Pronunciamento de Mauro Miranda em 04/02/1997
Discurso no Senado Federal
DEPOIMENTO A RESPEITO DA PESSOA DO SENADOR IRIS REZENDE.
- Autor
- Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
- Nome completo: Mauro Miranda Soares
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- DEPOIMENTO A RESPEITO DA PESSOA DO SENADOR IRIS REZENDE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 05/02/1997 - Página 3809
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- ELOGIO, HISTORIA, ATUAÇÃO, ATIVIDADE POLITICA, IRIS REZENDE, SENADOR, APOIO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA, SENADO.
O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com a licença de meus ilustres colegas, permito-me registrar aqui um ligeiro depoimento a respeito da pessoa do Senador Iris Rezende Machado, que, nesta tarde, coloca perante todos nós a sua candidatura à Presidência da Mesa deste Senado Federal, em nome do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
É importante que se diga: o Senador Iris Rezende exerce uma incumbência do nosso Partido.
Sendo um homem de conciliação por natureza, extremamente cordial, afável no trato pessoal, como todos nós tivemos a oportunidade de confirmar nestes dois anos de convivência nesta Casa, o Senador Iris Rezende não estaria agora disputando votos entre os colegas, se, atrás disso, não houvesse uma missão de partido político, missão que representa a oportunidade de afirmação dos partidos em geral, de fortalecimento do sistema partidário, que, para ser autêntico, precisa antes ser representativo, precisa ser um sistema que represente instituições estáveis, organizadas e soberanas.
Sempre foi assim na já longa vida pública do Senador Iris Rezende, iniciada há mais de 40 anos, quando entrou na política por aquela autêntica e expressiva escola que é a política estudantil. O Iris Rezende que eu conheço, que o povo conhece e que este Senado conhece é o homem público que sabe fazer acordos e respeitar alianças. É assim no PMDB e assim tem sido com os outros partidos, fazendo escola na sua vocação de compromisso. Exemplo de luta e de coragem, foi o primeiro governador a dar apoio à Aliança Democrática que elegeu Tancredo Neves. E fez de Goiânia o primeiro grande palco da campanha pelas Diretas Já.
Desde que começou na militância da política estudantil, Iris Rezende construiu uma ampla trajetória e assumiu as mais diversas responsabilidades públicas, marcadas sempre pela coerência, pelo trato cordial com eleitores, colegas e companheiros, com os quais nunca deixou de compartilhar cada responsabilidade que lhe surgia.
Como deixar de reconhecer que, na convivência do dia-a-dia ou nos momentos de grandes decisões, o Senador Iris Rezende eleva as pessoas que, com ele, participam do processo? O universo de Iris não é o universo pessoal, mas o universo das convergências.
Falávamos da trajetória e das responsabilidades públicas de nosso ilustre colega, e de sua missão partidária.
Trata-se de um longo e profícuo percurso, marcado sobretudo pela coerência e pela disciplina partidária. Por isso, o Senador Iris Rezende tornou-se político no que a expressão tem de mais autêntico, no que a expressão simboliza um homem de partido, um homem que assume funções e missões que decorrem da representação, do exercício do voto popular, pois o povo - e somente o povo - deve ser sempre a fonte autêntica e soberana da representação que nós exercemos na vida pública.
Homem político, homem de partido, democrata na versão mais pura da palavra, o Senador Iris Rezende nunca foi outra coisa desde o exercício da política estudantil, desde a primeira eleição popular disputada em 1958.
Era a eleição a vereador, outro ponto de partida natural na seqüência da vida política. Candidato pelo velho PSD, não militou em outro partido até ser extinto e surgir o MDB, no qual continua até hoje. Nessa sua primeira eleição, tornou-se o vereador mais votado de Goiânia. Presidiu a Câmara Municipal.
Nas eleições seguintes, em 1962, tornou-se o deputado estadual mais votado de Goiás. Foi líder do governo Mauro Borges, e presidiu a Assembléia Legislativa.
Concorreu contra um ex-governador de Estado, em 1965, e elegeu-se prefeito de Goiânia. Com a solidariedade e a participação do povo, tornou-se o célebre prefeito dos mutirões, consertando ruas, erguendo escolas e postos de saúde e montando redes de esgotos. Mais tarde, chegou a construir vilas populares inteiras num único dia.
O sucesso político e popular de Iris Rezende levou o regime autoritário de então a tomar uma medida preventiva. Em 1969, cassou seu mandato na prefeitura e suspendeu seus direitos políticos por dez anos, antes que se elegesse governador.
Apesar da longa ausência na vida pública, o povo de meu Estado não o esqueceu. Na primeira oportunidade, elegeu-se governador, em 1982.
Saiu de Goiás em 1986, convocado pelo Presidente José Sarney para ocupar o Ministério da Agricultura durante quatro anos. Plantou e colheu três safras recordes. Retornou ao Estado e elegeu-se novamente governador em 1990.
Agora, Iris Rezende está aqui, entre nós, nesta Casa, que entregou-lhe a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. E, neste momento, tem a oportunidade de conduzi-lo à presidência de sua Mesa, em reconhecimento a uma vida pública feita de luta, de coragem, de amor às instituições, de renúncia a interesses pessoais, de solidariedade com os companheiros e de respeito com os seus Pares.
O Sr. Onofre Quinan - V. Exª me permite um aparte?
O SR. PRESIDENTE (Júlio Campos) - Dentro do tempo, que já está esgotado... Temos inúmeros projetos para votar.
O SR. MAURO MIRANDA - Perdoe-me, Senador Onofre Quinan, mas a Mesa sugere que continuemos o discurso.
E por que a Presidência da Mesa? Por que não a expressão Presidência do Senado? Sim, Presidência da Mesa, pra ser fiel à vocação e ao propósito do colega Iris Rezende em compartilhar direitos, deveres e obrigações. Iris Rezende tem a dimensão humana de grandeza que esta Casa e os queridos companheiros merecem.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.