O SR. OSMAR DIAS (PSDB-PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, nos últimos 60 dias, a imprensa do Paraná e a nacional noticiaram diariamente que o Governador Jaime Lerner estaria deixando o PDT para ingressar no PSDB. Como acredito que essa notícia foi lida por todos, gostaria agora de dar a conclusão dos capítulos que antecederam o final dessa história.

Ontem o diretório do PSDB do Paraná se reuniu e trinta e sete convencionais votaram. Repito: trinta e sete convencionais votaram, Sr. Presidente! Resultado? Trinta e três disseram "não", apenas quatro disseram "sim" ao ingresso do Governador Jaime Lerner no partido.

Lá conhecemos de fato o Sr. Jaime Lerner. Aqui em Brasília ouvi Senadores, até do próprio PSDB, em desrespeito ao entendimento do diretório nacional, dizerem: Ah, mas o Jaime Lerner é uma griffe nacional. Griffe nacional para quem não o conhece.

O "não" dado ontem foi o "não" às obras caras que estão sendo feitas no Paraná, muito acima dos valores das obras realizadas pelos governos paranaenses anteriores. O "não" não foi ao grupo político do Governador, mas ao grupo econômico de empresários que fazem muitos negócios no Estado e com o Estado. Muitos negócios, Sr. Presidente! O "não" foi porque aceitar o Sr. Jaime Lerner seria aceitar o Celso Petraglia, este mesmo que está sendo denunciado pela máfia nos esportes ou que foi denunciado pelo Senador Requião na CPI dos Precatórios; seria aceitar, sim, porque ele é o verdadeiro comandante do grupo político ou econômico que acompanha o Governador Jaime Lerner. Foi o "não" aos segredos contidos nos negócios feitos com o dinheiro do Estado, como, por exemplo, o contrato assinado com a Renault, que o Senado insiste em conhecer e o Governador do Paraná insiste em esconder. Foi o não à mídia cara: mais de U$100 milhões para dizer o que não está sendo feito e esconder o que está; foi o não porque o PSDB do Paraná, com 33 votos contra 4, reagiu ao ingresso, não do Sr. Jaime Lerner, mas do comportamento político e da verdadeira destruição da estrutura administrativa do Estado do Paraná que vem sendo comandada pelo Governador; foi o não, Sr. Presidente, ao estado falimentar de algumas empresas do Estado e à situação precária das finanças públicas do Estado do Paraná, cuja folha de pessoal está quase empatada com a arrecadação líquida do Estado do Paraná; foi o não, Sr. Presidente, aos costumes e ao comportamento, na prática, diferente do discurso socialdemocrata e progressista, que muitas vezes pode enganar alguns artistas, mas não engana às pessoas conscientes do Estado do Paraná.

Era a comunicação que gostaria de fazer, Sr. Presidente.