Discurso no Senado Federal

COMENTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL A TARDE, EM EDIÇÃO DO DIA 18 DO CORRENTE, INTITULADA 'PRIVATIZADA HA UM ANO, LESTE VIRA SUCATA', SOBRE A SITUAÇÃO DA ANTIGA REDE FERROVIARIA FEDERAL (LESTE BRASILEIRO), TRECHO DA SUPERINTENDENCIA REGIONAL-7 (BAHIA, SERGIPE E MINAS GERAIS).

Autor
Josaphat Marinho (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Josaphat Ramos Marinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRIVATIZAÇÃO.:
  • COMENTANDO NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL A TARDE, EM EDIÇÃO DO DIA 18 DO CORRENTE, INTITULADA 'PRIVATIZADA HA UM ANO, LESTE VIRA SUCATA', SOBRE A SITUAÇÃO DA ANTIGA REDE FERROVIARIA FEDERAL (LESTE BRASILEIRO), TRECHO DA SUPERINTENDENCIA REGIONAL-7 (BAHIA, SERGIPE E MINAS GERAIS).
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/1997 - Página 10119
Assunto
Outros > PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A TARDE, DENUNCIA, ABANDONO, TRECHO, REDE FERROVIARIA FEDERAL S/A (RFFSA), ESTADO DA BAHIA (BA), ESTADO DE SERGIPE (SE), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), OBJETO, PRIVATIZAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, REMESSA, DISCURSO, ORADOR, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), ADOÇÃO, PROVIDENCIA, RECUPERAÇÃO, FERROVIA.

O SR. JOSAPHAT MARINHO (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a notícia que vou transmitir ao Senado, para concluir com uma sugestão a V. Exª, poderia dar oportunidade a uma discussão sobre a eficácia das privatizações realizadas. Não vou fazê-lo, porém. Hoje, limitar-me-ei a transmitir esta notícia, por ser de interesse público.

O Jornal A Tarde, em sua edição de 18, domingo, traz uma notícia com o seguinte título: "Privatizada há um ano, Leste vira sucata". E assim, ainda na primeira página, para demonstração do que afirma, o jornal exibe um amplo clichê em que se vêem composições ferroviárias cercadas de um matagal. Na notícia propriamente dita, o jornal dá este esclarecimento:

      "No dia 14 de junho, completará um ano que a antiga Rede Ferroviária Federal (Leste Brasileiro), trecho da Superintendência Regional-7 (Bahia, Sergipe e Minas Gerais), foi privatizada, passando a ser chamada de Ferrovia Centro Atlântica. As expectativas eram de uma recuperação da malha ferroviária no Estado, de locomotivas, vagões e estações, trazendo de volta os trens de passageiros e dando dinamismo a esse meio de transporte, abandonado por vários anos e sucateado na maior parte dos seus equipamentos. Quase um ano depois, a situação piorou, com redução de mais de 60% do quadro de pessoal, desativação de várias estações e o abandono de duas das maiores oficinas ferroviárias do Brasil, a de Alagoinhas e a de Aramari, transformadas em grandes cemitérios de trens, largados nos matagais e até mesmo nas ruas. "

Em seguida, o jornal comenta:

      "Procurada, a diretoria do Distrito de Salvador, responsável pela Ferrovia Centro Atlântica nos trechos da antiga SR-7, não se pronunciou sobre o assunto. Até o horário de fechamento desta edição, o superintendente regional, Ricardo Vasconcelos Lopes Ferreira, não tinha respondido aos questionamentos sobre investimentos e trabalhos da nova ferrovia no Estado, tendo viajado para Belo Horizonte sem dar qualquer retorno sobre o assunto."

Prossegue, esclarecendo:

      "Através do Sindicato dos Ferroviários na Bahia (Sindiferro), foi possível verificar que a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) reduziu o quadro de funcionários de 2.200 para 840 e já fechou 7 das 11 estações da Linha Centro (Juazeiro) e mantém apenas 5 estações na Linha Norte (até Sergipe), descartando por completo a reativação do transporte de passageiros. Verificou-se ainda que a Tonelagem por Quilômetro Útil (TKU) projetada para maio do corrente ano é a mais baixa dos últimos 17 meses, ficando em 30.413.176 toneladas, contra 46.837.267 em janeiro do ano passado."

E, por fim, informa o jornal:

      "Nas oficinas Oswaldo Rios e Arlindo Luz, em Alagoinhas, dezenas de vagões e locomotivas movidas a diesel estão abandonados e os poucos funcionários existentes trabalham apenas para manter em funcionamento as velhas locomotivas, que têm idade média de 30 anos. Em Aramari, onde funcionava um dos maiores complexos de oficinas da antiga Rede Ferroviária no Brasil, os vagões foram abandonados no meio da cidade, enquanto, nas oficinas, dezenas de locomotivas e uma infinidade de vagões permanecem jogados no meio do mato e dos escombros.

Era essa notícia, Sr. Presidente, que hoje desejava transmitir à Casa, para revelar o efeito da privatização da Leste Brasileiro.

Como o problema, vinculado ao nosso Estado, é de interessante imediato também da população, sobretudo da população entre Salvador e Alagoinhas, ao fazer a comunicação à Casa, venho pedir a V. Exª que dessa manifestação dê conhecimento ao Ministério dos Transportes, na expectativa de que alguma providência seja dada, para que não se desmoralize a privatização feita.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/1997 - Página 10119