Pronunciamento de Benedita da Silva em 23/07/1997
Discurso no Senado Federal
NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL O GLOBO, QUE TRAZ DADOS DA UNICEF SOBRE O BRASIL, MOSTRANDO QUE A VACINAÇÃO ESTA ABAIXO DO IDEAL E A DISPARIDADE NO ACESSO A AGUA POTAVEL E AO SANEAMENTO BASICO A POPULAÇÃO. PONTO POSITIVO, COM O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E ALEITAMENTO MATERNO DESTACADOS PELO REFERIDO RELATORIO.
- Autor
- Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
- Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA SOCIAL.:
- NOTICIA PUBLICADA NO JORNAL O GLOBO, QUE TRAZ DADOS DA UNICEF SOBRE O BRASIL, MOSTRANDO QUE A VACINAÇÃO ESTA ABAIXO DO IDEAL E A DISPARIDADE NO ACESSO A AGUA POTAVEL E AO SANEAMENTO BASICO A POPULAÇÃO. PONTO POSITIVO, COM O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E ALEITAMENTO MATERNO DESTACADOS PELO REFERIDO RELATORIO.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/07/1997 - Página 14930
- Assunto
- Outros > POLITICA SOCIAL.
- Indexação
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- ANALISE, DADOS, FUNDO INTERNACIONAL DE EMERGENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFANCIA (UNICEF), INFERIORIDADE, INDICE, BRASIL, VACINAÇÃO, SANEAMENTO BASICO, ACESSO, AGUA POTAVEL.
- ELOGIO, FUNDO INTERNACIONAL DE EMERGENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFANCIA (UNICEF), LEGISLAÇÃO, BRASIL, PROTEÇÃO, CRIANÇA, ADOLESCENTE, ANALISE, DADOS, ACEITAÇÃO, CAMPANHA, ALEITAMENTO MATERNO, TRATAMENTO, DOENÇA PARASITARIA.
A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho sido crítica da política governamental para a criança e o adolescente e tenho também apresentado várias proposições sobre essa matéria.
Quero hoje me manifestar sobre as notícias que o jornal O Globo publicou a respeito de dados do Unicef. Essa matéria chamou a minha atenção e quero enfocar dois pontos.
O primeiro é negativo, já que os dados do Unicef informam que a vacinação no Brasil está abaixo da meta, que é 90% até o ano 2000.
A ONU já se manifestou a respeito dessas condições.
Preocupo-me porque a mortalidade infantil é um problema muito grave. Sabemos que a vacinação é extremamente importante. A difteria, o tétano e a coqueluche, juntamente com outras doenças, têm aumentado o índice de mortalidade infantil.
O Brasil ocupa o 18º lugar entre 24 Países americanos em mortalidade infantil. A média nas três Américas é de trinta e quatro mortes para cada mil nascimentos. Essa é a média dos países americanos. No Brasil, ela é de cinqüenta e três mortes para cada mil nascimentos. É uma situação realmente muito difícil, que eu não poderia deixar de registrar.
Fica também registrado o documento que destaca a disparidade existente no Brasil: entre 1991 e 1995, 72% da população tinha acesso à água potável e 44%, ao saneamento básico. Porém, apenas 28% da população era atendida pelos dois serviços. Esse também é um ponto negativo para o Brasil.
Segundo o porta-voz do Unicef, se o atendimento fosse mais homogêneo, o Brasil teria índices de país desenvolvido. Mais uma vez, fica claro o problema da concentração de renda, da injustiça social e da ausência de políticas sociais abrangentes e efetivas.
Sr. Presidente, concluindo, quero também registrar que o Brasil não tem apenas aspectos negativos. É um ponto positivo para o Brasil o fato de ele poder liderar as reformas das legislações latino-americanas - que só precisam ser cumpridas, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente. Nós sabemos que, enquanto na Suíça, em Bangladesh, na Índia, na Irlanda e em vários Estados dos Estados Unidos a criança de sete anos pode ser responsabilizada criminalmente, no Brasil isso só ocorre aos dezoito anos. Esse aspecto importante deve ser colocado como ponto positivo.
O Brasil também atende ao Código Internacional de Substitutos do Leite Materno. O Unicef, que tem feito grandes campanhas de aleitamento materno, constatou que no Brasil tem sido muito grande a aceitação dessas campanhas, o que é um ponto altamente positivo.
Ressalte-se ainda o tratamento de diarréia, que tem sido bom em relação ao número de casos. De 1993 a 1996, foram registrados cerca de 50 milhões de casos de diarréia em crianças entre 0 e 5 anos. No total, 83% dessas pessoas foram tratadas.
Assim, faço aqui o meu registro devido à manifestação do Unicef sobre os dados que a ONU fez publicar.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigada.