O SR. GERALDO MELO (PSDB-RN. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sinto-me no dever de comentar nesta Casa a decisão tomada pelo Governo Federal, na área de saúde, de extinguir a Ceme e o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição - INAN. Penso que a prudência recomenda que sobre uma decisão como essa só se opinasse pelo acerto ou o erro quem conhece as razões que conduziram o Governo Federal a entender como necessária essa decisão. Pessoalmente, como conheço o desejo de acertar do Presidente Fernando Henrique Cardoso, já demonstrado desde o início do seu Governo, bem como a seriedade do Ministro da Saúde, não tenho dúvida de que eles tomaram essa decisão tendo em vista o interesse nacional. Portanto, embora não conheça as razões do Governo, o propósito desse comentário não é o de criticar, de dizer que sou a favor dessa decisão ou que sou contrário a ela. O que desejo é assinalar pelo menos dois aspectos. Primeiro, o Brasil continua sendo um país em que o problema de alimentação é crucial e que o problema da nutrição, em conseqüência, também o é. E, num país assim, ao ser extinto o Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, necessariamente as atribuições e as responsabilidades dele deverão ser substituídas de algum modo. Quero apenas expressar a minha aspiração de que as responsabilidades do INAN não sejam extintas, mas substituídas por algum tipo de estrutura capaz de realizar pelo menos os programas que aquele Instituto realizava até agora.

O segundo aspecto é que, ao encerrar suas atividades, encerra-se a gestão do Presidente Lauro Bezerra, norte-rio-grandense, meu amigo pessoal, que conheço desde criança, irmão do nosso companheiro Senador Fernando Bezerra, que realizou um grande trabalho na Presidência do INAN.

O Presidente Lauro Bezerra, enquanto lá esteve, propôs modificações na estrutura do INAN e dos programas de alimentação e nutrição, que não sei se foram ou não considerados. Sou testemunha do trabalho sério, austero, eficiente, competente que realizou ali, como em toda a parte por onde passou até hoje. Sobretudo, como norte-rio-grandense e como amigo dele, quero dar o meu testemunho, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, da integridade, da austeridade, da seriedade e da honradez que fizeram a marca registrada e a mais importante na vida do Presidente Lauro Bezerra.

Encerro minhas palavras, repetindo algo que em algum momento eu já disse neste plenário e que alguém antes de mim também já afirmou: só sabemos se uma vida foi boa quando ela termina. Eu, como amigo e conterrâneo do Dr. Lauro Bezerra, ao término do trabalho dele na presidência do INAN, posso dizer que foi um bom trabalho, um belo trabalho. Orgulho-me de tê-lo conhecido e de ter presenciado seu desempenho. Quero dar-lhe os parabéns.

Penso que era meu dever fazer este registro no dia de hoje, Sr. Presidente.