Pronunciamento de Ramez Tebet em 02/07/1997
Discurso no Senado Federal
HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MARCOLINO CARLOS DE SOUZA, PRIMEIRO PREFEITO ELEITO DA CIDADE DE TRES LAGOAS - MS.
- Autor
- Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
- Nome completo: Ramez Tebet
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DE MARCOLINO CARLOS DE SOUZA, PRIMEIRO PREFEITO ELEITO DA CIDADE DE TRES LAGOAS - MS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/07/1997 - Página 12954
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, MARCOLINO CARLOS DE SOUZA, EX PREFEITO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MS. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu quero deixar registrado nos Anais desta Casa o falecimento, na minha cidade natal, do primeiro prefeito eleito da cidade que me serviu de berço: Três Lagoas, no Estado do Mato Grosso do Sul.
Marcolino Carlos de Souza, o Totó, como era conhecido, tomou posse como prefeito da minha cidade natal em 1947, governando-a até 1951. Portanto, há precisamente cinqüenta anos, tomava posse o primeiro prefeito eleito da minha cidade. Faleceu na data de hoje, deixando Três Lagoas profundamente consternada.
Marcolino Carlos de Souza foi talvez o melhor prefeito de Três Lagoas, porque deixou uma obra marcante, de grande valor: deu início ao processo de saneamento básico da cidade e implantou o serviço de abastecimento de água.
Sr. Presidente, Srs. Senadores, numa época em que se fala de impeachment, quero dizer que, naquela ocasião, Marcolino Carlo de Souza, o Totó, foi vítima de um processo de impeachment, mas não sob a acusação de leviandade ou de improbidade, mas - por incrível que pareça - porque estava trabalhando. A Lei Orgânica do Município dizia que o Prefeito não podia ficar ausente da cidade por mais de 15 dias. Conto esse fato para ilustrar como eram os tempos e o que é a vida pública. Ele se locomoveu para o Rio de Janeiro, então capital da República, em busca de recursos, que acabou conseguindo com a ajuda do então Senador Filinto Müller e de Philadelfo Garcia, ambos pertencentes ao Partido Social Democrático. No entanto, ficou ausente da cidade por mais de 15 dias e sofreu um processo de impeachment que foi rejeitado pela diferença de um voto. Lembro-me até hoje do Vereador que o salvou. Eu era menino, Sr. Presidente, e recordo-me de quando um Vereador do Partido adversário - a União Democrática Nacional -, chamado Júlio Viegas, professor, não aceitou o impeachement do Prefeito Marcolino Carlos de Souza, e, em não aceitando, salvou a história de Três Lagoas, que não tem a mancha de ter nenhum dos seus prefeitos julgado impedido.
Marcolino Carlos de Souza foi um homem íntegro, um homem de uma envergadura extraordinária, um homem que prestou grandes serviços à nossa cidade, um homem de quem me recordo emocionado. No dia em que tomei posse como Prefeito da minha cidade, na década de 1970, e caminhava pela rua principal da minha cidade, saindo da Prefeitura, eu recebia dele sugestões, orientação de como governar Três Lagoas. Ele sempre falou com amor da sua cidade, do seu povo e de sua gente. Três Lagoas está consternada. Mato Grosso do Sul também sente a sua perda irreparável.
Por isso deixo registradas essas palavras nos Anais desta Casa, para fazer justiça ao grande homem que foi Marcolino Carlos de Souza, o Totó.