O SR. FLAVIANO MELO (PMDB-AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero chamar a atenção desta Casa para um fato de grande importância para o desenvolvimento político do meu Estado. Não se pode conceber hoje o aperfeiçoamento das instituições democráticas, sem destacar o papel da imprensa nesse processo. Por isso, é com imenso orgulho, Sr. Presidente, que venho a esta tribuna para comunicar um fato que coloca a imprensa do Acre em posição de maioridade.

Trata-se da filiação do jornal A Gazeta à Associação Nacional de Jornais - ANJ, a maior entidade da classe na América Latina e uma das mais prestigiadas em todo o mundo. Isso significa que A Gazeta agora integra um clube restrito e atrela seu trabalho a um rígido código de ética.

Nos seus dezoito anos de existência, essa Associação só franqueou ingresso a 107 jornais, todos de expressão nacional, num universo 1.241 editados no Brasil, dos quais 352 diários - menos de 9% da imprensa brasileira - o que reflete as exigências daquela Associação, no que diz respeito à admissão de filiados.

Para fazer parte desse "clube" seleto, A Gazeta passou por um processo de admissão que durou 18 meses. A ANJ exigiu a coleta de vários dados sobre a empresa, abrangendo desde o número de páginas do jornal, editoriais e tiragem, até a lista dos fornecedores de papel, tintas e material gráfico. Exemplares de edições de épocas diferentes foram submetidos à apreciação do comitê de novos associados. Todo esse trabalho não foi em vão. A participação de A Gazeta na ANJ coloca o jornal acreano no cenário nacional.

O alcance dessa distinção traduz-se no próprio mérito de um jornal que, em apenas 12 anos desde a sua fundação, soube honrar a tradição do jornalismo independente, prestando o melhor serviço à comunidade e nunca se desviando da máxima da liberdade de expressão. Fundada por jornalistas, A Gazeta nunca cedeu a pressões nem dificuldades e cresceu fazendo valer os princípios da sociedade pluralista, o que, certamente, a levou à posição de veículo de maior tiragem no meu Estado.

E como precisamos, Sr. Presidente, num Estado emergente como o Acre, da fiscalização constante da coisa pública, e da isenção daqueles que fizeram de seu trabalho diário uma luta por uma sociedade mais justa!

Basta lembrar o triste episódio do assassinato do líder Chico Mendes, ocasião em que as informações publicadas pela Gazeta tiveram importância fundamental na divulgação e no esclarecimento do fato em nível nacional e internacional. A repercussão desse trabalho foi tamanha que a Gazeta foi a principal fonte de consulta de dois livros sobre o caso, escritos por jornalistas estrangeiros e publicados nos Estados Unidos e na Espanha.

Outra luta incessante no jornal se refere à questão ambiental, à preservação da floresta Amazônica e à exploração racional de seus recursos, dentro do conceito de desenvolvimento auto-sustentável.

Mas a Gazeta se destaca, sobretudo, pela defesa dos interesses do Acre, Estado com grande potencial ainda a ser explorado, mas com uma bonita história de luta, pois o Acre é brasileiro por opção.

A Gazeta não teria chegado a essa posição de relevo sem a dedicação de toda uma equipe de profissionais da mais alta qualidade, funcionários e jornalistas, sob a liderança determinada de seu fundador e Diretor-Geral, Sílvio Martinello.

Gostaria de registrar essa homenagem que presto a todos os que fazem de A Gazeta mais um representante da imprensa livre deste País. Por esse motivo, venho requerer, Sr. Presidente, que o editorial desse jornal, do último domingo, seja publicado nos Anais desta Casa, como parte do meu pronunciamento.

Muito obrigado!