Fala da Presidência no Senado Federal

HOMENAGEM AO CENTENARIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO CENTENARIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/1997 - Página 7721
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL).

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Ao encerrar a presente sessão, quero agradecer aos Membros do Corpo Diplomático aqui presentes, às Autoridades e, em particular, aos Membros da Academia Brasileira de Letras.

Ouvimos o pronunciamento do Senador Joel de Hollanda, saudando a Academia de Letras. E agora a Academia de Letras brinda o Senado pela voz da Presidente da Instituição, Nélida Piñon, com um discurso que realmente merece constar dos Anais da nossa Casa, como um lema, um paradigma e um pronunciamento ilustre da Academia Brasileira de Letras.

S. Sª falou, com propriedade, em pontos extremamente importantes para a nossa Casa e de afeto com a representação maior do povo brasileiro. Disse que o Senado era a morada do Brasil e eu digo que a Academia é a morada da cultura brasileira e a Casa Maior da intelectualidade da América Latina.

Por tudo isso, fizemos questão de realizar esta sessão, para homenagear os cem anos da Academia, para dizer que o povo brasileiro prestigia essa Instituição, que o povo brasileiro está presente nesse centenário, a partir de agora, com essa sessão do Senado e outras tantas manifestações que certamente serão oferecidas pelo Brasil em gratidão ao trabalho da Academia Brasileira de Letras.

Nenhum país pode ser forte, mesmo economicamente, se não tiver uma base cultural maior do que a da economia. A economia só será forte na medida em que esteja lastreada, respaldada numa verdadeira cultura. E o Governo, seja ele qual for, que não der todo o apoio às instituições culturais está fadado a não ser um bom governo, por maiores que sejam os seus êxitos na economia.

Por isso, estou extremamente feliz, nesta hora, em presidir esta sessão, extremamente honrado, se em frente a esta Mesa está a figura de Rui, que ilumina o caminho de todos os bons brasileiros, que foi Presidente da Academia e é Senador perpétuo do Brasil. Se está Rui, aqui também estiveram nesta Presidência - e membros da Academia - muitos Srs. Senadores, entre os quais desejo ressaltar, neste instante, a figura de Luiz Viana Filho, que foi, no seu tempo, o maior biógrafo do Brasil, e também do nosso prezado colega, o acadêmico José Sarney, que já prestou maiores serviços na Presidência da República, continua prestando no Senado, além de ter feito uma grande Presidência e é o romancista consagrado, que também honra a Academia.

Por tudo isso, nós tínhamos que dar um relevo especial a esta sessão, tínhamos que agraciar a Academia. E como acontece tudo na vida, a Academia foi quem agraciou o Senado com a presença dos seus mais legítimos e competentes representantes, trazendo, só com a presença, um grande estímulo ao trabalho desta Casa, sobretudo na área da cultura, que jamais poderá ser desprezado.

Acho mesmo que nenhum Estado e, por isso mesmo, na Bahia, as vezes que governei, dei um extremo valor à cultura. Ninguém pode governar sem a cultura ao lado - as letras, as artes. A cultura é, realmente, a base de um país que quer progredir.

Acho que estamos muito felizes com a presença das Srªs e Srs. Acadêmicos, porque é muito importante que a intelectualidade brasileira viva os momentos de dificuldade da classe política, até para compreendê-la, até para relevar muitos dos seus erros, mas sobretudo para inspirá-la aos bons caminhos.

É por isso, Srª Presidente, que estamos felizes com a sua presença e dos nobres Acadêmicos. É por isso que estamos sempre felizes em homenagear a Casa de Machado de Assis. Bastava ser Casa de Machado de Assis para ser a Academia Brasileira de Letras - ninguém maior do que ele. E é por isso que, nesta hora, ao encerrar esta sessão e agradecer aos Acadêmicos que aqui vieram estimular o nosso trabalho e agradecer a homenagem que justamente fizemos em nome do povo brasileiro, quero dizer que estamos com aquela frase que está no busto de Machado de Assis, na porta da Academia: "Esta é a glória que fica, eleva, honra e consola."

É por isso que estamos aqui, para fazer maior a glória da Academia Brasileira de Letras nos seus cem anos e, sobretudo, para glorificar os seus Acadêmicos, que tantos serviços prestam à letra e à cultura no Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/1997 - Página 7721