O SR. VALMIR CAMPELO (PTB-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente Senador Antonio Carlos Magalhães, Srªs e Srs. Senadores, Drª Amália Lucy Geisel, Srs. Oficiais Generais, colaboradores do Presidente Geisel, senhoras e senhores, a notável capacidade do Presidente Geisel na administração do Brasil o colocou ao lado dos grandes estadistas que a humanidade conhece.

Se o exercício de Governo, nas palavras de Milton Campos, exige duro sacrifício, imaginem, então, os incomensuráveis sacrifícios que deve fazer o Presidente de uma Nação, cujo momento político passa por um regime de exceção!

Imaginem as dificuldades a serem dissolvidas e a necessária cautela que desafiam a inteligência desse governante que, com a missão de cristalizar a consciência de um país para servir ao desenvolvimento nacional, tem que estar sempre encontrando meios e soluções capazes de equilibrar forças contraditórias, sem perder o seu norte.

Geisel venceu os percalços e foi preciso no comando da Nação. Durante o seu Governo, o Brasil fez progressos consideráveis no campo do desenvolvimento nacional. Reduzindo sua dependência do exterior, o País diversificou as importações e incentivou a produção.

No campo do desenvolvimento empresarial, o Presidente Geisel foi um grande incentivador da empresa privada. Pensava ele que esse segmento estava sufocado e tornando-se impraticável, em decorrência das empresas estrangeiras contarem com maior viabilidade e as estatais com o apoio do Governo.

Contudo, Sr. Presidente, o maior desejo do Presidente Geisel era o de promover a abertura política no País a fim de que viesse a prevalecer o Estado de Pleno Direito Democrático.

Mas, como bem disse Walder de Gois, um Presidente não inicia seu mandato com uma agenda limpa para o futuro. Isto quer dizer que o Presidente, embora tenha seus próprios planos, muitas vezes há que contê-los ante o sistema herdado de seus antecessores.

Geisel inaugurou sua administração sob um ordenamento jurídico já defasado e que necessitava ser revisto. E ele tinha plena consciência disso, e mais que a consciência, o desejo latente e o compromisso de revê-lo.

Mas somente vontade não era suficiente para promover as mudanças que pretendia fazer no campo político, sem que viesse inflamar correntes conflitantes. Diante disto, o Presidente, tomava suas decisões, continha ânimos e, ao final, conseguia aquilo que representava mais um passo da Nação em direção à tão sonhada democracia plena.

Com admirável inteligência e firmeza nas decisões, o Presidente Geisel soube contornar os problemas decorrentes de uma emergente crise econômica mundial e que atuava sobre a nossa economia excessivamente dependente.

Geisel estabeleceu relações diplomáticas entre o Brasil e a China Comunista e manteve amistoso relacionamento com Cuba.

Nas palavras do Presidente estava sempre presente a idéia de se estabelecer um novo conceito de política no País. Um conceito nobre e que atendesse aos interesses do povo.

Por ocasião da comemoração do terceiro aniversário do seu Governo, Geisel registrou essa preocupação, dizendo que a situação social no Brasil, naquele dia, era bem melhor que nos tempos passados e que, no amanhã, certamente ainda seria mais favorável.

Disse o Presidente que havíamos crescido no campo político e que caminhávamos em direção a um modelo político nosso, um modelo que correspondesse à índole do povo brasileiro e que fosse compatível com o nosso estágio de civilização.

Geisel acreditava na nossa sociedade civil e tinha a esperança de ver instalado no País um Governo legitimado pela vontade popular.

No terreno político, muitos foram os transtornos enfrentados pelo Presidente na ânsia de equilibrar as forças que, de todos os lados, o pressionavam.

Mas como era um homem de firmes decisões, Geisel não deixou abalar a sua crença e conduziu o País a um importante projeto de reformas, visando a instauração do Estado de Direito por meio de progressivas reformas que, gradualmente no tempo, iam entrando em funcionamento.

O Brasil de hoje muito deve ao Presidente Ernesto Geisel.

De rígida formação religiosa, Geisel pautou sua vida pública em elevados preceitos éticos e morais, predicados que inegavelmente influenciaram nas decisões do Estadista.

Homem discreto e exemplar chefe de família, o Presidente Ernesto Geisel impõe-se às novas gerações como paradigma de correção, honestidade, civismo e responsabilidade.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas)