Pronunciamento de Valmir Campelo em 18/04/1997
Discurso no Senado Federal
ANIVERSARIO DA INAUGURAÇÃO DE BRASILIA E DE REVERENCIA A MEMORIA DE TIRADENTES, NO PROXIMO DIA 21 DE ABRIL. PROBLEMAS SOCIAIS NA CAPITAL DA REPUBLICA. HOMENAGENS AO CORREIO BRAZILIENSE POR MAIS UM ANIVERSARIO DE SUA FUNDAÇÃO.
- Autor
- Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- ANIVERSARIO DA INAUGURAÇÃO DE BRASILIA E DE REVERENCIA A MEMORIA DE TIRADENTES, NO PROXIMO DIA 21 DE ABRIL. PROBLEMAS SOCIAIS NA CAPITAL DA REPUBLICA. HOMENAGENS AO CORREIO BRAZILIENSE POR MAIS UM ANIVERSARIO DE SUA FUNDAÇÃO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/04/1997 - Página 8134
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, JOAQUIM JOSE DA SILVA XAVIER, VULTO HISTORICO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF).
- ELOGIO, REFORMULAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO.
O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o dia 21 de abril é uma data importantíssima no calendário cívico brasileiro: é dedicado à memória de Tiradentes, o grande herói da Inconfidência Mineira, e marca o aniversário da inauguração de Brasília, a Capital Federal.
Transcorridos 37 anos da inauguração da nova Capital brasileira, Senhor Presidente, é bem possível que, ainda hoje, alguns não tenham percebido o alcance do gesto de Juscelino Kubitschek.
A construção de Brasília, numa visão mais ampla, caracteriza o rompimento do Brasil com o seu passado, pois se houve um momento em que decididamente saltamos para o futuro, ele ocorreu com o advento da nova Capital.
A criação de Brasília, não há como negar, fez chegar o desenvolvimento aos cerrados, região atualmente responsável por expressiva parcela da produção brasileira de grãos, além de ter impulsionado o crescimento do Estado de Goiás, da porção Oeste de Minas e gerado as condições de progresso para os dois Mato Grosso, Rondônia e Pará.
Eu me arrisco a dizer, Senhoras e Senhores Senadores, que dentro de mais alguns anos Brasília não será apenas a capital dos brasileiros: ela será, no coração da América do Sul, o centro de integração continental, o marco da tão almejada unidade sul-americana, com que tanto sonharam José Bonifácio, Simón Bolivar e ( por que não reconhecer?) Solano López.
Mas Brasília é mais, muito mais. É a obra arquitetônica do século, que alçou Niemayer à condição de maior arquiteto do nosso tempo e transformou-se na única cidade do mundo com menos de 100 anos a ser reconhecida pela ONU como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Brasília é, portanto, um marco do gênio empreendedor de um povo. Muito mais que a capital da maior nação sul-americana é a capital de uma época, a Capital do Terceiro Milênio.
Mas Brasília não está isenta dos problemas que atormentam outras grandes cidades brasileiras. Já se fazem notar os crescentes índices de violência urbana, a queda de qualidade nos sistemas de ensino e de saúde, graves deficiências no sistema de transportes e - o mais preocupante de todos - níveis elevadíssimos de desemprego.
Embora planejada, Brasília conviveu sempre com explosivos índices de crescimento demográfico.
A verdade dos fatos é que a Capital brasileira não foi poupada pelo processo de urbanização em ritmo alucinante, registrado no País nas últimas quatro décadas.
Brasília, é claro, foi intensamente afetada por esse crescimento acelerado, a ponto de, já no início dos anos 70, sua população ter extrapolado amplamente as previsões e estimativas levantadas para o fim do século.
Emancipada politicamente, a Cidade anseia pela plena autonomia econômica, que só será obtida quando tivermos acertado, em definitivo, a questão dos repasses do Governo Federal e definido racionalmente um projeto de desenvolvimento sustentado para região, incluindo também o Entorno.
Na era da globalização, resta clara a necessidade de estabelecermos metas de crescimento econômico.
Mas não adianta apenas planejar, Senhor Presidente, como acontece hoje, é preciso lutar para atingirmos essas metas de desenvolvimento econômico, cujos caminhos passam pela eficiência, competitividade, dinamismo e criatividade.
Abro espaço nessa homenagem que presto à Brasília para homenagear, também, uma organização de imprensa que nasceu junto com a Capital e que comemora aniversário na mesma data : o Correio Braziliense.
Comandado pelo nacionalmente consagrado jornalista Paulo Cabral de Araújo, presidente dos Diários Associados e da Associação Nacional dos Jornais, o Correio Braziliense é hoje um periódico que desfruta de projeção nacional e internacional. Seus lúcidos e corajosos editoriais, notadamente os de temática social, são citados amiúde por revistas de circulação mundial.
O Correio Braziliense é, por tudo isso, um exemplo de excelência e dinamismo empresarial, constituindo um paradigma do que os brasilienses podem realizar.
Em constante expansão, o grupo dos Diários Associados inaugura, nesse seu trigésimo sétimo aniversário em Brasília, uma nova fase da sua emissora de televisão, a TV Brasília, que está promovendo uma completa reformulação dos seus programas, no intuito de colocar a Capital Federal na vanguarda das comunicações e do entretenimento.
Está, portanto, de parabéns o Correio Braziliense, a TV Brasília, o seu corpo técnico e os seus diretores, que tem feito um jornalismo sério, respeitado, à altura da Capital do Brasil.
Ao cumprimentar Brasília pelo transcurso de seu aniversário, o faço na certeza de que a "capital de todos os brasileiros" precisa trilhar caminhos consentâneos com os ventos da modernidade.
Concluo este breve pronunciamento, Senhor Presidente, parabenizando o generoso povo brasiliense e reafirmando minha crença inabalável num futuro promissor para Brasília.
No atual cenário de estabilidade política e econômica, Brasília terá, com toda a certeza, importante contribuição a dar ao País.
Nesse 21 de abril, as palmas são todas para esses quase 2 milhões de brasileiros que acreditaram nas promessas de um visionário chamado Juscelino Kubitschek e construíram, no coração do Brasil, esta cidade extraordinária, que ressalta não apenas a capacidade empreendedora do nosso povo, mas o gênio da própria raça.
Parabéns, Brasília!