Discurso no Senado Federal

VISITA DA COMISSÃO DO COMITE OLIMPICO INTERNACIONAL AO RIO DE JANEIRO, OCASIÃO EM QUE FOI APRESENTADO O PROJETO PARA SEDIAR AS OLIMPIADAS 2004.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • VISITA DA COMISSÃO DO COMITE OLIMPICO INTERNACIONAL AO RIO DE JANEIRO, OCASIÃO EM QUE FOI APRESENTADO O PROJETO PARA SEDIAR AS OLIMPIADAS 2004.
Aparteantes
Jefferson Peres, Ney Suassuna, Pedro Simon, Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 29/11/1996 - Página 19241
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • DEFESA, REALIZAÇÃO, OLIMPIADAS, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), POSSIBILIDADE, ATRAÇÃO, FINANCIAMENTO, MUTIRÃO, ESTADO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), SOCIEDADE CIVIL, MELHORIA, CIDADE, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.
  • REGISTRO, UNIÃO, BANCADA, CONGRESSISTA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), POPULAÇÃO, ESCOLHA, SEDE, OLIMPIADAS, CAPITAL DE ESTADO.

A SRª BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na semana próxima passada, o Rio de Janeiro recebeu a comissão que está examinando as cidades candidatas a sediar as Olimpíadas do ano 2004. Venho à tribuna para falar da importância desses jogos olímpicos de 2004 não apenas para o Rio de Janeiro, mas também para o Brasil.

O primeiro ponto que eu gostaria de enfocar é que essa ação não pode e não será apenas decisão de alguns ou patrimônio de outros; sobretudo, ela deve estar associada à possibilidade de a cidade do Rio de Janeiro receber financiamentos, obter recursos para que possamos investir não só em lugares previstos para alojamentos e jogos das Olimpíadas, caso sejamos vitoriosos, mas também para fazer da cidade e do Estado do Rio de Janeiro um espaço de destaque na economia do País.

Na verdade, perdemos consideravelmente quando vimos o Estado do Rio de Janeiro em meio a notícias de violência na cidade e que eram exportadas para o mundo; vimos o Estado do Rio de Janeiro - que era colocado como o segundo PIB brasileiro e cuja capital é chamada de a cidade maravilhosa - ser exportado como o Estado mais violento, o mais desassistido; e vimos, finalmente, o empresariado se debandar para São Paulo e outros Estados sem que pudéssemos fazer algo. Houve um esvaziamento econômico de tal natureza que aumentou notavelmente o número de desempregados no meu Estado.

E o Rio de Janeiro também sofreu, porque não teve as políticas públicas prioritárias voltadas para os setores marginalizados da sociedade carioca. Tivemos a oportunidade de ver, por muitos e muitos anos, barracos que deslizavam por falta de contensão de encostas, rios que transbordavam, a baía poluída e uma série de outras necessidades em meio ao esvaziamento econômico do nosso Estado.

Ora, isso tudo fez com que pudéssemos ver, nessa perspectiva evidente das Olimpíadas 2004, o momento de, em grande mutirão com forças políticas do Estado, organizações não-governamentais, sociedade civil e população como um todo, juntos, fazermos verdadeiramente do Rio de Janeiro a cidade campeã. Para isso estamos buscando todo o respaldo. Sabemos que teremos a iniciativa pelo Senado de uma moção de apoio que deverá ser votada esta semana ou na próxima, quando esta Casa irá manifestar o seu apoio para que os Jogos Olímpicos de 2004 aconteçam na cidade do Rio de Janeiro. Estamos em entendimento - e é importante dizer -, coesos, independentemente das nossas siglas partidárias, junto ao Governo Federal, ao Governo do Estado e ao Governo Municipal, para que possamos garantir que as Olimpíadas de 2004 aconteçam no Rio de Janeiro.

Lembro-me de que em um jantar em homenagem a essa Comissão, com a presença do Presidente da República, um de seus integrantes ficou impressionado por saber que somos Oposição ao Governo. Eu disse que nem tanto, que estamos juntos na campanha pela realização das Olimpíadas de 2004, no Rio de Janeiro. Eu disse, também, que tinha absoluta certeza de que a Bancada do Estado Rio de Janeiro - não a partidária, mas a dos Parlamentares do Estado - estava coesa na defesa desse interesse da cidade, e que o Presidente da República poderia e estaria contando conosco. Por isso, a minha presença ali, naquele momento, quando estávamos recebendo e homenageando aquela Comissão.

