Discurso no Senado Federal

COMEMORAÇÃO, NO PROXIMO DIA 21, DOS 25 ANOS DA CRIAÇÃO DA REDE GLOBO NORDESTE, QUE TANTOS SERVIÇOS TEM PRESTADO, PRINCIPALMENTE AO ESTADO DE PERNAMBUCO.

Autor
Joel de Hollanda (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: Joel de Hollanda Cordeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO, NO PROXIMO DIA 21, DOS 25 ANOS DA CRIAÇÃO DA REDE GLOBO NORDESTE, QUE TANTOS SERVIÇOS TEM PRESTADO, PRINCIPALMENTE AO ESTADO DE PERNAMBUCO.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/1997 - Página 8095
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CRIAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, REGIÃO NORDESTE, ELOGIO, ATUAÇÃO, VALORIZAÇÃO, CULTURA, REGIÃO.

O SR. JOEL DE HOLLANDA (PFL-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no próximo dia 21 de abril estaremos comemorando o vigésimo-quinto aniversário da criação da Rede Globo Nordeste, que tantos e tão relevantes serviços tem prestado à nossa Região, em especial ao Estado de Pernambuco, onde está sediada.

É uma data muito significativa porque, sem dúvida alguma, a entrada em funcionamento de uma Rede como essa - de forte penetração junto ao público - teve impactos tremendamente positivos sobre a vida econômica e social da coletividade a que veio atender.

Eu poderia destacar aqui os incontáveis benefícios prestados pela Rede Globo Nordeste, mas quero me ater inicialmente à valorização da cultura local. Desde a sua fundação, a Rede Globo Nordeste tem-se empenhado em criar programas que incentivem os talentos regionais. Dentre esses programas, destacam-se os que tratam da música, uma das manifestações mais ricas da nossa terra. "Frevança", "Canta Nordeste", "Forró", "São João" e "Folia Geral" são programas que exemplificam esse empenho na promoção de valores nordestinos.

Aliás, já ao nascer, a Rede Globo Nordeste apoiava decisivamente os talentos da Região. O primeiro programa levado ao ar pela Rede, que iniciava seus trabalhos foi justamente "A Discoteca do Chacrinha", apresentado por Abelardo Barbosa - o famoso Chacrinha, maior animador de programas de auditório da televisão brasileira -, nascido na cidade pernambucana de Surubim. Na área administrativa, a Rede teve inicialmente o comando de Antônio Lucena, paraibano, homem de rádio e televisão, que desencadeou esse processo de divulgação e engrandecimento das coisas de nossa terra.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, depois de Antônio Lucena, passaram pela direção da Rede Globo Nordeste o carioca Paulo César Ferreira e Leopoldo Collor de Melo, de família originária do Estado de Alagoas. As transmissões, inicialmente centradas em Recife, foram estendidas depois para a Paraíba e o Rio Grande do Norte, bem como para o interior do próprio Estado de Pernambuco. Em 1983, a direção passou a ser exercida por Cléo Nicéas, pernambucano de Carpina, que aprofundou os laços da empresa com a Região. Ainda hoje no cargo, Cléo Nicéas dirige a Rede Globo Nordeste segundo os ditames da moderna administração, que manda agir localmente mas sempre pensando em termos globais.

