Discurso no Senado Federal

REPUDIO E PREOCUPAÇÃO DE S.EXA. QUANTO A DECISÃO DO PRESIDENTE NORTE-AMERICANO BILL CLINTON, PONDO FIM AO EMBARGO DE ARMAMENTOS PARA A AMERICA LATINA, IMPOSTO HA MAIS DE VINTE ANOS, EM 1978, PELO ENTÃO PRESIDENTE JIMMY CARTER.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL.:
  • REPUDIO E PREOCUPAÇÃO DE S.EXA. QUANTO A DECISÃO DO PRESIDENTE NORTE-AMERICANO BILL CLINTON, PONDO FIM AO EMBARGO DE ARMAMENTOS PARA A AMERICA LATINA, IMPOSTO HA MAIS DE VINTE ANOS, EM 1978, PELO ENTÃO PRESIDENTE JIMMY CARTER.
Publicação
Publicação no DSF de 05/08/1997 - Página 15576
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL.
Indexação
  • REPUDIO, DECISÃO, BILL CLINTON, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), EXTINÇÃO, EMBARGOS, ARMAMENTO, AMERICA LATINA.

A SRª BENEDITA DA SILVA (BLOCO-PT-RJ) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como representante do Estado do Rio de Janeiro no Senado Federal e cidadã brasileira, quero manifestar meu repúdio e minha preocupação quanto à decisão do Presidente norte-americano Bill Clinton, pondo fim ao embargo de armamentos para a América Latina, imposto há mais de 20 anos, em 1978, pelo então Presidente Jimmy Carter.

A América Latina precisa investir em políticas sociais para fazer frente à fome, à doença, ao desemprego, à falta de moradia e educação, ao quadro assustador da pobreza generalizada que só vem aumentando nesses últimos anos. Precisa investir na geração de emprego e renda, na produtividade, na geração de riquezas para atender aos mercados interno e externo, para ser competitiva no inevitável processo de globalização das economias.

O governo norte-americano, pressionado pelos grandes fabricantes de armamentos e de olho num mercado fabuloso, quer voltar a vender armas sofisticadas ao chamado Terceiro Mundo. Espera-se que os governantes latinos não cedam ao "canto da sereia". Investir em armamentos pesados e de alta tecnologia num momento em que vários países latinos celebram seus acordos de paz, em que buscam sedimentar suas democracias, em que a ONU prescreve como prioridade absoluta o investimento no ser humano, adquirir armamentos pesados num momento histórico cujo movimento é inverso - a busca de acordos de desarmamento - é ceder aos interesses unilaterais, financistas e estratégicos, da mais poderosa economia do planeta, que pretende ampliar, com um apetite voraz que busca sempre a "parte do leão", o seu mercado internacional.

Era o que tinha a dizer!

Muito Obrigada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/08/1997 - Página 15576