Discurso no Senado Federal

REFERENCIAS A MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DO CONGRESSO NACIONAL, SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, POR OCASIÃO DA SESSÃO COMEMORATIVA DO CENTENARIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. APOIO A INDICAÇÃO DA CANDIDATURA DO ESCRITOR ADIRSON VASCONCELOS, RADICADO EM BRASILIA, PARA OCUPAR UMA VAGA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.:
  • REFERENCIAS A MANIFESTAÇÃO DO PRESIDENTE DO CONGRESSO NACIONAL, SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, POR OCASIÃO DA SESSÃO COMEMORATIVA DO CENTENARIO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. APOIO A INDICAÇÃO DA CANDIDATURA DO ESCRITOR ADIRSON VASCONCELOS, RADICADO EM BRASILIA, PARA OCUPAR UMA VAGA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/1997 - Página 10682
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • COMENTARIO, SESSÃO, SENADO, COMEMORAÇÃO, CENTENARIO, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL).
  • DEFESA, CANDIDATURA, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL), ADIRSON VASCONCELOS, ESCRITOR, RESIDENCIA, DISTRITO FEDERAL (DF), APOIO, INSTITUIÇÃO CULTURAL, REGIÃO.

O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em sessão comemorativa do centenário da Academia Brasileira de Letras, ocorrida recentemente, o Presidente desta Casa, o nobre Senador Antonio Carlos Magalhães, manifestou-se com muita propriedade a respeito do objetivo da homenagem: "para exaltar a glória da Academia Brasileira de Letras nos seus cem anos e, sobretudo, para glorificar os seus acadêmicos, que tantos serviços prestam às letras e à cultura no Brasil".

Numa demonstração de sensibilidade no ensejo favorável que o centenário de fundação da Academia oferecia, o Presidente Antonio Carlos Magalhães pronunciou-se, ainda, a propósito da contribuição da cultura para a consolidação do desenvolvimento de qualquer nação: "nenhum país pode ser forte, mesmo economicamente, se não tiver uma base cultural, por maior que seja a sua economia".

Naquela comemoração, não tive oportunidade de manifestar-me, a despeito da grande admiração que cultivo pela centenária instituição. Não pretendo fazê-lo agora, Srªs e Srs. Senadores, não só por considerá-lo inadequado e inoportuno, mas também por temer incidir em inevitável redundância, uma vez que os brilhantes discursos aqui proferidos exploraram, à exaustão, os aspectos históricos da fundação e a participação da Academia na vida cultural brasileira.

Ouso, contudo, trazer ao conhecimento das Srªs e Srs. Senadores uma aspiração legítima do Distrito Federal, com a qual me vejo inevitavelmente comprometido. Refiro-me à possibilidade de eleição de um ativista cultural de raízes candangas para aquela instituição, pois não se pode negar que, a par de seu caráter de abrigo a múltiplas manifestações intelectuais e culturais, a Academia acaba, também, por possuir um aspecto de representatividade regional.

Nesse sentido, quero comunicar que já há uma iniciativa a respeito disso, consubstanciada na indicação do escritor Adirson Vasconcelos, por mais de uma dezena de entidades culturais brasilienses.

O manifesto de indicação e apoiamento à candidatura do pretendente informa que Adirson Vasconcelos é autor de uma vasta obra no campo da História, enfocando a tradição secular da tentativa de interiorização da capital do Brasil, o processo da construção da cidade, sua consolidação, bem como as perspectivas de futuro que ela oferece.

Dos seus mais de 20 livros, 5 já foram reconhecidos como de grande contribuição didática.

A formação acadêmica e universitária de Adirson Vasconcelos é rica e diversificada, com titulação em História, Direito, Jornalismo e Administração.

Adirson Vasconcelos tem exercido importantes funções em instituições lítero-culturais, destacando-se as de Secretário-Geral da Academia de Letras de Brasília, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do DF, Presidente da Academia Maçônica, Assessor Cultural da Fundação Assis Chateaubriand e membro correspondente de instituições literárias por todo o Brasil.

O lançamento da candidatura de Adirson Vasconcelos ocorreu com um manifesto assinado pelos presidentes das seguintes entidades: José Ferreira Simões, da Academia Taguatinguense de Letras; Affonso Heliodoro dos Santos, do Instituto Histórico e Geográfico; Mauro Castro, da Academia de Letras de Brasília; Guilherme Fagundes, da Academia Maçônica de Letras do DF; Alan Viggiano, da Academia de Letras e Artes do Planalto; Elisete Soares, da Casa do Poeta Brasileiro; Victor Alegria, da Câmara do Livro do Brasil Central; Ézio Pires, do Sindicato dos Escritores do DF; Dourado Amargedon, da União Brasileira dos Escritores; e Danilo Gomes, da Associação Nacional dos Escritores.

Aos que possuem alguma familiaridade com a vida cultural do Distrito Federal esses nomes soam conhecidos, pois congregam os membros das instituições culturais mais representativas de nossa Capital.

Em mensagem divulgada juntamente com o manifesto, o candidato declara sua disposição e oferece "idealismo, capacidade de trabalho e de pesquisa e dedicação para serem somados ao muito que já realizaram aqueles que fazem a grandeza da Academia Brasileira de Letras".

Bem sei, Sr. Presidente, Srªs e Senadores, que a Academia dispõe de seus próprios critérios e segue sua própria liturgia na escolha de seus membros. Não poderia ser de outra forma.

Contudo, o espírito eclético dessa Casa de Machado de Assis - que ampliou, desde os primórdios de sua fundação, os limites estritamente literários da instituição para nela admitir representantes destacados das mais diversas atividades intelectuais do País, como a Medicina, o Direito, o Jornalismo - anima-me a considerar oportuna a divulgação de um pleito legitimamente encaminhado por instituições que representam, de fato, as iniciativas culturais do Distrito Federal.

Estimula-me, ainda, a possibilidade de mostrar ao País que o Distrito Federal dispõe de uma vida cultural emergente com características próprias e independentes. Assim, já se pode falar em teatro, dança, música, pintura e literatura brasilienses.

Como tudo o que se faz fora do eixo de maior divulgação nacional, a cultura brasiliense tem vivido um pouco para o consumo interno. Acredito, contudo, que a sua força expressiva merece um oportunidade de acesso ao cenário nacional.

Sr. Presidente, Senador Geraldo Melo, a candidatura de Adirson Vasconcelos inscreve-se, pois, a meu ver, no movimento em prol da consolidação das manifestações culturais do Distrito Federal, que, certamente, trarão uma contribuição original e enriquecedora ao cenário multifacetado da cultura brasileira.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/1997 - Página 10682