Discurso no Senado Federal

ARTIGO DA JORNALISTA MIRIAM LEITÃO, PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO DE HOJE, SOBRE FATOS EM TORNO DA VENDA DAS AÇÕES DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. PREOCUPAÇÃO COM A REDUÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO, DO PREÇO DAS AÇÕES DA VALE DO RIO DOCE DE R$ 31,70 PARA R$ 21,00, ANTES DO LEILÃO. SOLICITANDO DO LIDER DE GOVERNO NO SENADO ESCLARECIMENTO SOBRE FATOS RELATADOS NO ARTIGO EM TELA.

Autor
Josaphat Marinho (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Josaphat Ramos Marinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRIVATIZAÇÃO.:
  • ARTIGO DA JORNALISTA MIRIAM LEITÃO, PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO DE HOJE, SOBRE FATOS EM TORNO DA VENDA DAS AÇÕES DA COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. PREOCUPAÇÃO COM A REDUÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO, DO PREÇO DAS AÇÕES DA VALE DO RIO DOCE DE R$ 31,70 PARA R$ 21,00, ANTES DO LEILÃO. SOLICITANDO DO LIDER DE GOVERNO NO SENADO ESCLARECIMENTO SOBRE FATOS RELATADOS NO ARTIGO EM TELA.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/1997 - Página 9261
Assunto
Outros > PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), AUTORIA, MIRIAM LEITÃO, JORNALISTA, REFERENCIA, REDUÇÃO, GOVERNO, PREÇO MINIMO, AÇÕES, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), ANTERIORIDADE, REALIZAÇÃO, LEILÃO, PRIVATIZAÇÃO, EMPRESA ESTATAL, DESCONHECIMENTO, MEMBROS, CONSORCIO, AQUISIÇÃO, EMPRESA NACIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, ELCIO ALVARES, SENADOR, LIDER, GOVERNO, SENADO, ESCLARECIMENTOS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO (MPO), CONTEUDO, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, MIRIAM LEITÃO, JORNALISTA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), PRIVATIZAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD).

O SR. JOSAPHAT MARINHO (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a jornalista Miriam Leitão, na coluna de O Globo, da edição de hoje, comenta fatos e circunstâncias em torno da venda das ações da Vale do Rio Doce, que merecem consideração.

Depois de mencionar que as ações da Vale ontem estavam em queda, a jornalista, observando os fatos, alega:

      "Primeiro é bom lembrar que quando o Governo estabeleceu em R$26 o preço mínimo por ação, ela estava cotada no mercado em R$31,7. Ou seja, o Governo ´derrubou´ a ação ao estabelecer um preço mínimo da ação ordinária do bloco de controle abaixo da cotação da ação minoritária de mercado."

Vale fazer uma indagação, em face dessa notícia. Por que reduziu o Governo de R$31.7 para R$26 o valor da ação quando cuidou da fixação do preço para o efeito da venda, nos termos do leilão expedido?

Mas a jornalista vai adiante e faz comentário já relativo a fato posterior ao leilão.

      "Os novos donos" - isto é, da Vale - "passaram o dia ontem fazendo contas para saber quem é quem no bloco de controle. É uma confusão de razoáveis proporções, porque há muitos investidores, um deles, por exemplo, que pediu para ser conhecido só após a liquidação."

Uma segunda indagação: poderia o consórcio apresentar-se sem indicação precisa dos investidores que o compunham? Vale dizer, poderia haver um integrante do consórcio cujo nome não fosse declinado para o devido conhecimento até o momento do leilão?

Mas a jornalista vai por aí e oferece um outro esclarecimento.

      "No Fundo do Opportunity há dinheiro próprio, dinheiro emprestado e dinheiro de investidores estrangeiros. A divisão acionária final deve ficar bem diferente da divulgada pelo grupo para o BNDES."

Seria possível ocorrer tal fato? Seria dado ao consórcio apresentar-se ao leilão para, logo em seguida, ter composição diversa? Mas isso é o que resulta do comentário. Isso, entretanto, indica que poderia haver surpresa de um para outro consórcio na efetivação do leilão, o que não parece compatível com a legalidade do leilão, das condições para a sua efetivação.

Não vou comentar os fatos. Vou, porém, pedir ao nobre Líder Elcio Alvares que, tomando conhecimento dessas palavras, obtenha os devidos esclarecimentos, seguramente por parte do Sr. Ministro do Planejamento.

Por enquanto, dou notícia do comentário da jornalista e dele extraio somente as conseqüências lógicas. Nenhum outro comentário. Só me parece correto criticar depois que colher os esclarecimentos necessários, que venham do Sr. Ministro do Planejamento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/1997 - Página 9261