Discurso no Senado Federal

COMUNICANDO A CASA, QUE A SRA. ELVIA CASTELLO BRANCO DOOU A FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA O ARQUIVO DO CASTELLINHO.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • COMUNICANDO A CASA, QUE A SRA. ELVIA CASTELLO BRANCO DOOU A FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA O ARQUIVO DO CASTELLINHO.
Publicação
Publicação no DSF de 24/01/1997 - Página 2997
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, DOAÇÃO, RESPONSABILIDADE, ELVIA CASTELLO BRANCO, EX PRESIDENTE, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), ARQUIVO PRIVADO, PROPRIEDADE, CARLOS CASTELLO BRANCO, JORNALISTA, DESTINAÇÃO, FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA (FCRB).

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG. Para uma comunicação de liderança.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os estudiosos da história político-administrativa do Brasil neste último meio século terão, a partir de hoje, ao seu alcance, um excelente repositório de informações precisas, análises percucientes e revelações de bastidores.

Esta manhã, a viúva do saudoso jornalista Carlos Castello Branco, a ex-Ministra e ex-Presidente do Tribunal de Contas da União, Élvia Castello Branco, doou à Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, o arquivo do Castellinho.

Trata-se de um acervo de dois mil documentos, com registros inéditos dos bastidores do colunismo político no Brasil, que resumem a atividade profissional de um jornalista que exerceu honrada e brilhantemente sua atividade ao longo dos governos de 13 Presidentes da República e de três Constituições: as de 1946, 1969 e 1988.

Carlos Castello Branco, falecido em 1º de junho de 1993, aos 72 anos, foi, durante sua brilhante carreira, um exemplo para as gerações de jornalistas que ele viu desfilar ao longo de seus quase 50 anos de atividade profissional.

Extremamente correto e profundamente ético na divulgação e na interpretação dos episódios da política nacional, Castellinho soube manter, mesmo nos momentos mais difíceis vividos pela democracia neste País, aquelas características de equilíbrio, seriedade, desprendimento e determinação que caracterizam os grandes profissionais de imprensa neste século.

A "Coluna do Castello", que ele manteve no Jornal do Brasil ininterruptamente durante 31 anos, transformou-se, ao longo das décadas, em leitura obrigatória de líderes políticos e empresariais e em referência para todos aqueles interessados em conhecer os meandros das atividades político-administrativas e se manterem informados sobre os acontecimentos do dia-a-dia.

O acervo de Castellinho passa, a partir de hoje, para o domínio público, e certamente servirá de indispensável fonte de informação para os pesquisadores de nossa história recente.

Sua farta correspondência com o escritor e grande amigo Otto Lara Resende, mineiro, também falecido - mais de cem cartas - constitui uma interessante e valiosa análise dos conflitos e dilemas de uma geração, onde o amor e a morte estão presentes ao lado da política e dos costumes de um Brasil em febril fase de mutação.

O último livro, publicado após a morte de Castellinho, A Renúncia de Jânio, é um testemunho de extrema validade que foi lido inclusive com muita atenção pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Será sempre um documento indispensável à mesa, à sabedoria e à consciência dos políticos e, particularmente, dos Parlamentares brasileiros.

Castellinho agora é história. E boa história.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/01/1997 - Página 2997