Provas de entrosamento da Rede Globo Nordeste com a Região são os programas "Minutos no Campus" e "Uniglobo", por meio dos quais a empresa repassou ao meio acadêmico, sem ônus, a oportunidade de travar um proveitoso diálogo com o público pernambucano. É importante destacar que o "Globo Comunidade" - realizado pela emissora em todos os Estado onde atua - foi criado no Nordeste. Programas especiais, como "Ermida de Santelmo" e "A Promessa de Jeremias", totalmente produzidos no Recife, ganharam destaque nacional pelo excelente nível de qualidade que lograram alcançar. Por fim, para se ter uma idéia do que a Rede Globo Nordeste pode fazer para projetar a imagem da Região no resto do País, basta lembrar que no Sábado de Zé Pereira, cerca de setenta por cento dos flashes nacionais foram produzidos pelo jornalismo da Rede Globo Nordeste.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a televisão surgiu no Brasil em 1950 - por iniciativa do jornalista paraibano Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, criador dos Diários Associados -, quando entrou no ar a TV Tupi, canal 3, de São Paulo. O crescimento desse novo veículo de comunicação foi vertiginoso em nosso País. Já no nascedouro da televisão brasileira tivemos as primeiras novelas, que - em função de sua empatia ao público e do estágio técnico alcançado - vieram a se transformar num importante "produto" de exportação, com franca aceitação em dezenas de nações.

Além das novelas, é de se destacar a importância do jornalismo televisivo. Pode-se dizer hoje, sem medo de errar, que o telejornalismo acabou se transformando na principal fonte de informação para a grande maioria da população brasileira.

Para sintetizar o papel exercido pela televisão em nosso País, gostaria de transcrever aqui parte de um texto do publicitário Mauro Salles, publicado no livro "TV ao Vivo".

Diz Mauro Salles:

      "Sem desmerecer a contribuição do rádio e da imprensa, é possível afirmar, sem medo de erro, que a televisão é a mídia brasileira mais importante".

      "Em menos de quatro décadas, o vídeo transformou a face do país, modificou hábitos diários do povo, revolucionou a política, impôs profundas alterações na cultura, estabeleceu parâmetros de comportamento, afetou a fala e inovou a língua dos brasileiros."

E acrescenta ainda este grande homem de Comunicação, que é Mauro Salles:

      "Na economia, a televisão, como veículo publicitário, firmou-se como a mais atuante ferramenta de venda de bens e serviços, imprimindo velocidade e eficiência à roda da produção e do consumo, criando novos estímulos e consagrando conceitos, imagens e marcas."

Destaca também Mauro Salles:

      "De outra parte, a televisão se transformou na principal fonte de informação e notícia para as mais amplas camadas de espectadores de todos os níveis, todas as idades, todas as classes, de todos os rincões deste país.

E assinala ainda esse pernambucano ilustre, que é um dos maiores publicitários do País:

      "A notícia, a reportagem, o discurso, o debate, o comentário televisivo invadiram as casas, os escritórios, as fábricas, as salas, os quartos, trazendo o mundo para perto de nós, e, de outra parte, levando-nos para mais perto do mundo."

      "Do processo extremamente veloz, participam tanto os privilegiados da classe média e os segmentos mais afortunados da população quanto os pobres, os humildes, os analfabetos, os marginais de toda sorte. A televisão é uma mídia democrática, niveladora, e seus avanços em todo o mundo tendem a reduzir desigualdades, a aplainar diferenças, a mudar os conceitos de status, a criar uma poderosa forma de educação, sem professores e sem salas de aula, que, pela imagem, muda o conhecimento que temos do mundo."

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, penso que os trechos acima retratam, de modo irretocável, o papel que a televisão representou para o Brasil. No caso da Rede Globo Nordeste, eu destacaria - usando elementos da análise de Mauro Salles - a feição profundamente democrática que essa empresa assumiu na nossa região, que tem conhecidos problemas de divisão de renda e de baixa escolaridade. É justamente nas comunidades mais pobres e desassistidas que a televisão assume maior importância. Daí a origem de minha homenagem à Rede Globo Nordeste, por ocasião do seu vigésimo-quinto aniversário. Homenagem dirigida não só a seus diretores, mas também a todos os seus jornalistas, técnicos e funcionários administrativos, que juntos vêm trabalhando com competência e dedicação para colocar no ar, ao longo de vinte e cinco anos, uma das melhores televisões do Brasil.

Era isso o que queria dizer, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exª a oportunidade que me foi conferida.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/1997 - Página 8095