O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB-AL. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo registrar, com muito entusiasmo, os resultados do XII Encontro Nacional do Conselho de Crédito da Organização das Cooperativas do Brasil - OCB - realizada em Maceió na semana passada.

O evento foi marcado por debates relativos à atual conjuntura cooperativista e pelo firme posicionamento dos líderes setoriais em prol da urgente definição de uma nova e eficaz política de crédito para a agricultura.

De fato, Sr. Presidente, o crédito rural continua prejudicado por vacilações governamentais e entraves burocráticos de toda a ordem, o que tem impedido a adoção de medidas destinadas a estabelecer uma política agrícola eficaz, consistente e duradoura, com garantias de financiamento, comercialização e preços.

No caso específico do meu Estado, Alagoas, a atividade canavieira vem sendo sacrificada há três anos em razão da inexistência de linhas específicas de financiamento, comprometendo, assim, a produção de cana-de-açúcar e álcool, além de refletir o agravamento de nossos dolorosos e aparentemente infindáveis problemas socioeconômicos, como, aliás, enfatizou muito bem o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana de Alagoas, Dr. Fernando Rossiter, naquela oportunidade.

No momento em que o Brasil inicia a discussão de ampla e complexa pauta internacional de negociações agrícolas no âmbito da Organização Nacional do Comércio - OCM -, não podemos ignorar que o conjunto de nossos parceiros comerciais, principalmente os países desenvolvidos jamais abrirão mão de proteger e fortalecer sua agricultura, promovendo todas as condições financeiras e institucionais para a valorização do importante segmento populacional que a ela se dedica de sol a sol. A própria baronesa Margaret Thatcher, quando visitou o País há cerca de um ano, afirmou não haver setor mais estratégico e prioritário na vida de uma sociedade do que aquele que produz alimentos para o consumo de seu povo e para exportação com vistas a matar a fome de outros povos.

Assim, Sr. Presidente, expresso meu testemunho de solidariedade à luta da OCB, cuja última reunião foi marcada por diversas exposições e debates, tendo como tônica principal a necessidade de avançar em uma trilha de modernidade, a fim de que o nosso cooperativismo conquiste status à altura de seus congêneres do Primeiro Mundo e a nossa agricultura receba das autoridades competentes o carinho e a atenção que lhe vêm sendo negados até agora, com enormes prejuízos para toda a Nação.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.