todavia, para ser breve, resumirei todas as alegadas culpas num único e gravíssimo delito. Ei-lo:

           Por razões totalmente imprevistas, por uma conjugação de procedimentos inadequados, envolvendo a expedição de documento reclamado pelo meu ilustre denunciante e, a despeito das providências tempestivas que tomei para que tal documento chegasse às suas mãos em tempo hábil, este, na verdade, só lhe pôde ser encaminhado, obedecidas todas as exigências regimentais, com um retardo de 4 dias, nestes incluindo um feriado, um sábado e um domingo!

           Ora, por que essa ocorrência acidental e irrelevante provocou tamanha ira do aguerrido Senador Suplicy, a ponto de desencadear toda essa ruidosa e desproposital atoarda, que ele, não fugindo à tradição petista, tem sabido tão bem orquestrar?

           É que, Sr. Presidente, involuntariamente e sem qualquer ação nem omissão deliberadas de minha parte, privei o ínclito e democrático representante do PT de encenar uma estrepitosa instrumentalização do instituto regimental do Requerimento de Informações.

           Valendo-se dele, a banda de música do PT, tendo o Senador Suplicy à sua frente, intentaria, leviana e criminosamente, alterar os rumos inconfundíveis já delineados pelo eleitorado da capital paulista.

           Obsecado por esse intento e frustrado por não tê-lo podido consumar, o ilustre Senador Suplicy, contrariando sua postura habitual de lhaneza e de afabilidade no trato com seus Pares, investiu contra a pessoa do 1º Secretário, surdo às explicações que este serenamente lhe havia prestado, e saiu, por ai, atropelando terceiros, incitando a imprensa e, sobretudo, desrespeitando as sábias normas Constitucionais e Regimentais.

           É por isso, Sr. Presidente, e pelo indeclinável dever de defesa de minha reputação pessoal, que estou, neste momento, fazendo entrega a V. Exª, como Presidente da Casa, da presente Representação que ofereço contra o Senador Eduardo Suplicy. E, como é do meu feitio, faço-o, de peito aberto, sem me acobertar sob o manto de meu partido, que paira muito acima de incidentes menores e irrelevantes como este em que me envolveu o açodamento do preclaro Senador por São Paulo.

           Para plena transparência de tudo o que relatei, peço vênia, Sr. Presidente, para fazer a leitura da citada Representação, cuja cópia requeiro seja anexada ao texto de meu pronunciamento.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/11/1996 - Página 18883