Discurso no Senado Federal

CONGRATULANDO-SE COM A POLICIA FEDERAL, O IBAMA, A RECEITA FEDERAL, 0 EXERCITO, A MARINHA E A AERONAUTICA PELO EXITOS OBTIDOS NA REGIÃO AMAZONICA NO COMBATE AO TRAFICO DE DROGAS.

Autor
Odacir Soares (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: Odacir Soares Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DROGA.:
  • CONGRATULANDO-SE COM A POLICIA FEDERAL, O IBAMA, A RECEITA FEDERAL, 0 EXERCITO, A MARINHA E A AERONAUTICA PELO EXITOS OBTIDOS NA REGIÃO AMAZONICA NO COMBATE AO TRAFICO DE DROGAS.
Publicação
Publicação no DSF de 02/07/1997 - Página 12841
Assunto
Outros > DROGA.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, ATUAÇÃO, POLICIA FEDERAL, COMBATE, TRAFICO INTERNACIONAL, COCAINA, REGIÃO AMAZONICA, PARTE, OPERAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, RECEITA FEDERAL, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
  • ELOGIO, ORGÃOS, GOVERNO, ATUAÇÃO, OPERAÇÃO, COMBATE, TRAFICO, DROGA.

         O SR. ODACIR SOARES (PFL-RO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já tenho manifestado em algum de meus pronunciamentos anteriores, o prazer que experimento sempre que posso comparecer a esta Tribuna, para registrar uma boa notícia envolvendo algum órgão público.

         Essa satisfação torna-se ainda maior, quando, ao lado do registro da boa nova, é possível acrescentar um elogio ao órgão, cujo bom desempenho gerou o auspicioso evento.

         Essas considerações eu as faço, senhor Presidente, após ter lido em "O Globo" de 9 do corrente a grata notícia de que a Polícia Federal teria desarticulado uma quadrilha internacional de traficantes de coca na selva amazônica.

         Segundo "O Globo", tal quadrilha que utilizava pistas de pouso clandestinos na selva brasileira para transportar 200 toneladas por ano de pasta-base de cocaína entre Paru e Colômbia, era integrada por peruanos, colombianos e brasileiros, sob a chefia do traficante peruano, Rolando Saavedra Shapiana.

         Este era o intermediário da venda da pasta base produzida no Peru, para os traficantes, donos de laboratórios de refino estabelecidos na Colômbia.

         Pela mesma fonte tornou-se público, também, que dos 26 traficantes até aqui identificados, quinze já foram presos, e sete foram condenados, em tempo recorde, pela Justiça Federal em Manaus.

         Soube-se, por outro lado que 50 pistas clandestinas foram identificadas, das quais 15 já foram dinamitadas, e que dezenove aviões de pequeno porte, utilizados no transporte da pasta-base, foram apreendida, sem falar em sete outros já identificados que estariam sendo procurados no Brasil e nos países vizinhos.

         Paralelamente, profalou-se que, dos quinze brasileiros identificados como comparsas da referida quadrilha, 13 são pilotos pagos para transportar a droga pelo espaço brasileiro, ludibriando, dessa forma, os radares americanos, instalados na Colômbia.

         A mesma fonte informativa dá-nos a conhecer a estimativa do Superintendente da PF em Manaus, de que o número de integrantes da quadrilha desmantelada seria de 60 pessoas e de que seria de R$ 300 milhões, o volume dos negócios movimentados anualmente com o tráfico da pasta-base.

         Muito importante, por fim, é a informação veiculada na reportagem de "O Globo" pelo Diretor-geral da P.F, Sr. Vicente Chelotti, de que esses apreciáveis resultados obtidos pelo combate ao tráfico de drogas, constituem os primeiros frutos da Operação Porteira Fechada Norte, deflagrada em ação conjunta pela Polícia Federal, Forças Armadas e Receita Federal.

         Planejada sigilosamente na Comissão de Segurança Nacional, a Operação Porteira Fechada, envolve o fechamento das vias fluviais da Amazônia, por onde também costuma ser escoada a droga dos traficantes colombianos, e a utilização de um sistema de controle do abastecimento dos aviões que sobrevoam "a floresta.

         A operação compreende dois projetos:

         o Projeto Fechamento e o Projeto Bloqueio.

         No primeiro, foram montados cinco bases de fiscalização, em Vilhena, RO; em Guajará-Mirim, RO; em Pacaraima, AM, em Óbidos, PA e em Tabatinga AM, sendo fluviais as duas últimas.

         No segundo, foram instalados oito bases de monitoramento nos rios Madeira, Tefé, Negro, Purus e Juruá, assim como em Manaus, Boa Vista e Tabatinga.

         Graças a essas oportunas providências, pode-se dizer, Sr. Presidente, que a Amazônia já não se encontra mais despoliciada.

         Como representante, nesta Casa, de um dos Estados inseridos na região, não escondo, Sr. Presidente, a importância que atribuo aos primeiros resultados obtidos pelas autoridades brasileiras, nessas operações articuladas para coibir e desmantelar o tráfego de drogas. Tal satisfação repousa sobretudo, nos seguintes aspectos que cumpre destacar na citada operação:

         - ela resultou de uma ação muito bem planejada, integrando esforços e recursos de diversos setores governamentais, inclusive o das Forças Armadas, o que muito concorreu para emprestar-lhe a consistência e o apoio indispensáveis para que obtivesse o êxito que vem obtendo;

         - ela resgata os brasileiros do temor de verem a Amazônia consolidar-se como rota do tráfego internacional de drogas;

         - ela revigora a confiança dos brasileiros na capacidade das autoridades brasileiras, em especial da quelas ligadas aos setores responsáveis por sua segurança interna, de enfrentarem com êxito e autonomia os problemas que passam afetar nossa segurança, tornando dispensável, a oferta não cogitada e um tanto constrangedora, feita por órgãos de defesa dos governo americano, de envio de contingentes militares daquele país, com a obsequiosa finalidade de reforçar a vigilância antitráfico em nossas fronteiras amazônicas.

         Por tudo isso, Sr. Presidente, estão a merecer nossos aplausos, a Polícia Federal, o IBAMA, a RECEITA Federal, o EXÉRCITO, A MARINHA e AERONÁUTICA, cuja ação articulada e cooperativa veio comprovar nossa capacidade de autodeterminação, em matéria de combate a essa terrível praga contemporânea, que tanto prospera com a produção quanto com o consumo de drogas.

         É o que penso, Sr. Presidente.

Muito Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/07/1997 - Página 12841