Ficou também a Comissão impressionada com a cidade, apesar de ter chegado ao Rio de Janeiro sob uma chuva intensa - e o Brasil inteiro estava orando para que a chuva parasse, porque queríamos que eles vissem que o Rio é uma cidade linda e maravilhosa. Mesmo assim, eles tiveram oportunidade de ver o potencial da cidade. Um medo atroz tomou conta de nós, porque, como cariocas, como moradores do Estado do Rio, ficamos pensando: e se começam a deslizar os barracos? E se começa a haver inundações no Rio? E havia aquela coisa toda na nossa cabeça, uma preocupação enorme, mas assim mesmo estávamos torcendo. E quis Deus, pela sua infinita misericórdia, que, no domingo, tivéssemos um dia de sol. Pudemos fazer a apresentação de tudo o que acumuláramos até então na área do esporte, no Estado do Rio de Janeiro.

Foi importante termos conseguido não apenas impressionar - é claro que a Comissão não se declarou, evidentemente, favorável, porque não caberia, à cidade do Rio de Janeiro -, mas mostrar que existe sobretudo o apoio da população, sobretudo a de baixa renda, que foi para a rua, pois estamos fazendo com ela um trabalho que consideramos muito importante, através do Ministério Extraordinário dos Esportes, e que tem melhorado as condições do esporte nas comunidades carentes. O Ministro Pelé está, através do Indesp, fazendo um trabalho excelente nas comunidades, que foram para o asfalto e ali apresentaram, representaram e contribuíram, evidentemente, para mover ali o coração e as intenções daquela Comissão.

E é importante isso porque queremos recuperar o Município do Rio de Janeiro, queremos uma ação social e não apenas o momento de lazer, que também é importante; queremos que os recursos ali garantam, antes, durante e após as Olimpíadas, condições dignas de moradia, de educação, de emprego, de turismo, para a nossa cidade, que é maravilhosa. Queremos receber novamente o apoio internacional e que os empresários voltem a acreditar naquele Estado, voltem a investir nele, a fim de que possamos garantir o emprego, e possamos ter a certeza de que contribuímos para que houvesse uma reurbanização da cidade do Rio de Janeiro.

O Sr. Ney Suassuna - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA - Concedo o aparte ao Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna - Nobre Senadora Benedita da Silva, o assunto que V. Exª leva a essa tribuna não é do interesse da Bancada do Rio de Janeiro apenas, mas do Brasil. Interessa a todo o País que o Rio de Janeiro seja a cidade escolhida. Por quê? O Rio de Janeiro é a vitrina do Brasil. Nós temos um movimento maior de saída do que de entrada de turistas no País. Se a cidade do Rio de Janeiro for bem divulgada, com certeza trará um número incrível de turistas ao Brasil. Mas, com certeza, a melhoria da qualidade de vida no Rio de Janeiro, ocasionada por um evento como esse, vai dar à cidade outro impulso, a exemplo da ECO-92. E, mais do que isso, com toda certeza vai haver uma redução grande nos índices de violência. Esses índices vão cair. A prática de esportes vai fazer com que haja uma diminuição do consumo de tóxicos por parte da juventude, daqueles que estão titubeando. Eles vão mudar quando puderem ver a beleza do esporte. São muitos os fatores: vamos ter redução dos índices de violência, vamos ter diminuição do movimento do tóxico, que investe contra a nossa juventude a torto e a direito; vamos ter o Brasil mostrado através de sua vitrina e isto vai mexer com a cabeça dos nossos habitantes, não só do Rio de Janeiro, mas de todas as capitais. O Brasil vai ter orgulho, por isso estamos torcendo, com a Bancada do Rio de Janeiro, independentemente de partido, de ideologia, para que o Rio seja a nossa grande praça de esportes em 2004. Sucesso é o que desejamos ao nosso Rio de Janeiro.

A SRª BENEDITA DA SILVA - Obrigada, pelo aparte de V. Exª.

