Pronunciamento de Epitácio Cafeteira em 16/06/1997
Discurso no Senado Federal
APELO AO PODER EXECUTIVO PARA A LIBERAÇÃO DE RECURSOS AO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, A SER UTILIZADO NA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A COMPLETA INFORMATIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES DE 1998. FRAUDES NO ULTIMO PLEITO, DECORRENTES DO ATUAL E OBSOLETO MODELO DE TITULO ELEITORAL.
- Autor
- Epitácio Cafeteira (PPB - Partido Progressista Brasileiro/MA)
- Nome completo: Epitácio Cafeteira Afonso Pereira
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ELEIÇÕES.:
- APELO AO PODER EXECUTIVO PARA A LIBERAÇÃO DE RECURSOS AO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, A SER UTILIZADO NA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A COMPLETA INFORMATIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES DE 1998. FRAUDES NO ULTIMO PLEITO, DECORRENTES DO ATUAL E OBSOLETO MODELO DE TITULO ELEITORAL.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/06/1997 - Página 11707
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES.
- Indexação
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- SOLICITAÇÃO, ELCIO ALVARES, LIDER, GOVERNO, SENADO, EMPENHO, LIBERAÇÃO, VERBA, EXECUTIVO, DESTINAÇÃO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), IMPLANTAÇÃO, INFORMATICA, SISTEMA ELEITORAL, PAIS, IMPEDIMENTO, FRAUDE, ELEIÇÕES.
- COMENTARIO, POSSIBILIDADE, OCORRENCIA, FRAUDE, ELEIÇÕES, EFEITO, MODELO, TITULO DE ELEITOR, ADOÇÃO, BRASIL.
O SR. EPITACIO CAFETEIRA (PPB-MA. Como Líder. Para uma comunicação urgente. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os jornais estão a noticiar o sucesso da votação informatizada, que reduz a quase zero a possibilidade de fraude nas eleições. Todavia, esse resultado parece que está esquecido. Pelo menos o Tribunal Superior Eleitoral está a dizer que ou recebe a verba para que os trabalhos de informatização das eleições sejam feitos em condições de podermos ter eleições limpas ou então não vamos ter a informatização pretendida e planejada.
Nós, do Partido Progressista Brasileiro, Sr. Presidente, estamos aqui a apelar para que o Governo Federal, o Executivo libere a verba para o Tribunal Superior Eleitoral, que, assim, dará prosseguimento a um serviço que, na realidade, não beneficia este ou aquele candidato, mas sim o País, o Congresso, a representação verdadeira, a soberania do voto popular, garantindo que os que vão receber o diploma são realmente os escolhidos pelo povo. Causa-nos espécie, Sr. Presidente, a nós do PPB, ver que o Governo não está preocupado com isso, que o tempo caminha inexoravelmente e que há o risco de voltarmos a ter o mesmo tipo de eleição.
Além disso, Sr. Presidente, tenho reclamado contra o atual título eleitoral. Imagine que há um local para se colocar o polegar do eleitor analfabeto, só que não há datiloscopista para saber se a impressão digital daquele que se apresenta com o título confere com a que está no título de eleitor. Não há datiloscopista e há lugar para a impressão digital, e o título não tem fotografia. Por isso, temos chamado, no Norte e no Nordeste, Sr. Presidente, o título de eleitor de "título ao portador". Quem se apresentar na seção com aquele título tem direito a voto.
Vejo no plenário o nobre Senador Ramez Tebet, Relator da Lei Eleitoral para a eleição do ano passado. S. Exª defendeu ardentemente que o eleitor chegasse com o documento de identidade, evitando, assim, que o título de eleitor se transformasse em título ao portador. Mas, depois, exatamente S. Exª foi incumbido de convencer os Senadores a abrir mão disso, porque, senão, um número muito grande de eleitores não ia votar. Nesse segundo caso, S. Exª estava certo, assim como o estava no primeiro. No primeiro, ele buscava identificar o eleitor; no segundo, ele buscava fazer com que o eleitor não fosse prejudicado.
No meu Estado, Sr. Presidente, as carteiras de identidade estavam sendo encaminhadas para o interior para serem entregues apenas aos eleitores do Governo.
O Sr. Ramez Tebet - Concede-me V. Exª um aparte?
O SR. EPITACIO CAFETEIRA - Lamento não poder conceder o aparte a V. Exª, visto que estou falando em nome da Liderança.
O documento da Secretaria de Segurança no qual seria emitida a carteira de identidade ia sair de tal forma que os eleitores da Oposição não poderiam votar, porque simplesmente diriam a eles que não existia um modelo para a feitura de suas carteiras de identidade.
Eu, novamente, votei com o Senador Ramez Tebet. Na ida, num rumo, e na volta, em outro, eu estava com S. Exª, mas sempre reclamando, pedindo que o Tribunal Superior Eleitoral encontrasse uma forma de deixar a impressão digital ou a fotografia do eleitor. No entanto, ainda não fui bem-sucedido.
Espero que, neste pronunciamento de hoje, em nome do meu Partido, eu consiga sucesso em apelar ao Governo Federal que libere os recursos para haver a informatização da eleição de 1998.
Faço este apelo ao Líder do Governo, o nobre Senador Elcio Alvares: consiga S. Exª que o Governo Federal ou o Executivo libere o dinheiro para o Tribunal Superior Eleitoral, para que tenhamos eleição informatizada em 1998 e para que a fraude, por acaso programada, desapareça para o bem e a felicidade de todos nós.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.