Discurso no Senado Federal

FATOS OCORRIDOS ONTEM, QUANDO UMA REPORTER DA TELEVISÃO BANDEIRANTES QUE IRIA FAZER UMA REPORTAGEM COM S.EXA., E NA SUA AUSENCIA, TENTOU FILMAR O SEU GABINETE, NO QUE FOI IMPEDIDA PELA CHEFE DO GABINETE. APELO A TELEVISÃO BANDEIRANTES PARA QUE VENHA FAZER A ENTREVISTA QUE NUNCA SE RECUSOU A DAR, APESAR DE ASSIM TER SIDO NOTICIADO EM JORNAL DA EMISSORA.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • FATOS OCORRIDOS ONTEM, QUANDO UMA REPORTER DA TELEVISÃO BANDEIRANTES QUE IRIA FAZER UMA REPORTAGEM COM S.EXA., E NA SUA AUSENCIA, TENTOU FILMAR O SEU GABINETE, NO QUE FOI IMPEDIDA PELA CHEFE DO GABINETE. APELO A TELEVISÃO BANDEIRANTES PARA QUE VENHA FAZER A ENTREVISTA QUE NUNCA SE RECUSOU A DAR, APESAR DE ASSIM TER SIDO NOTICIADO EM JORNAL DA EMISSORA.
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/1997 - Página 12636
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), FILIAL, CAPITAL DE ESTADO, DISTRITO FEDERAL (DF), REALIZAÇÃO, ENTREVISTA, ORADOR, ASSUNTO, PROVIMENTO, CARGO EM COMISSÃO, GABINETE, SENADO, NEPOTISMO.

O SR. GILVAM BORGES (PMDB-AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, nobres Pares, ontem, por volta das 18 horas, houve um pequeno entrevero - o termo correto talvez seja "incidente" -, rotineiro em meu gabinete. Fui procurado por uma repórter da TV Bandeirantes, que queria fazer uma entrevista a respeito de matéria que estaríamos discutindo ontem. No entanto, como eu não estava no gabinete, Sr. Presidente - tinha outros compromissos nos Ministérios -, a minha chefe de gabinete, corretamente, não permitiu a filmagem, mesmo diante da insistência da jornalista, que, devido talvez à necessidade de cumprir sua pauta, queria fazê-lo. A filmagem não foi permitida obviamente porque eu estava ausente.

Nunca me neguei a conceder qualquer tipo de entrevista. Primeiro, sou um homem de posicionamentos claros, abertos, e nunca me escondi. Mas hoje a TV Bandeirantes anunciou: "Senador Gilvam Borges se recusa a dar entrevista". Ora, isso não é correto, não é justo. O bom relacionamento que temos com a imprensa em todas as matérias de interesse de minorias, os projetos e as idéias que defendemos aqui, no Senado Federal, são idéias bem claras.

Com certeza, a repórter Maíla de Martino queria uma entrevista sobre os cargos de confiança que detêm os Parlamentares. Estou pronto. Sempre estive pronto, aberto para conceder entrevistas. Infelizmente eu não estava lá às 18 horas. Pelo bom relacionamento que temos, peço que a Rede Bandeirantes lá compareça para fazer a entrevista.

Temos cinco cargos de confiança. Fica a critério do Parlamentar escolher os ocupantes, para que forme sua equipe conforme suas conveniências, no interesse do bom desempenho do mandato. E nunca escondi.

No ano passado e também quando fui Deputado, concedi entrevistas à Rede Globo. Perguntaram-me se eu havia empregado minha mãe e minha esposa, se eu lhes havia dado cargos de confiança. Lógico! Claro! Isso é público e notório.

Naquela época, eu disse de forma bem franca, honesta, bem objetiva e transparente que minha mãe é minha assessora número um no meu Estado. É minha mãe quem recebe o povo, é minha mãe quem absorve os problemas, as situações. A minha Casa está cheia de manhã, de tarde e de noite.

O salário que minha mãe recebe não é suficiente para ajudar a todos que a procuram, tenho que complementar com o meu, que também já não dá para nada.

As pessoas, em geral, não conhecem esse tipo de realidade. E a minha esposa, coitada, dorme comigo todas as noites; estudou, tem curso de pedagogia, estuda psicologia, está comigo em todas as horas, o que - reconheço - não é fácil, não é muito fácil. Ela foi a primeira que me perguntou: "E aí, como é que eu fico"? Respondi: "Vou te dar um cargo lá no meu gabinete, porque tu estás todo o tempo comigo, todas as horas, e és uma boa profissional". Se eu não atender à minha mulher, quem é que vai atendê-la? O meu adversário não vai fazê-lo, e eu não vou aguentar ela me perseguindo toda a noite, de tarde, de dia, toda hora.

Sr. Presidente, meus posicionamentos são claros, abertos, transparentes. Isso é para todo o Brasil. Assumo meus posicionamentos. E outra coisa: aos homens públicos que têm cargos no Poder Legislativo - principalmente na política, na área legislativa, onde se exercem atividades ligadas diretamente às aspirações do povo -, essas assessorias têm que ser garantidas. Tenho cinco cargos. Quando terminar o meu mandato, a missão que me foi entregue, essas pessoas vão embora. Tenho cinco cargos disponíveis, e quem escala seus ocupantes sou eu.

Lamentavelmente, há colegas que usam de muita demagogia, não é? Alguns colegas fazem de outra forma: escondem-se. Eu não me escondo, Sr. Presidente; eu não me escondo.

Faço uma apelo à Rede Bandeirantes no sentido de que me entreviste. Lamentavelmente eu não estava no gabinete. Nesse caso, portanto, não é justo noticiarem que o Senador Gilvam se negou a dar entrevista. Não é justo, principalmente em relação a essa matéria, que assumo de público.

Cargo de confiança, Sr. Presidente, é cargo de confiança. Escala o time o titular. Sou o titular, sou responsável pelas minhas nomeações, pelas minhas indicações. Dizer que não devemos contratar parentes de primeiro, segundo e terceiro grau é a maior demagogia do mundo. Muitos farão vasectomia para que o descendente não seja perseguido. E deixo claro: minha mãe vai comigo, seja na iniciativa privada, seja na iniciativa pública, para qualquer canto. Em qualquer canto ela estará comigo. Vou disputar o Governo do Estado e, se lá eu estiver, ela será a minha conselheira número um.

Era isto, Sr. Presidente, o que eu tinha a dizer: não me escondo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/1997 - Página 12636