A SRª EMILIA FERNANDES (PTB-RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recentemente recebemos um apelo da Embaixada da República Popular e Democrática da Coréia no Peru. Eu gostaria de registrá-lo aqui.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, refiro-me à situação da República Popular e Democrática da Coréia, hoje atingida por inundações terríveis, que estão provocando prejuízos incalculáveis à economia daquele país.

Com apenas 20% de seu território agricultável, as perdas verificadas com as sucessivas enchentes têm tido enorme repercussão nos níveis de abastecimento de alimentos, causando grandes dificuldades para a população.

Trago essas informações como Vice-Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-República Popular e Democrática da Coréia, integrado por cerca de 60 Parlamentares, entre Senadores e Deputados, dos quais alguns já visitaram aquele país a convite de seu Governo.

Quando lá estivemos, em 1996, vimos de perto a realidade da Coréia, que registra grandes avanços e conquistas no campo da tecnologia, no plano social, especialmente na área da saúde, bem como na área educacional e cultural.

Também pudemos constatar que a agricultura e a pecuária, apesar do território montanhoso e de um inverno rigoroso, onde a neve congela rios e cobre terras por aproximadamente seis meses no ano, atingem alto grau de produtividade, adquirindo um papel fundamental para o equilíbrio e o desenvolvimento da economia do país.

Na mesma ocasião, sentimos nas autoridades e junto ao povo o profundo desejo de reunificação das duas Coréias e, ainda, a vontade do estabelecimento de relações diplomáticas com o Brasil.

Porém, o que estamos presenciando hoje na Coréia do Norte? As chuvas incessantes que se abatem sobre aquele país vêm comprometendo especialmente a produção agrícola, trazendo enormes prejuízos para a economia e para o abastecimento da população.

A gravidade da situação está chamando a atenção, inclusive, da opinião pública internacional que, das mais variadas formas, está prestando a sua solidariedade àquele país e ao povo coreano.

Diante disso, através de seus organismos especiais, a própria Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, já tomou a decisão de coordenar ações em todo o mundo com o objetivo de ajudar a República Popular e Democrática da Coréia.

Frente a esses fatos, que acabamos de narrar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que fazem parte de uma solicitação que nos chegou através da Embaixada da Coréia do Norte no Peru, fazemos esse apelo à sociedade brasileira através do Plenário desta Casa.

Em especial, mesmo que o nosso País ainda não tenha relações diplomáticas formais com a República Popular e Democrática da Coréia, estendemos o pedido de ajuda humanitária, de forma particular, às autoridades do Governo brasileiro e, de forma especial, aos Srs. Senadores e aos empresários deste País.

Queremos ainda, Sr. Presidente, apenas para que fique evidenciado o que já está sendo feito no Brasil, registrar que o Grupo Parlamentar já enviou correspondência a V. Exª, Senador Antonio Carlos Magalhães, Presidente do Congresso Nacional, bem como ao Presidente da Câmara, Deputado Michel Temer, que, por sua vez, encaminhou o pleito do Grupo Parlamentar ao Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dr. Clóvis de Barros Carvalho, bem como ao Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Senador José Sarney.

Solicitação idêntica já foi encaminhada também ao Ministro da Agricultura, Senador Arlindo Porto, no sentido de materializar o apoio, particularmente, por meio da doação de alimentos e ou de uréia, matéria-prima necessária para a produção de fertilizantes, apelo que faremos às Confederações Nacionais da Indústria, da Agricultura e do Comércio.

O nosso apelo é no sentido de que cada um de nós e a sociedade como um todo participemos dessa campanha, que também vem sendo organizada pela comunidade de imigrantes coreanos no Brasil, que pode ser materializada, especialmente, mediante a doação de alimentos, fertilizantes e recursos.

É importante destacar que essa campanha vem sendo desenvolvida por inúmeras entidades de vários países e governos, inclusive dos Estados Unidos e do Japão, que registram um passado de conflitos com a República Popular e Democrática da Coréia.

O Brasil, que tem sido, ao longo de sua história, um País solidário e, que, em várias situações, deu a sua contribuição para ajudar outros povos em dificuldades, como as que atingem atualmente o povo coreano, está sendo chamado, mais uma vez, a repetir esse gesto humanitário. E, certamente, atenderá ao nosso apelo!

A Coréia do Norte precisa da atenção do mundo inteiro. E tenho certeza de que essa campanha sensibilizará cada um de nós e que se concretizará no retorno que possamos ter não apenas no Brasil mas, igualmente, em outros países.

Muito obrigada.