O Sr. Pedro Simon - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Pedro Simon - Nobre Senadora, creio que o Colega de Partido que me antecedeu já fez uma análise importante. Não é apenas a do Rio de Janeiro. V. Exª disse que, em se tratando das Olimpíadas, os representantes de todos os partidos constituem a Bancada do Rio de Janeiro. Mas V. Exª pode ir além disso. Existe a bancada de todos os Estados do Brasil que defende a realização dessas Olimpíadas no Rio de Janeiro. Não tenho qualquer dúvida de que emociona o trabalho, o esforço uníssono que vêm fazendo os nossos amigos, os nossos irmãos do Rio de Janeiro em busca desse objetivo. Acompanhamos pela televisão, embora infelizmente tenha chovido a maior parte do tempo, mas mesmo assim foi perceptível e emocionante o trabalho, a presença, a unanimidade dos habitantes do Rio, pois um dos quesitos principais para a escolha da cidade é a simpatia e o desejo que a cidade tem de sediar as Olimpíadas, a preocupação, o carinho, a vocação para o esporte ou não de determinada cidade. O Rio de Janeiro reúne todas as condições, reúne todas para ser a futura sede das Olimpíadas. Creio que a unanimidade que há no Brasil, a importância que o Brasil dá para o significado desses jogos no Rio de Janeiro têm, realmente, que ser marcada. Eu soube que o ilustre Líder do Governo no Congresso vai entrar com uma moção, aqui no Senado, para que esta Casa aprove a sua solidariedade, a fim de que o Rio de Janeiro possa levar junto o apoio do Congresso Nacional, que pedirá, apoiará e dará os estímulos e a força necessária para que as Olimpíadas se realizem ali. O Rio merece que essas Olimpíadas se realizem lá, mas os atletas do mundo inteiro merecem conhecer e viver e conviver com o Rio de Janeiro. Não há dúvida de que, neste final de século, se tivermos que perguntar o que deixamos de mais lindo, de mais positivo, de mais concreto para o século que vem, a resposta será a realização das Olimpíadas, onde a unanimidade de sexo, de cor, de raça, de todas as diferenças desaparecem naquela confraternização magnífica. As Olimpíadas, que são realizadas em qualquer lugar, merecem ser realizadas no Rio de Janeiro, onde, somando-se ao espírito da Olimpíada, haverá o espírito do Rio de Janeiro, aquela miscigenação de raça, de alegria, de festa, de grandeza, aquela beleza natural incomensurável. É difícil que haja outro lugar no mundo que ofereça as mesmas condições de festa e de alegria que a Cidade do Rio de Janeiro. Por outro lado, sabemos que, atrás desse evento, há uma multidão de vantagens das quais se beneficiam a cidade sede. Em primeiro lugar, a festa das Olimpíadas em si, a que todo o mundo assiste. Parece que será a grande oportunidade de o mundo inteiro conhecer o Rio de Janeiro, as suas belezas, a sua realidade, confraternizar com a cidade. O Brasil estará na televisão para o mundo inteiro. E o que vem depois? Barcelona mostrou, assim como várias outras cidades, a infinidade de turistas que vêm assistir ao evento. Meu carinho pelo seu pronunciamento. Creio que foi muito importante caracterizar esse fato. V. Exª tem a bancada do Rio de Janeiro, que está toda unida, independentemente de partido; mas V. Exª tem a bancada do Brasil, que está toda unida, em favor das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Muito obrigado.

A SRª BENEDITA DA SILVA - Agradeço o aparte de V. Exª

O Sr. Jefferson Péres - Permite-me V. Exª um aparte, Senadora Benedita da Silva?

A SRª BENEDITA DA SILVA - Ouço, com prazer, o aparte do nobre Senador Jefferson Péres.

O Sr. Jefferson Péres - Desculpe-me ter tomado um pouco do seu tempo, Senadora Benedita da Silva, mas eu não poderia deixar de aparteá-la. Para as pessoas da minha geração, o Rio de Janeiro foi não apenas a Capital oficial, mas a Capital real do Brasil. Era a segunda cidade de todos nós, o coração. Era lá que nós, obrigatória e anualmente, gozávamos nossas férias. A maior parte das pessoas desertou por causa da degradação urbanística e social da cidade. Mas eu me mantive fiel. Ainda agora, vou para lá três ou quatro vezes por ano e, por coincidência, hospedo-me no Leme, de onde vejo, dos fundos do meu apartamento, o Chapéu Mangueira de V. Exª - aliás, eu gostaria de cumprimentá-la porque o morro está ficando muito bonito com as novas construções. Nobre Senadora Benedita da Silva, felizmente, inicia-se um processo de recuperação do Rio de Janeiro que será importantíssimo para todos nós. As Olimpíadas darão uma contribuição enorme não apenas pelos investimentos em infra-estrutura urbana, despoluição da Bahia, etc., mas porque vejo, com muita alegria, que existe também uma agenda social. Os cariocas não estão preocupados apenas em colocar biombos para esconder as mazelas, nem em varrer a sujeira para debaixo do tapete. Há realmente uma preocupação em começar um processo de erradicação dos problemas sociais gravíssimos da cidade, não apenas para inglês ver, mas para solucioná-los. Creio que as Olimpíadas, entre outros fatores, darão aos brasileiros algo muito importante: farão com que o carioca recupere a sua auto-estima e, com isso, todo o povo brasileiro haverá de recuperar a sua. Parabenizo V. Exª pelo pronunciamento e minha integral solidariedade, que acredito ser de todos os Srs. Senadores, ao pleito do povo carioca.

