Pronunciamento de Josaphat Marinho em 13/03/1997
Discurso no Senado Federal
HOMENAGEM A MEMORIA DA IRMÃ DULCE, A PROPOSITO DO TRANSCURSO DOS 5 ANOS DE SUA MORTE.
- Autor
- Josaphat Marinho (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Josaphat Ramos Marinho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM A MEMORIA DA IRMÃ DULCE, A PROPOSITO DO TRANSCURSO DOS 5 ANOS DE SUA MORTE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/03/1997 - Página 5624
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, IRMÃ DE CARIDADE, ESTADO DA BAHIA (BA).
O SR. JOSAPHAT MARINHO (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, relembra-se na Bahia, nesta semana, a morte, há cinco anos, de Irmã Dulce.
Homenagens lhe estão sendo prestadas pela mais apropriada forma, que é de dar relevo à obra que imaginou, criou e desenvolveu. Homenagens diversas se estão realizando com a participação de toda a sociedade.
Nessas reuniões, acentua-se a importância das Obras Sociais Irmã Dulce, a começar pelo valioso trabalho no Hospital Santo Antônio. Nascida a instituição no recanto do quintal de um convento, dali ela marchou, com sua tenacidade, para a instalação de uma obra social talvez incomparável no Brasil.
Depois de haver desenvolvido um esforço pessoal hercúleo, ela pôde encontrar o apoio da sociedade e, por meio dele, dar à instituição as instalações adequadas.
Hoje, o Hospital Santo Antônio é, no gênero, modelar. Modelar pela organização, mas modelar, sobretudo, por ser um estabelecimento de portas abertas à população carente. Basta que se assinale que hoje funciona com quase mil leitos oferecidos à população pobre e com todos os serviços complementares de consultas, de pesquisa laboratorial, de cirurgia, de assistência alimentícia.
Além desse hospital, integrando as Obras Sociais, funciona, no Município de Simões Filho, o Centro Educacional Santo Antônio, freqüentado por 515 crianças; uma parte em internato e outra parte, em semi-internato.
Esse é o serviço que Irmã Dulce criou e desenvolveu. A sociedade baiana, afinal, foi ao seu encontro e em boa parte com a ajuda do empresariado ela pôde deixar a notável instituição que hoje continua servindo a Bahia, sob a supervisão dedicada de Maria Rita Pontes.
Conheci Irmã Dulce quando a instituição era modestíssima. Secretário da Fazenda, admirava a tenacidade com que ela ia à procura das verbas que lhe houvessem sido destinadas, de maneira que pudesse, até para garantir o funcionamento da instituição no fim de semana, obter os recursos necessários ao seu denodado esforço.
Hoje, a Bahia relembra a morte da admirável freira falecida há cinco anos. Creio mesmo que não se deve falar estritamente em caridade, cuidando das obras de Irmã Dulce. O que ela desenvolveu foi um trabalho de missionária, um trabalho de alguém que se dedicou a servir ao próximo e lhe prestou os serviços que pôde até quase à hora de morrer. Irmã Dulce prestou serviço social, vigilante no seu sentimento de solidariedade humana. Não era apenas a religiosa: era a mulher integrada na sociedade, com um enorme espírito disposto a servir, sobretudo aos economicamente carentes.
A Bahia, relembrando-a hoje, não recorda apenas obra de caridade, presta homenagem a quem soube ser fiel à solidariedade humana.