Discurso no Senado Federal

SATISFAÇÃO DE S.EXA. PELA FIRME DECISÃO DO GOVERNO BRASILEIRO DE MANTER OS INCENTIVOS FISCAIS AOS NOVOS EMPREENDIMENTOS AUTOMOTIVOS QUE SE INSTALAREM NO PAIS.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA FISCAL.:
  • SATISFAÇÃO DE S.EXA. PELA FIRME DECISÃO DO GOVERNO BRASILEIRO DE MANTER OS INCENTIVOS FISCAIS AOS NOVOS EMPREENDIMENTOS AUTOMOTIVOS QUE SE INSTALAREM NO PAIS.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/1997 - Página 11424
Assunto
Outros > POLITICA FISCAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO, GOVERNO, MANUTENÇÃO, INCENTIVO FISCAL, INSTALAÇÃO, PAIS, INDUSTRIA AUTOMOTIVA, PROMOÇÃO, REFORÇO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE GOIAS (GO).

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero transmitir aos meus pares, neste Plenário, a minha satisfação pela firme decisão do governo brasileiro de manter os incentivos fiscais para os novos empreendimentos automotivos que se instalaram no país. A segurança que foi transmitida pelas palavras do Ministro Luís Felipe Lampreia, ao falar ao Senado, é um sinal animador que indica novos tempos de um país amadurecido, soberano e livre de pressões internacionais para promover e defender as suas políticas internas de desenvolvimento.

Quando afirma que os benefícios serão garantidos, mesmo sob o risco de desagradar os nossos parceiros comerciais, Sua Excelência deixa os cuidados da linguagem diplomática e lança uma atmosfera de confiança nas futuras possibilidades do Nordeste e do Centro-Oeste, as duas regiões que vão abrigar os 25 novos projetos industriais para a produção de automóveis, caminhões, tratores e motocicletas. É impossível imaginar que a pressão dos países europeus possa frustrar a industrialização dessas duas regiões, um sonho que começa a se transformar em realidade.

A tese de concorrência predatória que foi levantada pela União Européia não se sustenta em fatos reais. Alemanha, Inglaterra, Itália e França, parceiros comerciais da maior importância para o Brasil, detêm parques industriais tão importantes quanto os Estados Unidos e o Japão, e puderam construir esse poder econômico graças às regras tradicionais de livre mercado internacional. E o Brasil abrigou investimentos como os da Fiat e da Volkswagen, garantindo a reprodução de lucros que são enviados regularmente às matrizes. para um país emergente, que precisa buscar com avidez sua entronização nesse difícil mundo globalizado, o mínimo que se pode esperar, neste caso, é a solidariedade.

Acredito sinceramente que os nossos diplomatas saberão encontrar argumentos poderosos, em Genebra, para convencer a União Internacional de Comércio de que estamos trilhando caminhos legítimos e inquestionáveis de afirmação econômica. O processo não deverá atingir o nível perigoso da retaliação, sob pena de comprometer um futuro já previsível de integração comercial entre o Mercosul e a Comunidade Econômica Européia. Estaríamos vivendo um regime de discriminação, sob o risco de crises desnecessárias, porque o Brasil não vai nem poderá abrir mão do direito de decidir com liberdade as suas alternativas de desenvolvimento.

A firmeza da posição assumida pelo Itamarati é um indício positivo de que o Brasil não vai recuar. E minha crença é de que essa postura formal contribuirá para desestimular o prosseguimento das pressões da União Européia. Acredito que haja espaços suficientes de negociação que permitam compensações, pelo sistema de cotas tarifárias, e que o uso competente dessa estratégia possa encerrar essa discussão. Para o meu Estado de Goiás, estamos vivendo o começo de um novo ciclo econômico da maior importância para o futuro, e matar essas expectativas no nascedouro é uma hipótese que não quero sequer imaginar.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/1997 - Página 11424