A SRª BENEDITA DA SILVA - Agradeço o aparte de V. Exª.

O Sr. Romeu Tuma - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª BENEDITA DA SILVA - Ouço o nobre Senador Romeu Tuma.

O Sr. Romeu Tuma - Senadora Benedita da Silva, ao se tratar de um assunto que enche nossa alma de alegria, entre tantos outros que nos deixam tristes e angustiados, eu não poderia deixar de aparteá-la para dividir com V. Exª a esperança de que as Olimpíadas sejam realizadas no Rio de Janeiro. Todo o entusiasmo e a alegria que vimos estampados no rosto daqueles que receberam a Comissão especial, que veio estudar a possibilidade de o Rio de Janeiro sediar os jogos olímpicos em 2004, indicam-nos a importância de esse evento vir a se realizar no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro. Há um pequeno fato que me preocupa: é uma notícia de jornal que analisava a recepção e outros fatos indicativos de que o Rio seria o principal candidato às Olimpíadas. Essa notícia fazia referência à possibilidade de um acordo com o crime organizado, para que não houvesse nenhuma ação criminosa contra os atletas. Creio que as autoridades podem e devem - faço um apelo a V. Exª e ao Ministro da Justiça nesse sentido - equacionar essa situação, a fim de que, no ano 2004, não só os atletas, mas o povo do Rio de Janeiro possa transitar e respirar com liberdade. Não estou dizendo que o crime ocorre apenas no Rio de Janeiro, porque, em São Paulo, a situação também é grave. Mas aventar a possibilidade de acordo com o crime organizado para a realização das Olimpíadas me assusta um pouco. Estou rezando! Deus nos ajudará e as Olimpíadas poderão ser realizadas no Rio, mas não com acordo da criminalidade. Não devemos permitir que isso aconteça. Muito obrigado, Senadora Benedita da Silva.

A SRª. BENEDITA DA SILVA - Agradeço o aparte de V. Exª.

Gostaria de concluir dizendo aos aparteantes que as Olimpíadas realmente não serão uma questão do Rio de Janeiro, mas uma questão nacional. Por isso, esse evento envolve o Poder Executivo, está envolvendo o Legislativo e envolverá o Judiciário, além dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Entendemos que será preciso garantir para o Estado do Rio de Janeiro a oportunidade da agenda social que está estabelecida. Esta deverá receber de nossa parte não só um apoio político, mas fiscal. Devemos buscar recursos para que possamos cumprir essa agenda. Sabemos perfeitamente que ela é o instrumento primeiro para que a comissão dê o seu voto favorável, ou seja, a agenda social é o que moverá a comissão, quer seja no Rio de Janeiro, quer seja em qualquer outro País. Ela será o carro-chefe.

Eu não poderia concluir, Senador Romeu Tuma, sem dizer a V. Exª - os demais Senadores já abordaram a importância das Olimpíadas no Rio de Janeiro - sobretudo que está havendo uma congregação de forças. A população está atendendo a esse chamado nos seus diferentes segmentos.

Por conseguinte, está sendo realizada agora uma nova organização, voltada, pura e simplesmente, para o cumprimento dessa agenda social, com o esforço de todos os segmentos. Está havendo também - e é importante que se diga - um momento até mesmo de confraternização entre morro e asfalto, porque a convivência não tem sido boa, principalmente quando exportam a idéia de que o Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do mundo. A cidade fica num isolamento total! Sabemos o que esse conceito nos traz: desemprego e aumento do índice de marginalidade.

Não acredito - nunca acreditei, eu e meu Partido, embora nunca tivéssemos sido Governo no Estado - que algum dos Governantes que passaram pelo Estado do Rio de Janeiro tivessem sido coniventes ou parceiros do crime organizado. Estamos querendo acabar exatamente com o chamado poder paralelo. Para isso, é preciso que se faça um investimento urgente em relação à segurança; a segurança deve permear o morro e o asfalto.

Concluindo, digo que para nós é extremamente importante deixar claro que os crimes e balas perdidas que se verificam no Rio de Janeiro ocorrem em todo o País. Quem conhece o Brasil, quem anda pelo Brasil sabe disso. A nossa cidade é sofrida, é uma cidade que prospera às custas dos braços daqueles que nada têm e que recebem maus salários. No entanto, somos, mais que marginais, trabalhadores, razão pela qual merecemos o apoio e a consideração de todos. A segurança deve existir para todos. Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/11/1996 - Página 19241