Discurso no Senado Federal

RECEBIMENTO PELO CONGRESSO NACIONAL, NO PROXIMO DIA 31 DE AGOSTO, DO PROJETO DE LEI DO ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO PARA O EXERCICIO FINANCEIRO DE 1998, DEFENDENDO O PAULATINO COMPROMETIMENTO DO ORÇAMENTO COM A RECUPERAÇÃO DOS INDICADORES SOCIAIS.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ORÇAMENTO.:
  • RECEBIMENTO PELO CONGRESSO NACIONAL, NO PROXIMO DIA 31 DE AGOSTO, DO PROJETO DE LEI DO ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO PARA O EXERCICIO FINANCEIRO DE 1998, DEFENDENDO O PAULATINO COMPROMETIMENTO DO ORÇAMENTO COM A RECUPERAÇÃO DOS INDICADORES SOCIAIS.
Publicação
Publicação no DSF de 12/07/1997 - Página 13915
Assunto
Outros > ORÇAMENTO.
Indexação
  • DEFESA, MANUTENÇÃO, PROPOSTA, COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO (CODEVASF), APRESENTAÇÃO, GUSTAVO KRAUSE, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), PROJETO DE LEI ORÇAMENTARIA, UNIÃO FEDERAL, GARANTIA, INVESTIMENTO, IRRIGAÇÃO, REGIÃO SEMI ARIDA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REDUÇÃO, DESIGUALDADE REGIONAL, BRASIL.

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Congresso se prepara para receber, no prazo constitucional que se expira no dia 31 de agosto próximo, o projeto de lei do Orçamento Geral da União para o exercício financeiro de 1998.

Esta é uma das tarefas mais importantes e graves da atuação política, do Executivo e do Legislativo. Afinal, vamos discutir e decidir sobre o documento mais crucial para o desenvolvimento econômico e social, para o próprio destino do Brasil como Nação.

Não é mais possível elaborar-se o Orçamento Geral da União sem a observância rigorosa das demandas sociais e econômicas do País e os recursos financeiros necessários ao atendimento dessas demandas.

Chega de orçamento - ficção. Os Ministérios elaboram as suas propostas que são submetidas à decisão do Ministério do Planejamento, onde se monta a proposta final para o Presidente da República submetê-la à decisão do Congresso Nacional.

Nestes cenários trava-se uma intensa disputa entre projetos setoriais, cada área desejando mais verbas. Afinal, a proposta, em seu formato definitivo, passa à discussão e à refrega dos interesses da União, dos Estados, dos Municípios e das diversas instituições públicas e privadas dentro do Congresso Nacional.

Transformado em lei, o Orçamento sofre constantes alterações, representadas pelos chamados planos de contenção, traduzidos em sucessivos contingenciamentos, que terminam por desfigurar a finalidade do orçamento, tornando-o uma peça irreal, sem conceito perante a sociedade e o Estado.

Certo que já se avançou bastante no sentido do aprimoramento técnico do texto orçamentário. Mas a verdade é que o próprio Congresso, que é responsável pela sua aprovação, ainda não crê na plena efetivação da aplicação dos recursos aprovados.

Agora, com a estabilização da economia e a modernização da administração pública, há de elaborar-se um Orçamento ajustado, efetivamente, às metas do Orçamento Plurianual de Investimentos, possibilitando, com segurança, os investimentos sociais e na infra-estrutura econômica. É um avanço na direção do Orçamento - Cidadão, do Orçamento - Participativo, do Orçamento - Democracia.

Sr. Presidente, vêm do Norte de Minas, da brava região mineira do Polígono das Secas, das terras jurisdicionadas à SUDENE, ao DNOCS, à CODEVASF e ao Banco do Nordeste, os exemplos mais vivos do orçamento participativo, feito com transparência e sem demagogia. Sem mentira.

Quero referir-me especialmente à proposta orçamentária da CODEVASF para o exercício de 1998, que estou acompanhando pessoalmente, por contemplar uma região que conheço em todas as suas carências e potencialidades. É uma convivência de mais de 30 anos, que me permite não abrir mão, como Senador da República, do direito de assegurar para a região os investimentos ali definidos, que se tornam cada vez mais necessários e urgentes.

Na área do Polígono das Secas a água é tudo. Sem ela é o caos. E por isso mesmo a proposta que a CODEVASF acaba de submeter ao Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, através do Ministro Gustavo Krause, não deve e não pode ser alterada, a não ser para aumentar os recursos nela indicados.

A área jurisdicionada à CODEVASF em Minas, onde nasce o rio São Francisco, requer investimentos urgentes, sobretudo no semi-árido mineiro, onde se localizam os projetos de irrigação Jaíba e Jequitaí e outros, todos de absoluta importância para a correção das desigualdades regionais, no Nordeste brasileiro e dentro do próprio Estado de Minas Gerais.

A CODEVASF nos oferece um exemplo bem ilustrativo do Orçamento - Cidadão, em que os recursos públicos são alocados em função das efetivas e reais necessidades da população.

Na medida em que essa prática for se generalizando, em todos os níveis de abrangência da atividade social e econômica, teremos, ano a ano, um Orçamento cada vez mais comprometido com a recuperação dos indicadores sociais que ainda enodoam a Nação.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/07/1997 - Página 13915