Pronunciamento de Valmir Campelo em 03/03/1997
Discurso no Senado Federal
REFORMA DO ESTADO. PREMENCIA DA CRIAÇÃO DO CARGO DE FISCAL AGROPECUARIO, NO AMBITO DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, PARA VIABILIZAR UM SISTEMA MODERNO E EFICAZ DE FISCALIZAÇÃO, ATENDENDO AS NORMAS EXIGIDAS PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO.
- Autor
- Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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AGRICULTURA.:
- REFORMA DO ESTADO. PREMENCIA DA CRIAÇÃO DO CARGO DE FISCAL AGROPECUARIO, NO AMBITO DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, PARA VIABILIZAR UM SISTEMA MODERNO E EFICAZ DE FISCALIZAÇÃO, ATENDENDO AS NORMAS EXIGIDAS PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/03/1997 - Página 4839
- Assunto
- Outros > AGRICULTURA.
- Indexação
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- DEFESA, CRIAÇÃO, CARGO PUBLICO, FISCAL, ATIVIDADE AGROPECUARIA, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), MODERNIZAÇÃO, FUNÇÃO FISCALIZADORA, ATENDIMENTO, EXIGENCIA, NORMAS, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMERCIO (OMC), AMPLIAÇÃO, MERCADO EXTERNO, PRODUTO AGRICOLA, PROCEDENCIA, BRASIL.
O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a reforma do Estado é uma imposição dos novos tempos!
Ela se tornou imprescindível, porque o Brasil, definitivamente, precisa funcionar.
Precisa funcionar e rápido. Precisa livrar-se de déficits crônicos que o inviabilizam, que o impedem de crescer.
Todos sabemos que o Estado brasileiro padece de males antigos, que se agravaram com o tempo.
De certa forma hipertrofiado, o Estado muitas vezes se ocupa de atividades que não lhe diz respeito, deixando, paradoxalmente, espaços livres à ineficiência, à corrupção e à sonegação.
É preciso rever o papel do Estado, mas rever de forma completa e definitiva. E isso, indiscutivelmente, requer ampla reforma tributária e modernização das carreiras típicas de Estado, incluindo, nessa modalidade, a criação do Cargo de Fiscal Agropecuário no âmbito do Ministério da Agricultura.
Eu me lembro bem, que no ano passado, em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o Vice-Presidente Marco Maciel reconheceu que as mudanças econômicas e as transformações sociais não esgotam o processo indispensável para a adaptação do Brasil às novas exigências de um mundo em que a competição e a integração se tornaram inevitáveis.
Relativamente a nossa produção agropecuária, essas novas exigências incluem o cumprimento de Convenções e Acordos Internacionais, para que os países membros da União Européia, o Japão e os Estados Unidos aceitem os nossos produtos.
Não conseguiremos exportar nada, de origem agropecuária, se não atendermos as normas exigidas pela Organização Mundial do Comércio, relativamente à qualidade tecnológica e zoofitossanitária.
O Brasil, enquanto não adotar formas de controlar internamente sua produção, vai perdendo paulatinamente a credibilidade perante os importadores, e seu mercado externo, proporcionalmente à perda de credibilidade, vai sofrendo um encolhimento de difícil e onerosa recuperação.
Mas isso não significa o inevitável apocalipse de nossas exportações agropecuárias.
O tempo ainda permite uma reação contra o evidente e atual abandono desse segmento produtivo da economia brasileira, responsável por 40% das receitas auferidas pelo Brasil com a prática do comércio exterior.
Uma das primeiras medidas a serem consolidadas, para retomarmos a confiança em nossa produção agropecuária, deverá ser a urgente criação da Carreira de Fiscal Federal Agropecuário, já em estudo pelo Ministério da Administração e Reforma do Estado, desde o ano de 1995.
A criação do cargo de Fiscal Agropecuário irá viabilizar ao País um sistema moderno e eficaz de fiscalização e, com isso, sua credibilidade será restaurada perante as principais nações do mundo.
Todos os países com os quais o Brasil mantém intercâmbio comercial no setor agropecuário, já operam com rigoroso controle zoofitossanitário.
Não podemos ficar à margem do desenvolvimento e relegar a vigilância sanitária, a inspeção de produtos de origem animal e vegetal, bem como a fiscalização dos insumos agropecuários, a planos tidos como de importância secundária.
Essa questão é séria e, por isso, requer imediata iniciativa governamental em termos objetivos e prioritários.
Afinal, a existência de todos depende da produção agropecuária e esta, quase que na sua totalidade, sustenta-se à base de produtos prejudiciais à saúde, tais como fertilizantes, agrotóxicos, medicamentos veterinários, resíduos biológicos e tantos outros produtos de risco para a vida saudável.
O assunto é sério. Esperamos, pois, que o Governo acelere os seus estudos e viabilize, para ontem, a criação da carreira de Fiscal Federal Agropecuário, cujo campo de ação não deverá desviar-se do controle moderno, atualizado e eficaz da comercialização, do escoamento e principalmente da produção agropecuária; pelo bem da saúde de todos e pela preservação e ampliação do mercado exterior reservado ao Brasil nesse promissor segmento econômico.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.