Discurso no Senado Federal

ESTARRECIMENTO DE S.EXA. COM AS DIVERSAS OCORRENCIAS NO ESTADO DE RONDONIA, DANDO CONTA DA CORRUPÇÃO NO AMBITO DA ADMINISTRAÇÃO DO GOVERNO VALDIR RAUPP. VISLUMBRE DAS POSSIBILIDADES DE UMA CRISE INSTITUCIONAL SEM PRECEDENTES NA HISTORIA DE RONDONIA. REITERANDO APELO AO GOVERNADOR DO ESTADO PARA QUE ENVIDE ESFORÇOS NA BUSCA DE UM CLIMA DE NORMALIDADE E TRANQUILIDADE ENTRE OS PODERES E INSTITUIÇÕES, FAZENDO PREVALECER A CONCILIAÇÃO, SOB PENA DE LEVAR TODO O POVO RONDONIENSE A CORRER O SERIO RISCO DE TRILHAR CAMINHOS IMPREVISIVEIS.

Autor
José Bianco (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: José de Abreu Bianco
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • ESTARRECIMENTO DE S.EXA. COM AS DIVERSAS OCORRENCIAS NO ESTADO DE RONDONIA, DANDO CONTA DA CORRUPÇÃO NO AMBITO DA ADMINISTRAÇÃO DO GOVERNO VALDIR RAUPP. VISLUMBRE DAS POSSIBILIDADES DE UMA CRISE INSTITUCIONAL SEM PRECEDENTES NA HISTORIA DE RONDONIA. REITERANDO APELO AO GOVERNADOR DO ESTADO PARA QUE ENVIDE ESFORÇOS NA BUSCA DE UM CLIMA DE NORMALIDADE E TRANQUILIDADE ENTRE OS PODERES E INSTITUIÇÕES, FAZENDO PREVALECER A CONCILIAÇÃO, SOB PENA DE LEVAR TODO O POVO RONDONIENSE A CORRER O SERIO RISCO DE TRILHAR CAMINHOS IMPREVISIVEIS.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/1997 - Página 9869
Assunto
Outros > ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • APREENSÃO, ORADOR, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO), OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, FALTA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, IRREGULARIDADE, UTILIZAÇÃO, RECURSOS, SETOR PUBLICO, INCOMPETENCIA, VALDIR RAUPP, GOVERNADOR.
  • REITERAÇÃO, VALDIR RAUPP, GOVERNADOR, EMPENHO, PROMOÇÃO, ENTENDIMENTO, CONCILIAÇÃO, PODERES CONSTITUCIONAIS, PODER PUBLICO, PRESERVAÇÃO, INSTITUIÇÃO DEMOCRATICA, IMPEDIMENTO, AGRAVAÇÃO, CRISE, INSTITUIÇÃO PUBLICA, ESTADO DE RONDONIA (RO).

O SR. JOSÉ BIANCO (PFL-RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encontro-me estarrecido com o que vem ocorrendo em meu Estado, culminando, agora, com o pedido de prisão preventiva de diversas pessoas pelo Ministério Público e, inclusive, na decretação e prisão do proprietário do jornal de maior circulação do Estado de Rondônia, fato que lamento profundamente e de forma muito sincera.

Estou certo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que essas ocorrências teriam sido evitadas não fosse a falta de aptidão do Sr. Valdir Raupp para a tarefa de governar.

Se o Sr. Governador, há cerca de um ano, tivesse determinado providências enérgicas, quando se tornaram públicas informações dando conta de corrupção no âmbito da administração de seu Governo, creio que não estaríamos diante dessa triste situação.

Como o Governador não agiu no início, ao contrário, protegeu sob o manto da certeza da impunidade, os descalabros administrativos só fizeram aumentar, redundando nos atos escabrosos, agora já conhecidos, pelo menos em parte, que traduzem uma verdadeira farra com o dinheiro do povo de Rondônia.

Desde que fui acolhido em Rondônia, Sr. Presidente, sempre me preocupei com os destinos de meu Estado, então Território Federal.

Quando assumi meu primeiro mandato eletivo, redobrei essa preocupação, como são testemunhas todos aqueles que acompanham minha vida pública. Fui austero como Presidente da Assembléia Legislativa. Agi da mesma forma, com rigor, quando Prefeito de Ji-Paraná. Tenho sido diligente no exercício do mandato de Senador.

Sabemos todos nós, rondonienses, que habitamos um Estado estigmatizado nacionalmente, e até em nível internacional, por mazelas ocorridas em passado recente, praticadas por alguns irresponsáveis.

Preocupa-me sobremaneira, neste momento, que Rondônia volte a ocupar significativos espaços na imprensa nacional, denegrindo, mais uma vez, a imagem de nosso Estado.

Minha revolta, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, baseia-se no fato de vislumbrar a possibilidade de uma crise institucional, sem precedente na história do Estado de Rondônia.

Há um ano e meio, quando, através de carta aberta, conclamei o Governador Valdir Raupp a reunir as Bancadas federal e estadual, os prefeitos, os vereadores e toda a sociedade civil organizada, para um diagnóstico e enfrentamento conjunto da crise que, já naquela época, nos primeiros meses de seu Governo, era perfeitamente visível.

Naquela ocasião, mais exatamente em 31 de outubro de 1995, afirmei:

      "Continuo seu adversário político e seguirei fazendo denúncias quando os fatos exigirem. Antes e acima de tudo, porém, sempre fui e continuo sendo um defensor do Estado, capaz e sempre pronto a colocar os interesses maiores de sua gente acima de partidos e ideologias. Tampouco me move qualquer interesse por cargos no seu Governo.

      Esses mesmos sentimentos, estou certo, inspiram políticos com ou sem mandato; tocam companheiros e adversários do Governador; estimulam líderes de segmentos organizados da sociedade, na capital e no interior. São perfilados por membros dos Poderes Legislativo e Judiciário, por prefeitos, empresários, lideranças sindicais, todos interessados em evitar o pior para Rondônia."

O Governador preferiu, naquela oportunidade, ignorar o meu apelo e a minha sugestão. Talvez pela minha condição de seu adversário político.

Reitero, agora, meu apelo ao bom senso do Governador, responsável único por essa inusitada crise, originada em desmandos administrativos, que ronda nosso Estado neste momento, no sentido de envidar esforços para buscar um clima de normalidade e tranqüilidade entre os Poderes e instituições, fazendo prevalecer a conciliação, sob pena de levar todo o povo rondoniense a correr o sério risco de trilhar caminhos imprevisíveis.

Não estamos precisando, nem tampouco podemos nos dar ao luxo de nenhum desentendimento maior, pelo contrário, estamos mesmo é necessitando, urgentemente, de recuperar nossas estradas vicinais e coletoras, de reordenar a situação das escolas, de acudir a saúde do povo, de implantar obras nos Municípios e, com isso, gerando empregos, de atualizar os salários dos servidores estaduais, pois já são transcorridos dois anos e meio de Governo e recursos, mais do que suficientes, foram transferidos da União com essas finalidades.

As denúncias, todas, têm que ser apuradas, com firmeza, e punidos os responsáveis, no plano e no limite da determinação da lei. E a imposição da lei não pode transformar-se em motivo de desarmonia entre os Poderes e as instituições.

Todo governante é responsável por suas ações e por suas omissões.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/1997 - Página 9869