Discurso no Senado Federal

VEEMENTE APELO A PRESIDENCIA DO BANCO DA AMAZONIA - BASA, NO SENTIDO DA BUSCA DE UMA SOLUÇÃO SATISFATORIA JUNTO AO BANCO CENTRAL E DE QUE NÃO MAIS SEJAM FECHADAS AGENCIAS NA REGIÃO, PRINCIPALMENTE NO ESTADO DO ACRE.

Autor
Nabor Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Nabor Teles da Rocha Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • VEEMENTE APELO A PRESIDENCIA DO BANCO DA AMAZONIA - BASA, NO SENTIDO DA BUSCA DE UMA SOLUÇÃO SATISFATORIA JUNTO AO BANCO CENTRAL E DE QUE NÃO MAIS SEJAM FECHADAS AGENCIAS NA REGIÃO, PRINCIPALMENTE NO ESTADO DO ACRE.
Publicação
Publicação no DSF de 05/08/1997 - Página 15565
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • REGISTRO, FECHAMENTO, AGENCIA, BANCO DA AMAZONIA S/A (BASA), MUNICIPIO, XAPURI (AC), ESTADO DO ACRE (AC), RISCOS, CONTINUAÇÃO, ENCERRAMENTO, ATIVIDADE.
  • ANALISE, CRISE, ECONOMIA, ESTADO DO ACRE (AC), NECESSIDADE, AUXILIO, GOVERNO, FINANCIAMENTO, PROJETO, EMPRESA, REGIÃO.
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, DIRETORIA, BANCO DA AMAZONIA S/A (BASA), ESTUDO, SOLUÇÃO, MANUTENÇÃO, AGENCIA, ESTADO DO ACRE (AC).

O SR. NABOR JÚNIOR (PMDB-AC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a crise financeira que assola o País tem contribuído para desestabilizar algumas instituições financeiras e bancárias que aqui operam, particularmente bancos regionais criados para promover o desenvolvimento da Região Amazônica.

Nos últimos dias do mês de julho, recebi uma comunicação telefônica da Presidente do Banco da Amazônia S/A, Drª Flora Valadares Coelho, dando conta de que havia sido determinado o encerramento das atividades bancárias da sua agência no Município de Xapuri, que há mais de 30 anos prestava os melhores serviços àquela cidade do Vale do Rio Acre.

A Presidente do BASA informou-me, ainda, que outras três agências, localizadas nos Municípios de Tarauacá, Sena Madureira e Feijó, também estão sob a ameaça concreta de fechamento, se os seus balanços contábeis continuarem apresentando prejuízos, na mesma situação que fulminou a agência de Xapuri.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com o maior pesar, é com o maior constrangimento que cumpro o dever de registrar tais fatos e ameaças, inclusive porque imagino o pesar e o constrangimento que, por seu turno, sofre a própria Drª Flora Valadares, Presidente do BASA, que, no ápice de uma carreira vitoriosa nos quadros do Banco Central do Brasil, foi levada a desempenhar as funções de Presidente do BASA - e o vem fazendo exemplarmente, com grandes competência e responsabilidade, e somente adotou aquela decisão depois que a agência de Xapuri apresentou, por seguidas vezes, prejuízos semestrais.

Tudo isso tem a peculiaridade cruel de revelar o esvaziamento das atividades econômicas no Acre, porque as agências do Banco da Amazônia, que existiam nos sete municípios mais antigos do Estado, sempre foram responsáveis por parte ponderável da sua movimentação bancária, que se concentrava exatamente nas agências voltadas para o financiamento dos produtores de borracha, desde os idos tempos em que a heveicultura era uma atividade altamente lucrativa e contribuía para alavancar o progresso e o desenvolvimento do meu Estado, aliás, não apenas do Acre, mas de toda a Amazônia.

Ainda acredito, Sr. Presidente, na possibilidade de ser evitado o fechamento de outras agências do BASA. Para tanto, é forçoso que tanto o Governo Estadual quanto o Governo Federal aloquem recursos com o fito de reforçar seu movimento rotineiro, permitindo-lhes financiar os empreendimentos comerciais existentes na área empresarial dos respectivos municípios; é imperioso que se quebre esse processo perverso, inclusive porque, recentemente, também o Banco do Brasil encerrou as atividades da sua agência em Xapuri, reduzindo a cidade a uma única agência, a do Banco do Estado do Acre. Acontece, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, que o Banacre, por seu turno, está enfrentando uma crise econômica e administrativa sem precedentes, forçado, inclusive, a negociar com o Banco Central um empréstimo através do Proer, na tentativa de sanear suas estruturas e voltar a operar com eficácia e perenidade. Se tal não ocorrer, todavia, o provável é que o Banco do Estado do Acre seja privatizado - o que acho difícil - ou liquidado. De toda forma, o Município de Xapuri está na iminência de ficar sem qualquer agência bancária.

É um problema muito sério que, como alertei no início deste pronunciamento, está ameaçando outros municípios.

O Banco do Brasil, também por determinação do Banco Central, segue a mesma política que vem sendo adotada pelo Banco da Amazônia: as agências que não fornecerem resultados lucrativos em seus balanços durante dois ou três semestres estão fadadas a verem suas atividades encerradas.

           Portanto, aproveitando a oportunidade de meu pronunciamento, quero formular um veemente apelo à Presidência e à Diretoria do Banco da Amazônia, no sentido de que busquem solução para o grave problema, inclusive procurando acertar com o Banco Central mecanismos realistas que se adequem à realidade amazônica. Só assim os municípios do Acre, hoje ameaçados, poderão contar com a permanência das atividades de um banco tão tradicional como o BASA, que funciona há mais de 50 anos no Estado e, em alguns municípios interioranos, há mais de 30, como é o caso de Xapuri.

           Tenho certeza que a Drª Flora Valadares, acreana valorosa, saberá usar os vastos conhecimentos que acumulou em toda uma vida dedicada à Região, onde já foi Presidente do Banco do Estado do Acre, Secretária de Fazenda do Estado, Interventora do Banco Central no BERON e também Presidente do Banco de Roraima. Estou seguro de que essa vivência lhe propiciará inspiração e sensibilidade para contornar esses problemas, de modo a que eles não se venham a consumar e agravar ainda mais a já precária situação do meu Estado do Acre.

      Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/08/1997 - Página 15565