Discurso no Senado Federal

COMENTANDO O ASSASSINATO EM TAMARANA, NO PARANA, DO ENCARREGADO DE UMA FAZENDA INVADIDA PELOS SEM-TERRA, ASSUNTO TRATADO PELO SR. OSMAR DIAS, QUE O PRECEDEU NA TRIBUNA.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA AGRARIA.:
  • COMENTANDO O ASSASSINATO EM TAMARANA, NO PARANA, DO ENCARREGADO DE UMA FAZENDA INVADIDA PELOS SEM-TERRA, ASSUNTO TRATADO PELO SR. OSMAR DIAS, QUE O PRECEDEU NA TRIBUNA.
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/1997 - Página 8865
Assunto
Outros > REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • REPUDIO, HOMICIDIO, ENCARREGADO, SEGURANÇA, PROPRIEDADE RURAL, RESPONSABILIDADE, SEM-TERRA.
  • OPINIÃO, ORADOR, OMISSÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO PARANA (PR), ATUAÇÃO, CONFLITO, TERRAS.
  • REGISTRO, AUSENCIA, PARTICIPAÇÃO, MOVIMENTO TRABALHISTA, SEM-TERRA, VIOLENCIA, CRIME.

O SR. EDUARDO SUPLICY (BLOCO-SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senti-me na responsabilidade de usar da palavra para uma comunicação inadiável a respeito do assunto levantado pelo Senador Osmar Dias. Obviamente, eu poderia esperar para me pronunciar depois, mas quero apenas dizer que considero importante - até porque S. Exª suscitou o Partido dos Trabalhadores - falar sobre o grave episódio em que um segurança de uma fazenda foi assassinado.

Sr. Presidente, eu gostaria de registrar, depois de haver consultado o Líder José Eduardo Dutra, que estamos de acordo com a observação do Senador Osmar Dias, no sentido de que deveria ter havido uma ação preventiva muito mais ágil por parte do Governo do Estado do Paraná e, inclusive, das autoridades federais; deveriam agir coordenadamente sobre a grave questão do conflito da terra.

Tive oportunidade de assistir ao flagrante efetuado pelo cinegrafista da TV Bandeirantes. Ele mostra com clareza, pelo que se pôde observar, que ali houve a morte do segurança, que, na oportunidade, estava indefeso. Segundo a cena que observei, primeiro houve o espancamento, através da coronhada de um rifle. Na cena seguinte, na qual o segurança já se mostra indefeso, observa-se que ele estava morto, deitado. Parece óbvio que houve um tiro para matar o segurança, que estava sem armas para se defender.

Trata-se de um ato condenável. Também condenamos tal tipo de prática. Tenho certeza de que o Movimento dos Sem-Terra também não está de acordo com esse procedimento.

Ainda hoje, o próprio líder do MST, José Rainha, quando perguntado pela imprensa se a circunstância foi exatamente aquela, disse que de maneira alguma havia orientação por parte do Movimento para que houvesse violência.

No dia de hoje, houve uma audiência com o Ministro Raul Jungmann e com o Ministro Milton Seligman, em que foi decidida a liberação de recursos para a fecularia em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, para propiciar o aproveitamento de toda a mandioca, que será então objeto de beneficiamento e produção de farinha.

Houve um passo que registro positivo no diálogo entre o Governo e o Movimento dos Sem-Terra. Houve ali a preocupação externada pelo Ministro Milton Seligman de se evitar a violência em qualquer parte do Brasil, inclusive o anúncio de que o Conselho Regional de Segurança Pública...

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Eu pediria a V. Exª que concluísse.

O SR. EDUARDO SUPLICY - Vou concluir.

O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - V. Exª ainda teria prioridade na Ordem do Dia, porque o assunto é palpitante. Acho que V. Exª deveria, após a Ordem do Dia, usar da palavra também.

O SR. EDUARDO SUPLICY - Sr. Presidente, externamos a nossa preocupação no mesmo sentido da do Senador Osmar Dias. Consideramos importante registrar essas palavras em nome do Partido dos Trabalhadores, pois não aceitamos o ato de violência flagrado pela TV Bandeirantes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/1997 - Página 8865