O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Magalhães) - Em votação o requerimento.

Os Srs. Senadores que aprovam queiram permanecer sentados. (Pausa)

Aprovado.

A Presidência se sente no dever de se associar às manifestações de pesar do Senado pelo falecimento de Antônio Ferreira de Oliveira Brito, uma das figuras maiores do seu tempo na política nacional e que soube honrar o Parlamento brasileiro nas funções que exerceu, sobretudo na Presidência, por muitos anos, da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Homem público de invejável talento, compostura, foi também Secretário de Estado do Governo Mangabeira, como salientou o Professor Josaphat Marinho. Daí para frente, teve uma carreira vitoriosa no Congresso Nacional; foi Ministro de Estado duas vezes, da Educação e de Minas e Energia e sempre primava pelo bom-senso, pelo equilíbrio e pela sua capacidade invulgar de homem público.

Homem muito presente aos seus correligionários do PSD antigo, passou-se do Governo Luiz Vianna para a Arena, de onde foi Secretário de Minas e Energia, dando muito brilho ao Governo do insigne baiano.

Foi vítima das injustiças que muitas vezes aconteceram quando da Junta Militar em 1968 e teve a nossa solidariedade absoluta naquele período difícil da sua vida. E se fez um grande amigo meu, daí por que entendo que é do meu dever, como baiano, como brasileiro, mas também como seu amigo, embora nem sempre tenha sido seu correligionário, fazer a justiça que estamos fazendo neste instante no Senado da República a um insigne brasileiro.

As palavras do Senador Josaphat Marinho - expressão das maiores de minha terra - e do Senador Humberto Lucena, que chegou também, como eu cheguei, na Câmara dos Deputados quando Oliveira Brito já pontificava como dos valores maiores do PSD, traduziram muito bem o apreço dos políticos brasileiros a esse grande homem público, que hoje desaparece na minha terra.

No Governo Sarney foi ainda, a despeito da idade avançada, Presidente da CHESF, onde se salientou como um grande Presidente, com conhecimento, e levando para a empresa não só seu prestígio, mas também atuação invulgar naquela empresa hidrelétrica brasileira.

Por isso, faz o Senado muito bem em aprovar, como aprovou, esse requerimento e em dizer ao Brasil a saudade que um homem público desse porte traz no momento do seu passamento.